A Liga Extraordinária, Volume II (America’s Best Comics)

Bíblia Nerd sexta-feira, 04 de junho de 2010

Há muito, muito tempo atrás, na aurora do tempo, havia um colunista do AOE, conhecido pela alcunha de Black. Induzido por overdoses de benflogin e salame de chow-chow, ele resenhou o primeiro volume d’A Liga Extraordinária. Depois de tantos anos, no entanto, ninguém cumpriu seu legado de resenhar o resto da obra, o que o levou ao suicídio. Hoje, seu fantasma assombra a OLOLCO Corp., arrastando tentáculos e gemendo “Dattebayo” pelos corredores. Para nos livrar desse incômodo fantasma, cumprirei seu legado e resenharei o segundo volume d’A Liga Extraordinária.

Como vocês devem saber, a Liga é composta por personagens ficcionais da literatura: Allan Quatermain (As Minas do Rei Salomão, de Henry Rider Haggard), Dr. Jekyll/Mr. Hyde (O Médico e o Monstro, de Robert Louis Stevenson), Capitão Nemo (20.000 Léguas Submarinas, do mestre Júlio Verne), Mina Harker (Drácula, de Bram Stoker) e Stewie Hawley Griffin (O Homem Invisível, de H. G. Wells). E, como no volume anterior, o roteiro baseia-se numa obra de H. G. Wells. Se o Volume I usava O Primeiro Homem na Lua como base de roteiro, aqui, esse papel vai para Guerra dos Mundos – e, por favor, esqueçam aquele filminho com Tom Cruise.

Nesse segundo volume, as coisas esquentam MUITO. Se, durante o primeiro volume, a ação era focada na resolução de um roubo/furto e numa guerra civil no centro de Londres, aqui a coisa desgringola de vez: A Terra está sendo invadida por uma raça alienígena desconhecida, fugida de Marte (Apesar de não ser nativa de lá). Ao analisar os invasores, descobre-se que, devido à gravidade terrestre, estes não podem se mover, o que os torna inofensivos sacos de gosma inerte, certo? Claro que não! Mesmo nesse estado enfraquecido, eles ainda possuem seus raios térmicos, e carbonizarão qualquer um que ouse se aproximar. Com a área ao redor evacuada, os aliens constroem, em uma noite, os famosos tripóides, que começam a espalhar o caos pela boa e velha Inglaterra.

Enquanto os tripóides são construídos, Hawley Griffin trai a Liga, se aliando aos ETs. Allan e Mina viajam sozinhos, buscando um cientista/cirurgião que possui a solução para os problemas do mundo. Griffin ajuda a sabotar o Náutilus, e Londres inteira vira um campo de guerra. Qualquer coisa a partir daqui é spoiler, mas teremos ainda a morte de dois personagens principais.

Nesse volume, boa parte dos personagens evolui de modo espantoso. Quatermain e Mina finalmente deixam de briguinhas e começam a se pegar; Mr. Hyde, aos poucos, vai se tornando menos bruto e selvagem, e tem grande exposição na história (Ao contrário de Jekyll, que só aparece uns poucos instantes). Griffin continua a mesma coisa de sempre: Mesquinho, furtivo e covarde, e, agora, um traidor (O que eu considero um retrocesso, uma vez que ele foi o salvador da pátria no primeiro volume); e Nemo… bom, quando você chega ao topo, não tem mais para onde ir, e é isso que acontece com Nemo, que continua tão soberbo, altivo e enojado da humanidade quanto antes.

A arte, como vocês já devem saber, é colorida, bem detalhada e, de modo geral, inspirada num tema meio cyberpunk, quando possível. Uma vez que o roteiro é do Alan Moore, vocês podem ter a certeza de uma boa história. Ao final da história principal, ainda há material adicional sobre a Liga e o mundo da mesma, em formato de almanaque. Esqueçam o filme, comprem a HQ e divirtam-se!

A Liga Extraordinária, Volume II


The League of Extraordinary Gentlemen, Volume II
Lançamento: 2002
Arte: Kevin O’Neill
Roteiro: Alan Moore
Número de Páginas: 233
Editora: DC Comics (Selo Wildstorm)

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