Clássicos do Horror – Possessões Demoníacas
Quando comecei a escrever essas colunas temáticas, nunca imaginei que encontraria tanta divergência, quanto a qualidade, de acordo com os gêneros. Se comecei com o pé esquerdo falando sobre Múmias, hoje eu definitivamente estou pisando com o pé direito. Mas deixemos de enrolação e vamos ver o que o cinema nos traz sobre possessões demoníacas.
O Exorcista
(William Friedkin, 1973)
Pouquíssimos são os filmes que podem ser considerados lendários dentro de um gênero. O Exorcista é um deles. Falou em filme de horror, pode ter certeza absoluta que alguém vai citá-lo. E é claro que sempre vai ter um chato pra dizer que não tomou nenhum susto assistindo o filme, e que terror de verdade é O Ataque do Palhaço Psicótico 9 ou algum trash do gênero. Ignorem. Estou falando de uma obra tão bem escrita que conseguiu agradar o cinema hollywoodiano (Levando até mesmo o Oscar de Roteiro Adaptado e sendo o único filme do gênero indicado a melhor filme) – mesmo colocando uma personagem que fica presa pelo teto, vira a cabeça, se masturba com um crucifixo e vomita sopa de ervilha. Não é a toa que figura no top 100 do baconfrito.
A Profecia
(Richard Donner, 1976)
Bons tempos em que filmes de terror eram estrelados por um ator do calibre de Gregory Peck. E eu não estou falando de uma obra de horror “cult”, mas em algo realmente pesado. A cena da decapitação é um marco até hoje – não só por não poupar o espectador de ver uma cabeça voando, como por estar sendo orquestrada por uma trilha sonora demoníaca (Que, pasmem, levou o Oscar). Tudo para contar a história do menino Damien (Que pensando bem, não chega nem mesmo a estar possuído – o infeliz é o próprio anticristo), uma criança tão amada que é normal ver pessoas se enforcando somente para agradá-lo (Apesar dos babuínos não gostarem muito…). A título de curiosidade, o Damien original nunca mais atuou – porém fez uma ponta como repórter no remake de 2006.
Carrie – A Estranha
(Brian De Palma, 1976)
1976 foi um ano bom para o cinema de horror. E já que falamos tanto do Oscar até aqui, poderia resumir as qualidades da obra, citando a indicação de Sissy Spacek (A própria Carrie) como melhor atriz. Quando se imaginaria protagonistas de filme de terror teen, sendo ovacionadas por Hollywood? Isso tudo porque Carrie é muito mais do que isso. É uma mistura de gêneros, baseada em uma história de Stephen King (Que se você tem a miníma noção sobre o tema de hoje, saberá que aparecerá mais uma vez), que ataca a religião, faz referências a Hitchcock (É Brian De Palma, afinal) e conta com um John Travolta logo antes de estrelar Embalos de Sábado a Noite (1977) e Grease (1978) e virar o sex simbol de uma geração. Preciso dizer mais? Ah, sim. O final é espetacular.
O Iluminado
(Stanley Kubrick, 1980)
Se vocês não suspeitavam que essa obra prima de Kubrick apareceria pro aqui, você não merecem estar lendo essa coluna. O filme de 3 horas, todo pautado na atuação de Jack Nicholson (Possivelmente, a melhor de sua carreira), é possivelmente a melhor resposta para aquela afirmação “o livro sempre será melhor que o filme”. É O CARALHO. O livro de Stephen King é medíocre (Citando o próprio Kubrick), cheio de elementos desnecessários (Pra que colocar monstros na história?) e com um ritmo falho. Mas é claro que os puristas, e o próprio King reclamaram – a ponto do escrito dirigir uma adaptação fiel anos depois. Que ficou uma merda, diga-se de passagem. E a obra de Kubrick é tão icônica que basta citar algumas palavras chaves, que até mesmo quem não viu o filme vai ter noção sobre o que estou falando. Quer a prova? Triciclo. Gêmeas. Labirinto. Machado. REDRUM. E só pra constar – a cena em que Shelley Duvall (Vulgo Olívia Palito) descobre o conteúdo do livro de Torrance, para mim, é a cena mais tensa da história do cinema. Nuff said.
Estão percebendo como cada vez estou ficando mais psicopata?
Deve ser a exposição contínua a fimes de horror. Porém essa linha de pensamento me leva a crer…
…que os leitores do Bacon são viciados em Malhação.
Né não, Pizurk?
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