Mamonas Nunca Mais

Música segunda-feira, 20 de junho de 2011

Essa semana estreiou Mamonas Pra Sempre, que é um documentário acerca da banda, com “cenas inéditas” (Quando não são inéditas?) e acima disso tudo, a “revelação bombástica” (E quando não é bombástica?) de que Dinho iria sair da banda. E já que todo mundo está falando de Mamonas Assassinas, já tava na hora de dizer umas verdades.

 Fazia tempo que não via safadeza tamanha só pra aumentar bilheteria de filme.

Todos conhecemos os Mamonas Assassinas e sabemos a história da banda, mas como tem muita gente burra atualmente, vou resumir: 5 malucos de Garulhos resolveram se juntar pra fazer rock, então formaram a banda Utopia, que só fazia covers, mas como era uma bosta, eles resolveram se assumir como músicos de merda, mudaram o nome da banda para Mamonas Assassinas e passaram a fazer um pop-brega-rock. Ficaram famosos com isso, venderam um monte de discos (Porque na época não havia compartilhadores, tipo o Kazaa) e morreram num acidente de avião, indo para Portugal (Onde mais?), na Serra da Cantareira, em São Paulo.

Qualquer brasileiro (E muitos portugueses) com bom gosto musical e com inteligência conhecem os Mamonas, sabem todas as letras e estão prontos para atacarem qualquer adolescente idiota que fale:

 LOL Mundo Animal WTF?!

Pois é. A Utopia começou em 1990, só mudando para MA (Mamonas Assassinas, não Maranhão) em 1995, ou seja, a banda já tinha 5 anos de “carreira”, e em 1996, antes do acidente, já contabilizavam um ano no estilo que todos conhecemos. Sinceramente, não acho que os MA durassem mais de 5 anos (Terminando em 2000 ou 2001): Ficaria repetitivo, cansativo e sem graça. O primeiro (E único) álbum, que leva o nome da banda, tem 14 músicas, e todos sabemos essas músicas à beira da exaustão. Claro que se houvesse mais álbuns, não seríamos tão fissurados nestas 14, mais outros 3 álbuns, no mesmo estilo, com as mesmas piadas de peido, bunda, gays, pinto e sexo, seria um saco: É o que acontece com o cinema de humor atualmente, a mesma piada de “bateu no meu saco”, repetida à exaustão.

Claro que é a maior putaria falar agora, QUINZE anos depois, dias antes do lançamento de um filme, que a banda iria se separar, para que o vocalista fizesse a mesma coisa que fazia nos palcos na TV, e não importa se isso veio do pai do Dinho. É, no mínimo, suspeito de qualquer jeito. Os MA eram, na essência, um Zorra Total (Mesmo que programa de TV fosse pior), com as mesmas piadas ruins de sempre. Vejam bem, eu gosto muito mais de MA do que de Zorra Total por um motivo: MA tinham um conteúdo por trás das piadas, tinha uma certa crítica ao país e à sociedade, e tinha a parte musical, que era boa no simples e no cover (Já que a maioria é uma paródia de músicas que o Utopia já tocava), mas não era excepcional. O primeiro álbum foi assim, o segundo talvez fosse, mas um terceiro com certeza absoluta seria diferente. Poderia ser melhor? Claro que sim, mas duvido intensamente disso, duvido sinceramente que a banda e os produtores (Principalmente os produtores) fossem deixar a parte burra da população (Que, sejamos sinceros, eram os maiores consumidores), só para o bem musical da banda.

 É, o Creuzebek te deu Mamonas Assassinas, mas também te deu Rouge, Nx Zero e Manu Gavassi.

Sejamos totalmente sinceros aqui: A parte musical da banda era ruim. Qualquer um com um mínimo conhecimento de música sabe que não há nada de mais alí, como eu falei, são paródias, repetições de outras músicas. Em uma frase, Mamonas Assassinas é como Smoke on the Water: Foda pra caralho, mas fácil de tocar, fácil até demais. As letras são bem feitas sim, com rimas geniais e sim, são algumas das melhores já feitas na história da música brasileira (Sendo MUITO melhores que várias músicas – aqui, aqui e aqui – do Legião Urbana, que tem uma parte musical ainda mais fraca), mas isso não muda o fato que ficaria cansativo, que perderia a o sentido, e principalmente, perderia a graça.

Os MA eram uma banda foda, mas desde o começo já estavam na fila de marcar a data de término. Não tenho dúvida de que o Bento, o Samuel, o Sérgio, o Júlio e o Dinho teriam outros projetos, seja na TV ou não, mas os Mamonas acabariam, fosse no auge fosse no fundo do poço. Não digo que o melhor jeito de acabar isso era num acidente, com corpos mutilados (Caso você seja meio maluco, tem as fotos na internet) e tudo mais, porém não sei se poderia ser de um jeito mais… Digno (Na falta de uma palavra melhor).

Os Mamonas Assassinas eram sim uma banda incrível, não pela música, mas pelo que representou para o país: Não levar as coisas à sério, cobrar por coisas que são direitos dos brasileiros, ser sincero em suas opiniões, independente de elas serem bonitas ou não para a sociedade e mais um monte de clichês, que estariam representadas hoje em dia num álbum inédito, “15 anos de Mamonas”, no que seria uma representação bizarra de saudosismo por uma banda que teria acabado na merda, infelizmente.

Enfim, ouçam sim as músicas e lembrem com alegria da banda, que tiveram a sorte de ser uma das melhores coisas nessa país e não estragarem nesse caminho. Fica aqui a dedicação e os agradecimentos de todos do Bacon (Sim, estou me apoderando da liberdade de expressão de todos eles) aos membros da banda, à Jorge Martins, Alberto Takeda, Isaque Souto e Sérgio Porto, que estão numa bem melhor que todos nós, que teremos de aguentar mais documentários iguais sobre eles.

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