Bandas de mentira que deveriam existir – Parte 1
E eis voltou ser modinha ter bandas de mentira em filmes como Scott Pilgrim Contra o Mundo, Nick e Nora – Uma Noite de Amor e Música ou O Roqueiro. Essas bandas fictícias vieram com tudo pros cinemas. Com músicas originais escritas pros filmes ou com versões, alguns desses grupos se destacam pela formação inusitada, importância na história ou simplesmente pela excêntrica qualidade musical.
The Wonders – O Sonho Não Acabou
The Wonders é com certeza a primeira banda que me vem a cabeça quando se trata de bandas em filmes, até por que o single de mentira da banda se tornou um hit de verdade e é tocada até hoje em festas. E além da música grudenta do filme (Escrito, dirigido e atuado por Tom Hanks) ele conta a ascenção e queda de uma banda genérica de um sucesso só, as One-Hit Wonders tão comuns nos anos 60. Além de tudo ele tem a Liv Tyler. Ah… Liv Tyler! Eu realmente queria que essa banda existisse, mas o engraçado é que tem muita gente que realmente acha que ela existiu, se você procurar um pouco no Google encontrará retardados gente que chegam a perder totalmente a linha quando alguém diz que essa banda é de mentirinha.
Hedwig – Rock, Amor e Traição
Hedwig é um filme bizarro, grotesco, exagerado, engraçado de fazer o cu dar bote e triste. O diretor criado a leite com pêra e ovomatino John Cameron Mitchell interpreta o vocalista e bandleader Hedwig, um travecão homem que não conseguiu se tornar mulher e tem uma das personalidades mais incríveis do cinema. O filme é a única coisa que consigo chamar de opera rock sem que me dê bocejos (Desculpa, Tommy) . As músicas tem letras esdrúxulas que ajudam a contar a trágica história do personagem.
Velvet Goldmine
Velvet Goldmine funciona como uma biografia não autorizada (E exagerada) do relacionamento entre David Bowie e Iggy Pop que no filme são duas bichonas interpretados por Jonathan Rhys Meyers e Ewan McGregor, respectivamente. Mas a trilha sonora é mais impressionante ainda. Com a curadoria de Michael Stipe, a trilha sonora reune clássicos do período glam dos artistas tais como T. Rex e Roxy Music e uma banda composta por Thurston Moore (Sonic Youth), Don Fleming (Gumball), Roh Asheton (The Stooges), Mark Arm (Mudhoney), entre muitos outros, que entrou em estúdio para gravar as músicas das bandas de Curt Wylde e Brian Slade: Wylde Ratttz e The Venus In Furs, respectivamente. No filme, a voz de Mark Arm foi substituida pela do ator escocês (E eu não posso reclamar, porque ficou ótimo) e a de Rhys Meyers… Deixa pra lá.
The Rutles – All You Need is Cash
Quando se fala em Mockumentary, todo mundo pensa logo em Spinal Tap, mas a raiz da coisa veio dessa sátira aos Beatles realizada na Inglaterra, contando com um impagável cast de membros do Monty Python e do Saturday Night Live, além da participação (Na frente e por de trás das câmeras) do próprio George Harrison, estragando algumas piadas tirando sarro de si mesmo. Além de ótimas piadas e o típico humor ácido inglês, The Rutles tinham músicas com ótimas sacadas em cima das originais. Para qualquer fã ou não, principalmente, rir bastante.
Os cabeças de vento
Chazz (Brendan Fraser), Rex (Steve Buscemi) e Pip (Adam Sandler) são os integrantes da banda de rock The Lone Rangers que invade a rádio KPPX com armas de brinquedo pra obrigar o DJ Ian (Joe Mantegna) a tocar sua fita demo. Bem, se uma sinopse dessas não te chama atenção, eu não sei o que mais poderia chamar. A banda era formada pelos atores e eles tocavam mesmo. Sério. O filme passou batido, o disco também e o pior disso tudo é que a banda era mesmo legal…
Loucos pela fama
Quando o diretor Alan Parker começou esse filme, ele decidiu que precisava trabalhar com amadores, que fossem mais músicos e menos atores. Um elenco profissional não seria capaz de dar o molho de autenticidade necessário para a história funcionar. O que fez Parker? Foi à periferia de Dublin e fez testes com aproximadamente 1,5 mil rapazes e moças pobres. Isto significou praticamente fazer um documentário. O resultado é um longa-metragem que captura com exatidão a esperança e inveja que existe num grupo de adolescentes trabalhadores tentando fazer carreira musical. Parker escolheu o estilo musical perfeito. Soul é música sem frescura, não é música de virtuosos, é puro coração.
Funciona porque detém a aura de realismo, alternando os diálogos cheios de humor (Há diversas cenas engraçadíssimas, como a longa seqüência de testes com toda a vizinhança, os candidatos foram interpretados realmente por rejeitados dos testes reais) com números musicais longos e cheios de suingue. A música composta por clássicos do soul (Smokey Robinson, James Brown, Wilson Pickett) é genial e bem executada. A qualidade musical começa vacilante, mas vai ganhando dinâmica, sabor e intensidade, gradativamente, ao mesmo tempo em que as relações dentro do grupo passam por um processo de deterioração. Assim, quando a banda finalmente está em ponto de bala, seus integrantes não se suportam mais e o filme retrata este processo. Tudo chega ao auge numa noite repleta de bebida, música e desencontros divertidos dentro de um bar bem vagabundo, daqueles onde a alma do verdadeiro rock’n’roll sempre poderá ser encontrada.
Os Irmãos Cara-de-Pau
Um clássico que não poderia faltar nessa lista. O filme é filho do programa Saturday Night Live e do amor de John Belushi e Dan Aykroid pelo blues e bluegrass. Os Blues Brothers foram uma banda originada de um quadro do tradicional programa norte-americano Saturday Night Live, desse programa sairam quase todos os atores de comédia dos E.U.A, a banda era formada por Dan Aykroyd e John Belushi e logo começou a fazer sucesso suficiente para gravar seu próprio CD e pouco tempo depois o próprio filme contando a história fictícia da banda (Que já não era mais tão fictícia assim).
O filme é antológico e conta com a participação de vários artistas de renome como James Brown, Ray Charles e Aretha Franklin e uma ótima trilha sonora. Infelizmente John Belushi faleceu em 82, mas a banda continuou a fazer shows com convidados especiais e lançou uma sequencia do filme original em 2000, chamada de Blues Brothers 2000. Bem, mas isso não importa, esse filme foi fraco, muito fraco.
Amanhã eu volto com a segunda parte. Se o editor deixar…
Nota do editor: Só semana que vem.
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