Neon Azul (Eric Novello)
Estou na sala do computador aqui em casa, com as luzes apagadas e apenas a tela do mesmo acesa. Ao meu lado, na mesa, está o Neon Azul, um livro que me trouxe uma feliz supresa. Olhei para o lado agora pouco e me peguei esperando que o título do livro estivesse aceso, iluminando a sala… E sabem de uma coisa? Eu não duvidaria se realmente acontecesse.
Conheci a Editora Draco sei lá como, há uns anos, mas só recentemente resolvi comprar alguns dos livros de lá, e Neon Azul foi um deles. Não vou mentir: A primeira vez que vi a capa do livro a achei realmente feia, não gostei da sinopse do livro e (Muito provavelmente) disse para mim mesmo que nunca compraria tal livro.
Todo ano, em seu aniversário, a Draco faz uma promoção de seus livros, com 50% de desconto (Sério, é muito foda isso), e na procura de títulos, encontrei outro livro do autor Eric Novello, chamado A Sombra no Sol, que não vem ao caso agora (E que eu ainda não li), mas que (Creio) serve como “continuação” para Neon Azul. Porra, não dá pra ver pornô pulando a parte do boquete.
Neon Azul é uma coletânia de contos, ou como o livro se apresenta, um “romance fix up“, uma coletânea de contos interligados, sem que haja foco num único personagem. A história é relativamente simples: Neon Azul é um bar/boate/inferninho/etc. onde tudo pode ser o que é ou o que não é. O Neon é o grande personagem, mas são as histórias dos seus clientes que contam a história “principal”.
Este livro foi uma surpresa deste o primeiro momento, tanto pelas histórias contadas (Suas linguagens, formas, imagens, etc.) quanto por como eu o li. O livro é pequeno, menos de 170 páginas, coisa que eu leria em horas, mas me obriguei a ler um conto por noite, porque sério, este é um livro para ser lido à noite. Não foi aquela coisa de “não querer parar de ler”, muito pelo contrário, cada conto me deixava com vontade de ler o próximo, mas ao mesmo tempo me satisfazia.
Para o post não ficar muito vazio para quem não leu, deixo a sinopse do mesmo:
Neon Azul é uma boate onde habitam os seus mais sombrios desejos e tentações. É um lugar diferente, repleto de acontecimentos estranhos, mas que poderia estar na esquina da sua casa ou no caminho entre o trabalho e o metrô. Acompanhe a história do inferninho e de seus clientes peculiares, e descubra que realizar seus desejos pode ter efeitos colaterais imprevisíveis. Homens de negócio, prostitutas, artistas e boêmios imersos em uma solidão que só quem passeia pela noite já experimentou; um sentimento comum aos que vivem cercados de gente, com um sorriso no rosto e um copo na mão. Nesse jogo de luzes e sombras que revela a fantasia e encobre a realidade, está nas mãos do leitor a decisão de acreditar ou não no que lê e decidir quem conta as verdades e as mentiras ao longo da história. Assim como o insone gerente do bar, o leitor terá muito o que lembrar quando deitar na cama e fechar os olhos por própria conta e risco.
E é isso: Neon é uma mistura de personagens, nomes, locais, acontecimentos e sençações, que acabam sendo reunidas dentro do bar, sendo que cabe ao leitor explorar cada um desses elementos. Li este livro a primeira vez (Acabei ontem), mas sei que o lerei de novo, e sei que vai ser diferente. E caras, isso é incrível. É mais do que se importar com os personagens ou com o bar… É como se você estivesse alí, numa mesa, bebendo e vendo tudo acontecer.
Mas é claro, nada é perfeito. Achei, em alguns momentos, certas conexões entre os contos um tanto quanto óbvias, mesmo tendo outras que precisãm de atenção (E memória) para serem descobertas. Além disso, o livro tem um certo problema de revisão e/ou impressão: Em vários momentos, pedeços finais de palavras ficaram juntos da próxima palavra, em outros algumas letras foram impressas sobrepostas… Enfim, nenhum erro ortográfico/gramatical que eu tenha notado, mas a falha está lá. E por último, ainda tenho um certo problema com a capa do livro. Se a olho de longe, a acho incrível, principalmente o efeito de neon, mas se paro para olhá-la um pouco, ainda a acho feia… Enfim, só eu sendo babaca.
Senhores, não sei o que pensar sobre Eric Novello e sobre a Editora Draco, simplesmente não sei… Não ainda. Mas este post não é sobre eles, é sobre o Neon Azul, e devo dizer que gostei pra caralho do livro. Talvez por mérito do autor, talvez por mérito da editora, mas desconfio seriamente que o mérito é do próprio livro. Não sei se recomendo Eric, nem a Draco, mas definitivamente vocês tem de ler Neon Azul. Mesmo que seja para achar uma merda, cês ainda tem de passar por isso.
Então, reitero: Neon Azul é um livro diferente, um tipo particular, e que consequentemente trará… “Resultados” particulares. Não sei se A Sombra no Sol é uma boa continuação, torço para que seja. Neon foi uma surpresa por ser como é, e isso já vale o preço do livro, o tempo gasto para lê-lo e cada erro de impressão. Como o próprio livro diz, “depois do primeiro drinque, você jamais será o mesmo”.
Neon Azul
Ano de Edição: 2011
Autor: Eric Novello
Número de Páginas: 168
Editora: Editora Draco
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