Guia básico pra assistir o último filme do Harry Potter – Parte I
Passado o oba-oba da estreia, resolvi dar minha humilde opinião sobre o último filme do Harry Potter só agora, pra não bater de frente com as milhares de resenhas e adulações em geral típicas da época de lançamento. Por isso, e só por isso. Não porque Brasília tenha virado o point do inverno pra tudo que é parente tenha tido motivos pra lá de nobres pra debizar nas últimas três semanas. E eu digo isso porque vocês nem perceberam, claro.
O que importa é que não satisfeita em fazer uma simples resenha, resolvi dar um pequeno guia pra você que não aguenta mais dizer Q ao ouvir falar em Quadribol, Cerveja Amanteigada ou n’Aquele-que-não-deve-ser-nomeado. E um outro pra quem já é fã dos livros e não consegue mais assistir o assassinato da trama. Já estamos no sexto filme, então senta que lá vem história. Preciso avisar que SÓ TEM SPOILER DAQUI PRA FRENTE? Espero que não.
Guia pra quem não sabe diferenciar o leão da Grifinória da cobra da Sonserina
FILME 1- A PEDRA FILOSOFAL
Harry Potter era um coitado. Deprimente mesmo. Os primeiros minutos de história parecem A Cor Púrpura, do tanto que o menino só se lasca. Os pais morreram antes de ele completar 1 ano e foi largado com os tios malas, que trancam o pobre embaixo de uma escada pra passar fome. Pra completar, Harry, além de miserável ainda é esquisito e tem uma cicatriz estranha na testa, um cabelo incortável e bate papo com cobras. Dez anos de sofrimento depois, no dia do seu décimo primeiro aniversário, eis que surge uma simpatia de gigante que conta que essas esquisitisses de Harry tem explicação: ele é ÓH um bruxo. E um bruxo ricaço e famoso. Nessas ele vai pra Hogwarts, a escola de magia e bruxaria mais próxima de Londres e lá descobre que os pais foram mortos por um bruxo terrível, que matou geral há 10 anos e que o único que sobreviveu foi ele, causando o sumiço desse que ninguém tem coragem de dizer o nome (mas eu sou Trouxa e digo: Voldemort). O motivo nem é explicado nesse filme, não se preocupem.
Aí que o Harry conhece Rony, sua cambada de irmãos ruivos e Hermione, além do vilãozinho Draco. E claro, o diretor da escola, Dumbledore, que morreu antes do terceiro ou quarto filme. O ator, não o personagem. O personagem só morre no… Do que falava? Pois sim, esse primeiro filme serve mais pra apresentar a história pro mundo Trouxa (ou não-bruxo, noob). É nele que Harry joga Quadribol (uma mistura de futebol americano, basquete, polo, amarelinha e Banco Imobiliário jogados em cima de uma vassoura que voa) pela primeira vez. Ele tem talento natural pra ser o Apanhador, que é aquele que fica só de olho no Pomo de Ouro, uma bolinha com asas super rápida que voa pelo campo. O trabalho do Apanhador é pegar essa infeliz, o que acaba com o jogo e dá 150 pontos pro time do cara que conseguir a proeza. Se ninguém pegar o Pomo, a partida pode durar meses. Além dessa bolinha, tem também a Goles, que os três artilheiros do time têm que jogar nos gols (que são três aros localizados em dois cantos do campo e são defendidos pelo goleiro. A cada gol são marcados 10 pontos pro time) e dois Balaços, que são umas bolas dos inferno que tem como objetivo matar os jogadores atrapalhar o jogo. É dever dos batedores mandar essas danadas pra longe. Isso, meus queridos, é quadribol. O nome, se vocês foram lentos o bastante pra não ter concluído, é porque tem quatro bolas no jogo.
Além das apresentações, a trama é voltada pra mostrar que o tal Lord das Trevas ainda tá na ativa, ainda que tenha que habitar a parte de traz da cabeça de um dos professores do Harry pra tentar achar a tal pedra filosofal do título. Quem já teve a infelicidade de ler O Alquimista, do Paulo Coelho, sabe que a Pedra Filosofal é o objetivo máximo da alquimia e dá ao seu dono o poder de transformar qualquer metal em ouro e produzir o Elixir da Vida, uma bagaça que levanta defunto e mantém os que já deviam ter morrido andando tipo a Hebe. O Voldie acha a tal pedra, mas como não pode toca-la, Harry triunfa pela primeira vez (ou segunda, teoricamente).
Por que assistir: porque é nesse que tem todas as apresentações.
Por que não assistir: porque dá pra entender os outros filmes mesmo sem as apresentações.
FILME 2- A CÂMARA SECRETA
Harry já não fica mais no armário debaixo da escada na casa de seus tios porque eles têm medo que o menino lance um feitiço qualquer se ficar bravo, sem saber que os bruxinhos só tem permissão pra praticar magia fora da escola depois dos 17 anos. Durante as férias, Harry recebe a visita de Dobby, um elfo doméstico (um tipo de escravo orelhudo doméstico dos bruxos) que tem adoração pelo garoto e vem avisar que não é pra ele voltar pra escola ou algo de terrível vai acontecer. Mas ele nem liga e vai pra escola num carro voador com Rony. Lá Harry conhece o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Gilderoy Lockhart (um dos melhores personagens de toda a série, na minha opinião) cinco vezes vencedor do prêmio Sorriso Mais Atraente do Semanário dos Bruxos e se vê sempre no lugar errado durante os ataques de um basilisco (uma cobra gigante) que ameaça todos os nascidos trouxa da escola. Num dado ponto, inclusive, até a Hermione vira pedra.
