Meu Sério Problema com Cinema Brasileiro – Efeito TecToy

Clássico é Clássico segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Imagina que você mora em um país subdesenvolvido. Um país em que a idéia de “investir em arte/tecnologia” seja uma piada. Um país em que pessoas defendam algo tão tosco quanto o Zeebo. Ah, você não precisa imaginar. Você vive nesse país. E nele existem pessoas que realmente defendem o uso tosco da tecnologia desde que seja feito por mãos nacionais.

Meu deus, como alguém defende o Zeebo?

Essa pergunta me assombra tanto que…

Acorda ai seu elitistazinho, ninguém quer lançar a MILESTONE videogamística mas sim dar o primeiro passo numa alternativa viável a consoles gringos, e como toda iniciativa destas acaba esbarrando em coisas como preço e mal planejamento (Ou você acha que qualquer pobre comprava o primeiro Atari?).

Parem de pensar como os proselitistas (Olha, eu nem sei direito o que isso significa) que são e vejam o lado legal das coisas, num país que não valoriza absolutamente o entretenimento digital uma coisa assim é notável.

AHHHHHHH!!!!

Ela me fez criar uma hipótese. O brasileiro sofre de algo que eu chamo de Efeito Tec Toy

http://www.youtube.com/watch?v=a1Y73sPHKxw

Imaginem o seguinte. Você, leitor do bacon, descobre que o que deveria ser seu cerébro, é na verdade um tumor (O que explicaria muita coisa). Você precisa de fazer um cirurgia arriscadíssima. A quem você confiaria sua vida: A um médico especializado estrangeiro ou a um curandeiro brasileiro? Se você ainda está vivo, creio que tenha escolhido a primeira opção. E esse é o ponto: Não é porque uma coisa é nacional, ou seja, foi produzida sob as regras instituídas por um governo estabelecido sobre as mesmas fronteiras imaginárias em que você nasceu, que ela se torna melhor ou pior. Se algo fede, ele continua fedendo, seja brasileiro, americano ou frânces. Bem, principalmente se for francês.

Por algum motivo que desconheço, entretanto, o mesmo povo que é um dos mais (Se não o mais) anti-patriotas do mundo em qualquer assunto não esportivo, tem lapsos de patriotismo extremista quando se fala de trabalhos porcos brasileiros. Quer mais belo exemplo que a defesa do Zeebo? Ah… Quer mesmo? Assista o trailer abaixo.

Nesses 2:55 de trailer de Área Q, o que você conseguiu pescar? Atuações péssimas, roteiro tosco e efeitos especiais de fazer chorar os olhos? Poisé. Eu também. Mas quer apostar que mesmo assim temos comentários que se encaixam exatamente no Efeito Tec Toy?

Não axei de todo? ruin…tão zoando pq é nacioal, ja vi cada bomba ganhar status de cult por coisas piores que esse filme…

Eu também já vi filmes com efeitos especiais piores e que ganharam status de cult. Quer um exemplo? Tron.

http://www.youtube.com/watch?v=-3ODe9mqoDE

O único detalhe é que o filme foi feito a… HUM… VINTE E OITO anos atrás. A sequência dele (Que não tem cara de se tornar cult) feita nos dias de hoje, usa uma tecnologia um pouco mais polida.

http://www.youtube.com/watch?v=6HcsDc_9LX8

“Mas Tio Pedro, você não acha que filmes ambiciosos (sic) como Área Q só demonstram a evolução da cinematografia nacional, se utilizando de efeitos especiais, que embora defasados quando comparados com o da indústria americana, apontam para um futuro em que estaremos em pé de igualdade?”

Hum… Não? (Antes perceba como a frase acima tem a mesma valia se substituirmos “filmes” por “videogames” e “Área Q” por “Zeebo”. É a hipótese do Efeito Tec Toy demonstrando toda sua polivalência)

Até porque o tempo não é linear. Isso é uma mentira que as potências (Os chefes) contam para países subdesenvolvidos (Trabalhadores bonzinhos) acharem que “estão no caminho certo” (Ganharão uma promoção). Você não precisa ser um país de “terceiro mundo” para se tornar um país de primeiro mundo. Isso seria como dizer que você precisa ter um passado feudalista para se tornar capitalista. Basta ver os próprios americanos – eles “surgiram” lá pros idos de 1700 e em menos de 200 anos se tornaram A potência. E se a 28 anos atrás Tron era “revolucionário”, isso acontece porque a tecnologia mundial ia até esse nível. Não é como se as pessoas de Uganda daqui a alguns séculos verem o cinema nacional produzir um filme com efeitos do primeiro Tron, que isso será aceitável – elas já foram expostas a um conteúdo de melhor qualidade (Ao menos gráfica) vindo de fora.

Então qual a solução?

Posso dar duas respostas que funcionam a “curto prazo”.
A primeira, em nível individual, consiste em você fugir para outro país.

 Foto aleatória que nada tem a ver com o que eu quero dizer com o texto.

A segunda, em nível nacional, consiste em você se utilizar de algo chamado “criatividade”. Algo como acatar os seus problemas, e trabalhar para melhor transformá-los em soluções. Se não temos tecnologia para fazer um Alice no País das Maravilhas

Você pode fazer um Hoje é dia de Maria.

Criando até mais encanto, diga-se de passagem.

E nesse ponto que eu quero chegar. No final, como diria minha antiga colega de trabalho, Bel, é que…

Não importa o tamanho da varinha…

…mas sim, a mágica que ela faz.

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