A Versatilidade de Jô Soares

Livros sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Pense em você daqui a uns 60 anos. Pensou? Agora me diga o que “você com 60 anos” fez durante esse intervalo de tempo. Para a maioria, terminar uma faculdade e obter sucesso profissional já é o suficiente, mas e se você pudesse ter a chance de lá na frente falar para os seus filhos e netos que você já fez mais coisas do que imaginam?

Anda estagiário féladaputa desembucha! – Calma, essa filosofia toda foi só pra introduzir o “alvo” do texto a seguir: Jô Soares!

 Há, finalmente um texto sobre mim.

Jô Soares é hoje considerado como uma das pessoas mais cultas e versáteis da televisão brasileira, seu talk show mantém um bom índice de audiência a anos, e tem gente que daria de tudo pra ter a oportunidade de ser entrevistado pelo cara. Porém, o que ninguém sabe é que o gordo também tem muita história pra contar.

 Jô quando era mais jovem

José Eugênio Soares nasceu em 1938 e tinha o sonho de ser diplomata quando era criança. Para realizar o sonho do filho, seus pais o mandaram para o colégio Lycée Jaccard em Lausanne na Suíça, o que garantiu a Jô uma boa educação, e o contato com a arte do velho mundo. O único dilema nessa história toda foi que aos poucos o “pequeno” Jô foi percebendo que seu talento enveredava para outra direção. Sua capacidade de fazer humor, a língua afiada e o pensamento rápido o faziam dividir o tempo estudando para o concurso do Itamaraty com a paixão por artes cênicas.

 Agora sim, Jô quando era mais jovem

Devido a uma crise financeira em que o pai de Jô se meteu, ele teve que voltar com a família para o Brasil, e em pouco tempo já havia entrado em contato com artistas de cinema, roteiristas e etc. Quando percebeu, já estava sendo convidado a participar de peças de teatro, e até de um filme chamado O homem do Sputnik, estrelado por ninguém menos que Oscarito. Foi quando Jô teve seu talento percebido e foi convidado a escrever roteiros para os programas Tv Mistério e Tv Continental. Trabalhou com Carlos Alberto de Nóbrega (Sim, o tiozinho da praça é nossa) escrevendo para o Família Trapo, um dos programas de maior sucesso da televisão brasileira, sem contar é claro, o épico Viva o Gordo, que tem quadros relembrados durante a programação (Leia-se Videoshow) até hoje.

Mas, foi quando foi contratado pelo SBT que começou a trabalhar com o que na minha opinião é o que melhor sabe fazer: Entrevistas. Com o Jô Soares Onze e Meia, conversou com muitas personalidades de todos os ramos possíveis, chegando a realizar mais de 6000 entrevistas. As atrações internacionais eram o destaque do programa, afinal, quem não lembra da entrevista com o Kiko do programa Chaves, ou da conversa com Bill Gates? (Tá, eu sei que você não lembra dessa, mas tudo bem). Enfim, o programa não era fraco, e conseguiu entrevistar até o ex presidente da união soviética Mikhail Gorbachev.

 A lendária entrevista com Kiko

Alem da televisão, Jô também já escreveu para algumas revistas, atuou em cinema, em teatro, já participou como pintor na Bienal de 1967 e o escambau. Tá, e o que isso tem a ver com literatura, estagiário burro? Calma, pra quem não sabe, o cara também é escitor!

Tudo começou em 1983, quando lançou o Astronauta sem Regime, que é uma complilação de suas melhores crônicas publicadas no jornal O Globo. Mais tarde, em 1995 foi lançado o Xangô de Baker Street, livro o qual colocou o nome de Jô Soares como um dos bestsellers brasileiros. Mais tarde, Jô também lançou outros livros como O homem que Matou Getúlio Vargas (1998), e Assassinato na Academia Brasileira de Letras (2005). Todos eles foram sucesso de vendas e crítica, e nos próximos posts pretendo fazer uma análise individual de cada título, abordando principalmente a forma como Jô escreve, que torna os livros tão divertidos e interessantes de se ler (Pelo menos para alguns) quanto assistir um dos quadros do Viva o Gordo.

Enfim, muita gente realmente não sabe que Jô Soares também é escritor, quanto mais que seus livros foram muito bem vendidos no exterior, principalmente o Xangô de Baker Street. Portanto, pra finalizar o post, trago aqui uma lista com todos os países que traduziram os livros de Jô para seu idioma.

Alemanha
“Sherlock Holmes in Rio”
“O homem que matou Getúlio Vargas”
(em tradução)

Argentina
“Candomblé, caipirinha y Sherlock Holmes”

Canadá
“Elementaire, ma chere Sarah!”
“l homme qui tua Getulio Vargas”

Espanha
“El Xangó de Baker Street”

França
“Elementaire, ma chere Sarah!”
“l homme qui tua Getulio Vargas”

Grécia
“Xangô” (em caracteres gregos)
“O homem que matou Getúlio Vargas” (em tradução)

Holanda
“Elementair, mijn beste Sarah!”

Itália
“Un samba per Sherlock Holmes”
“L’uomo che uccise Getúlio Vargas”

Japão
“Xangô” (em caracteres japoneses)

Portugal
“O Xangô de Baker Street”
“O homem que matou Getúlio Vargas”

Estados Unidos
“A samba for Sherlock”
“Twelve fingers”

Nota: A frase colocada lá em cima como resumo foi dita por Jô quando uma espectadora disse que ele tinha perdido a graça quando emagreceu.

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