Clássicos do Horror – Slashers

Clássico é Clássico segunda-feira, 05 de abril de 2010

A partir de hoje começo um especial sobre os clássicos do horror no cinema. Falarei sobre Lobisomens, Aliens, Crepúsculo, Vampiros, Múmias, Zumbis e outros seres que habitam nossa imaginação. Para dar início ao assunto, resolvi escolher o nicho mais cinematográfico dentre todos os pertencentes dessa rica mitologia: Os Slashers – assassinos, geralmente fantasiados, matando pessoas aleatoriamente das mais diversas formas para a satisfação dos adolescentes do público. Como esse tipo de filme tem um público pequeno, porém fiel, os produtores geralmente trabalham com baixíssimos orçamentos, resultando (Porém não sendo desculpa) em roteiro, direção e atuações fraquíssimas – beirando ao cômico. Engana-se porém, quem pensa que essa “quase indústria a parte” não atinge (Ou atingiu) o mainstream. E são sobre aqueles que conseguiram, que eu vou falar hoje.

Leatherface

(O Massacre da Serra Elétrica, 1974)

O avô dos Slashers (Dizem que o bisavô é Norman Bates, mas eu prefiro ignorar), Leatherface, fez escola, para todos os filmes do gênero que viriam a seguir. Mais do que isso, a história do homem deformado que se vinga fazendo máscaras de pele humana foi um dos filmes mais lucrativos da história – tendo um custo de 150.000 doláres e lucrando mais de 100 milhões no mundo inteiro – muito disso devido ao ineditismo daquele terror físico no cinema. Mas créditos sejam dados – o primeiro filme da série é de uma competência raríssima em filmes de horror, optando por uma tensão mais conceitual do que visual. O trailer original (Um dos melhores e mais famosos da história do cinema), que vocês podem ver abaixo, diz tudo: nada de sangue e muita sugestão. Também foi o primeiro “slasher movie” a ganhar um remake produzido por Michael Bay (em 2003).

Michael Myers

(Halloween – A Noite do Terror, 1978)

Com uma história parecida com a de Leatherface e um orçamento tão ridículo quanto (Não havia nem mesmo figurinista, e por isso, os atores, incluindo a então estreante Jamie Lee Curtis, tinham que atuar com suas próprias roupas), o filme do homem que foge do hospital psiquiátrico no dia das bruxas se tornou um clássico dos “B-Movies”. Talvez sem tanto carisma quanto os outros psicopatas da lista, Michael Myers acabou sendo o renegado do imaginário cinematográfico, o que gerou um (Micro) fã clube que defende o vilão – afinal, Michael é de fato o pai do gênero – tão ferrenhamente quanto Trekkers ou os fãs da franquia de George Lucas. Teve seu reboot nos últimos anos com uma sequência lançada nesse ano.

Pamela e Jason Voorhees

(Sexta Feira 13, 1980)

Apesar da fama de um dos maiores serial killers do cinema ser de Jason, quem inicia o festival de matanças (E sim, isso é um grandíssimo spoiler do primeiro filme) é sua mãe. Cozinheira em um acampamento em Crystal Lake, Pamela Voorhees enlouquece ao perder o filho afogado, enquanto os monitores davam umazinha e resolve matar todo mundo. Com sua morte no final do primeiro filme, Jason volta das trevas e vai vingar sua mãe. Resultando em um dos vilões mais resistentes do cinema: segundo o site Wikipédia, durante toda a série Jason levou mais de 435 tiros, foi esfaqueado 106 vezes, foi cortado diversas vezes por Freddy Krueger (Em Freddy x Jason), levou 20 machadadas, foi atropelado por um trator e um carro, soterrado por um telhado, foi atingido por vasos, um sofá, pedaços de madeira, duas cadeiras, livros, uma estante, uma televisão, quebrou o pescoço no bote de Crystal Lake, teve fincados ao longo do seu corpo 15 barras de ferro, foi parcialmente queimado, levou cerca de 50 socos no rosto, levou pedradas no rosto, perdeu 4 dedos da mão direita, teve os dois olhos furados, foi afogado em água e lixo tóxico, foi explodido, foi criogenizado, foi enforcado, foi decepado, foi eletrocutado, foi contra andaimes cerca de 15 vezes, foi esmagado, perdeu a perna, teve metade de sua cabeça estourada, ficou no espaço sem ar, em baixas temperaturas e sofreu entrada brusca na atmosfera com uma temperatura de 300°C (Na obra prima do cinema moderno Jason X). Ganhou seu remake produzido por Michael Bay a pouco tempo, que acabou por ser um dos filmes de terror de maior bilheteria na história do cinema.

Freddy Krueger

(A Hora do Pesadelo, 1984)

Um dos mais sobrenaturais vilões da lista, Freddy Krueger é de longe o com métodos de assassinatos mais inusitados. Espírito de um pedófilo (Que agia na Rua Elm, que dá o nome original ao filme – A Nightmare on Elm Street) queimado vivo pelo pais da vítimas, Freddy passa a matar, através dos sonhos, os filhos de seus assassinos. Agindo no reino onírico, o vilão é um prato cheio de mortes criativas – “triturações em camas” (Talvez a morte mais emblemática dentre todos os filmes da série), suicídios de marionetes vivas e até mesmo dentro de video games, cujo exagero crescente acabaram por banalizar o vilão. Mas nem tudo está perdido, ao contrário de Jason, na onda de remakes de Michael Bay, o vilão parece que vai ganhar um remake a altura – sendo protagonizado por Rorshchach Jackie Earle Haley e ganhando um roupagem bem mais assustadora.

Charles “Chuckie” Lee Ray

(Brinquedo Assassino, 1988)

A história do assassino que antes de morrer transfere sua alma para um boneco é o único caso da lista em que a franquia ganhou um “sobre fôlego” com seus últimos títulos. Seus últimos dois filmes A Noiva de Chuckie (1998) e O Filho de Chuckie (2004), abraçaram a tosquice, deixando o horror um pouco de lado e abraçando a comédia de gosto duvidoso. E adivinhem? Deve ganhar um reboot em breve – porém longe das mãos de Michael Bay.

“Ghostface Killer”

(Pânico, 1996)

Quem diria que o mais “real”/crível dos vilões seria justamente uma paródia do gênero? E que esse filme (E suas duas sequências) seriam as três maiores bilheterias já conseguidas por slashers movies? O vilão viciado em filmes de terror, e que assassina todos aqueles que erram seu questionário, eternizou a frase “Hello Sidney!” e reviveu o gênero. Ainda sim, um Pânico 4 vem por ai, para, muito provavelmente, sujar o bom nome que a franquia deixou.
E tem forma melhor de finalizar essa coluna, do que citar a irônica lista feita em Pânico?

* Você não sobreviverá no filme se fizer sexo.
* Você não sobreviverá no filme se beber álcool ou consumir drogas
* Você não sobreviverá no filme se disser “Volto já” ou “Quem está aí?”

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