A câmara secreta é um lugar que ninguém sabe onde fica (mesmo?) onde uma menina morreu por conta do Basilisco há muitos e muitos anos. Partindo logo pro fim da história, a irmã de Rony, Gina, é hipnotizada por um diário que pertenceu ao Voldie e Harry tem que salva-la. Ele acha a tal câmara porque consegue falar com cobras e com a promessa de ajuda de Rony e Lockhart, vai atrás da menina que é sua fã número 1. Só que Lockhart é um charlatão, claro. Enfim, ele mata a cobra com a espada do criador da Grifinória, acaba com o (spoilerzão – pedaço de) espírito do Voldemort e salva o dia. Ou o livro.
Por que assistir: Esse diário e a espada vão ser lembrados lá no sexto livro, então é bom ficar atento. E também porque acho que é a primeira vez que é dito o nome verdadeiro do Voldie: Tom Servoleo Riddle, que depois virou um anagrama pra Eis Lord Voldemort (tradução infeliz, mas tá valendo).
Por que não assistir: É, de longe, o pior filme (e livro) da série. É lento, sem sal, sem contribuição maior pro resto da história além das três coisas que falei ali em cima e é desanimador pros bestas que só assistem pela Emma Watson, já que a Hermione passa metade do filme em coma.
FILME 3- O PRISIONEIRO DE AZKABAN
Depois da chatice do segundo, vem um que é de arrasar quarteirão. Pelo menos o livro. Mas vá lá, o filme é legalzinho também. Azkaban, pra começar, é a prisão dos bruxos. Tá lotada de Comensais da Morte, que são os seguidores do Voldemort e é guardada por dementadores, umas criaturas que se alimentam da felicidade dos outros e que suga a alma através de um beijo. A história começa com a notícia da fuga de um dos prisioneiros, o Sirius Black e com a entrada de um novo professor de Defesa Contra a Arte das Trevas (sim, muda anualmente. O cargo é amaldiçoado), o Lupin. Durante o terceiro ano os alunos tem permissão pra visitar Hogsmeade, uma pequena vila próxima a escola que tem lojinhas de um tanto de coisa e, tchans, PUBS. Sendo um livro inglês, já tava demorando pra começar a ter álcool na história.
O inimigo em questão aqui é o Sirius e os dementadores que o buscam, o Voldie fica meio de lado. E agora Harry ganha a ajuda de um mapa que diz onde cada morador do castelo está. Partindo pro final do filme (de novo): Harry descobre que Sirius, Lupin, seu pai e o rato do Rony (que na verdade é o Pedro Pettigrew) formavam um grupinho que tocava o terror em Hogwarts anos antes. Os quatro eram animagos (podiam se transformar em animais) e foram eles que criaram o Mapa do Maroto. E Sirius na verdade nem é o inimigo, e sim um padrinho de Harry que foi preso injustamente. Sem vergonha mesmo é o Pettigrew, que se escondeu como rato na casa do Rony por anos e depois saiu correndo pra tentar achar o Voldie, já que ninguém achou graça na covardia dele. É nesse filme que Harry enfrenta mais de cem dementadores e ganha, claro, quando projeta um patrono decente. E patrono é um animal que sai da varinha do bruxo que o lança enquanto pensa em algo muito feliz, por sinal, e que afugenta o dementador.
Por que assistir: Porque Hogsmeade é mó legal e te faz ter vontade de beber cerveja amanteigada, seja lá como isso for. Também por que o Harry finalmente conhece um pedacinho de família e anda de Noitibus (um ônibus pra bruxos que anda MUITO rápido). E pelo Mapa do Maroto. E porque descobre um pouco da história do pai. E porque um rato vira gente. Cara, é um dos melhores episódios da série e é cheio de referências pra todos os outros filmes. E é o último filme coloridinho da série. A partir do quarto a coisa começa a ficar mais pesada e sombria.
Por que não assistir: Não sei quem foi o diretor dessa bagaça, mas resolveu que a floresta proibida em frente ao castelo deveria se transformar num bosque florido. Entre outras coisas medonhas. E tá, eu sei que o diretor é o Cuarón (do E Sua Mãe Também), que é ótimo. Mas que fez merda no Prisioneiro de Azkaban, fez. Mas acho que pra quem não leu o livro não deve fazer lá muita diferença.
Espero ter ajudado um pouco. Ou não, cês sabem que eu não me importo muito. Semana que vem escreverei sobre os dois outros filmes, além do que está em cartaz. E, como prometido, vou dar um guia pra quem é fã de carteirinha dos livros e vive me perguntando comofas pra gostar dos filmes. Aguardem. Por hora, podem reclamar a vontade nos comentários. E observem que eu costumo responder, então… Voltem sempre.
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