Além da Escuridão – Star Trek (Star Trek Into Darkness)

Cinema quinta-feira, 13 de junho de 2013

 Além da Escuridão – Star Trek acompanha a tripulação da Enterprise quando ela é chamada de volta à Terra depois de um ato chocante de terror vindo de sua própria organização. Desafiando os regulamentos e com uma questão pessoal para resolver, o Capitão Kirk leva sua equipe a uma busca com objetivo de capturar uma força de destruição implacável e fazer justiça. Enquanto os heróis são impulsionados para essa partida de xadrez de vida ou morte, amores serão desafiados, amizades serão estilhaçadas e sacrifícios terão que ser feitos em nome da única família que restou para Kirk: sua equipe.

Antes de mais nada, uma retificação nessa sinopse oficial: A Enterprise não é chamada de volta por porra nenhuma no filme, ela tava em uma missão, terminou a missão e voltou pra casa, simplesmente. O que acontece é que o Capitão Kirk faz melequinha [Totalmente justificável, no meu ponto de vista] e toma uma chapuletada do Spock, a mula de orelha pontuda que, apesar de ser pura razão e lógica, não tem o menor traquejo social [Eu gosto dessa palavra, traquejo…]. Mas enfim, isso não é relevante. O relevante é: PUTA QUE PARIU QUE UNIVERSO PARALELO DO CARALHO. Ou, em outras palavras, nem só do universo original viverá a saga.

E não, apesar do filme se tratar de naves e viagens espaciais, raças obscuras, curas milagrosas, tecnologias inalcansáveis, não se trata de um filme de ficção científica. Quer dizer, é atulhado de ficção científica, mas o foco da parada é a boa e velha ação. Porra, se fosse ficção científica de verdade, não haveriam perseguições a pé, ou de naves, ou tiroteios, seja lá da arma futurista que for. Quer dizer, até é, mas o foco não é esse. Eu tou sendo redundante com relação ao foco da parada ser ação ao invés de ficção científica, né? Pois é, é pelo simples motivo de que a ficção científica fica em segundo, até terceiro plano. Praticamente o J. J. Abrams fez o cursinho de férias do Michael Bay: Não chegou a explodir tudo, mas botou mais movimento do que deveria.

 “Tá, mas cade a gostosa verde do outro filme, Uhura?”
“Não tem, cara.”

Sim, tem mais movimento, mas menos movimento que interessa: O dos quadris femininos. Enfim, nem tudo é perfeito nessa vida. Mas do ponto de vista de contar uma história, esse filme [Em conjunto com o antecessor] se sai muito bem. Apesar das discrepâncias em relação à mitologia original [Que eu não faço a menor ideia e não faço a mínima questão de procurar também], o filme conta uma história fechada, e ao contrário do que o nosso amigo Kirk afirmou, o segundo filme da série responde, ou ao menos apresenta soluções pra alguns problemas que ele mesmo gerou. O filme, não o Kirk.

E, ao mesmo tempo, mostrou alguns valores que, até onde eu sei, não existiam na franquia crássica. Mas porra, quem liga pra isso, nós queremos as coisas da franquia crássica, bradarão os trekkers xiitas. E eu responderei: Quem liga pros xiitas? O que dá dinheiro é o povão [Por mais que me doa admitir isso]. E Além da Escuridão – Star Trek faz isso muito bem: Jogar pro povão. O primeiro filme foi a cabecinha introdução, esse é a abertura total de pernas: É só ver o jeito como a coisa é embalada, de modo que o final seja, na verdade, um prelúdio a coisas muito maiores que ainda estão por vir. Ou cê acha que vão fechar a porta, quando saiu uma maleta de dinheiro ao invés de um gorila furioso?

 “Bafão, os dois com o mesmo modelito.”

Mas orra, quero ver quem não se empolga com o filme. Ao mesmo tempo que faz referência atrás de referência, o filme dá golpe baixo atrás de golpe baixo, apelando pros sentimentos da platéia [Que, por mais que use orelhas pontudas de borracha roubadas da galera de Senhor dos Anéis, não é composta de vulcanos]. E rapaz, que golpe baixo da porra. Eficas, mas baixo do mesmo jeito. Matar personaens que são, ou parecem queridos é uma sacanagem brutal. O problema foi usar o recurso favorito da Marvel: Foda-se a morte, nós temos um remédio pra morte logo aqui, aguardando pra ser utilizado. Que conveniente. Deus ex machina mais salafrário eu nunca vi, e olha que eu sou jogador de RPG, o que eu mais vejo é isso.

Pois bem. Eu reclamei, reclamei e reclamei mais um pouco, mas no fim das contas, durante as exibições, eu me diverti como a tempos não acontecia no cinema. Então, por mais que o negócio seja uma mistura de referências, ação acéfala desenfreada e total bullshit, não dá pra não recomendar fortemente essa merda. Porque, no fim das contas, o que importa é isso: Ficar puto com a não-morte do Capitão Kirk.

Além da Escuridão – Star Trek

Star Trek Into Darkness (132 minutos – Ação)
Lançamento: EUA, 2013
Direção: J.J. Abrams
Roteiro: Roberto Orci, Alex Kurtzman e Damon Lindelof, baseados na série criada por Gene Roddenberry
Elenco: Leonard Nimoy, Zachary Quinto, Anton Yelchin, Zoe Saldana, Chris Pine, Alice Eve e Benedict Cumberbatch

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