Do Que Os Super Herois Precisam – parte 1

Cinema quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Entre revistas pulp, zines, tiras nos jornais, romances e programas de rádio, os super herois têm estado por aí desde a metade do século 19, mas foi só em 1933 que surgiria o bom escoteiro, e que, alguns anos mais tarde, daria origem aos super herois como hoje os conhecemos: Quartéis generais secretos, poderes sobre humanos e uniformes apertadinhos. Porém desde os anos 20 esses personagens eram adaptados para o live action, tanto em séries, especiais, longa metragens e seriados, e o primeiro dos super herois a ganhar sua versão em carne e osso foi o Bátima CHUPA MARVEL. E de lá pra cá o trem não parou mais.

 Não é um Adam West, mas ainda é melhor que um Ben Affleck.

Praticamente desde que surgiram, os super herois tiveram suas histórias divididas em mais de uma mídia e isso se dá por um motivo muito simples: Eles faziam sucesso. A Primeira Guerra já tinha acabado há anos e a maior parte do mundo ocidental crescia economicamente: Quadrinhos eram baratos, rápidos e fáceis de consumir, eram novidade e apelavam para diversos públicos diferentes, e isso é a receita fácil para o sucesso no entretenimento. O “inimigo no Leste” tinha sido derrotado e tudo ia bem, até que chegou a Segunda Guerra… E tudo ficou melhor. Porque o inimigo voltou e os personagens que tinham passado os últimos anos gritando por aí que conseguiam parar um trem em movimento agora poderia “provar” que podiam fazer essas coisas contra Hitler. E conseguiram. E aí a paz deixou tudo muito chato e os super herois perderam popularidade.

Desde o começo dos anos 40, os super herois não pertenciam mais unicamente às páginas dos gibis, tendo peças no rádio, episódios exibidos nos cinemas e, quando a TV surgiu, ganharam suas primeiras séries. Até que, em 1978, de novo ele fez a diferença: O primeiro filme do Richard Donner mudou o que o público conhecia dos super herois até então. O que antes eram produções de baixo orçamento agora seriam os maiores nomes do cinema mundial, o que deu início à uma corrida pra ver qual heroi tinha filme: Capitão América, Monstro do Pântano, Howard o Pato, Hulk, Batman, Rocketeer, Justiceiro, Quarteto Fantástico, Juiz Dredd, O Corvo, Fantasma, Spawn, Blade, Nicky Fury. Apesar desses nomes povoarem os anos 80 e 90, foi só em 2000 que chegou o primeiro filme dessa nova leva: X-Men.

 Tem 16 anos. DEZESSEIS anos.

O problema é que entre o final dos anos 80 e o início dos anos 90 o sucesso iniciado com Superman já tinha se esgotado, e o que uma década antes era o maior filme do mundo agora dava crias que só preenchiam espaço. E foi nesse cenário que surgiu o primeiro X-Men, e que possibilitou, dois anos mais tarde, o primeiro filme da primeira trilogia do Homem Aranha. Claro, ainda era a escola anos 80 de casting, mas cara, como o primeiro Omaranha foi grande. A fila do cinema ocupava metade do andar do shopping quando fui assistir no primeiro dia.

O sucesso não só permitiu outros dois filmes, mas reavivou a onda dos super herois, e rolou Blade II, Demolidor, mais X-Men, outro Hulk, Mulher Gato, Elektra, Constantine, Hellboy, Quarteto Fantástico: Era a primeira vez que nomes muito menores do universo dos quadrinhos davam as caras no cinema e pro grande público. Até que, finalmente, era hora de começar a trazer os grandes nomes novamente: Tinha 8 anos sem um filme do Batman e dezenove sem um Superman. Quando Batman Begins saiu, os filmes de super heroi já tinham voltado com certa força; claro que no meio teve diversos problemas e que muitos desses filmes são de qualidade altamente questionável, mas desde 2000 todo ano havia uma nova adaptação dos gibis pro cinema, até que, em 2008, saiu o primeiro Homem de Ferro.

 E a menos que você tivesse uma afinidade para artistas falhos dos anos 90, Downey Jr. não existia.

Em 78, Superman mudou os super herois para o público, em 2000 X-Men começou o que seria a era das franquias, mas Homem de Ferro definiu o que temos hoje. E a real é que ninguém ligava pro personagem até então. Em 2008, X-Men já era uma franquia definida, Batman também, Homem Aranha, Blade… Homem de Ferro fez algo que os super herois não tinham há pelo menos meio século: Uma era de ouro.

O problema da era de ouro é que ela termina, e se você decidir assistir um dos próximos filmes vai se dar conta de que o que tá rolando nos filmes agora já é bem diferente do que rolou no primeiro Homem de Ferro. Isso é bom, afinal tudo precisa evoluir, mas outro também significa que muito em breve a era de prata dos filmes de super heroi vai chegar. E, vez após outra, os quadrinhos já provaram que não sabem lidar com crises, esperando que o mundo à sua volta melhore ao invés de reagir à ele. E agora, quem poderá nos defender?

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