O que aconteceu com Supernatural?

Televisão quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Na época em que surgiu, Supernatural era uma série que inovava (Tá nem tanto, mas pelo menos os fãs de Arquivo X, Angel e Buffy tinham com o que passar o tempo após o término delas.). Ver uma família de caçadores de monstros em um Impala velho correndo as estradas da terra do Tio Sam era legal, mas também, naquela época tudo o que tinhamos de sobrenatural na televisão eram Blade e Moonlight, duas grandes merdas. De qualquer jeito, Supernatural também não ia muito bem e nem tinha grande destaque, até que da noite para o dia se tornou o maior sucesso de sua época e do mesmo jeito que se tornou um sucesso conseguiu virar um dos maiores fracassos, até maior do que Smallville. O grande motivo disso? Não saber a hora de parar. O texto a seguir mostra o caminho certo que Supernatural estava trilhando e o atalho preguiçoso que encontrou após sua 4° temporada.

A verdade é que quem não é chato, só passou pelas 2 primeiras temporadas de Supernatural com muito esforço e insistência. A coisa até tinha ficado legal durante a segunda temporada, com todo aquele lance das crianças com sangue de demônio e tals, mas tinham tantos fillers inúteis, que era difícil ficar empolgado com a série. Então veio a batalha entre as crianças encapetadas para ver quem iria liderar os exércitos de Satã, a morte de Sam e o pacto com o demônio de Dean, além dos portões do inferno serem abertos e uma caralhada de demônios fugirem. Fim de temporada. Que venha a 3°. Veio, e veio muito bem. Com todos aqueles demônios a solta causando o caos por aí, com o lance de ser o último ano de Dean na terra, com Ruby (Alguém mais acha a Ruby loira muito mais tetéia que a Ruby morena ou eu to sozinho nessa?), com a demônia fodaraça Lilith, com as tentativas desesperadas de Sam tentar salvar seu irmão e por mais uma caralhada de coisas que quem já assistiu sabe e ainda acaba do jeito que ninguém queria que acabasse mas que todos adoraram, Dean preso no inferno gritando pela ajuda de seu irmãozinho.

A 4° temporada foi a mais esperada pelos fãs da série, e quando estreou teve um dos maiores índices de audiência do ano. Dean desperta em seu caixão e após cavar seu caminho para fora de sua cova, reencontra Bobby (Que é o papai adotivo dos meninos carentes) e Sam, que está pagando de malvadão e caçando demônios por aí na tentativa frustrada de retirar seu irmãozinho do inferno. Todos reunidos, é hora de descobrirem o responsável pela volta de Dean e é aí que a coisa fica interessante. Quando todos pensavam que apareceria mais um demônio fodão, eis que surge Castiel, um anjo fodão. Conversa vai, conversa vem e descobrimos que Lilith está tentando quebrar alguns selos e libertar Lúcifer. Ohhhhhhhhhhhhh! Correria geral para deter o retorno do tinhoso e no meio de toda a confusão descobrimos que Dean foi o responsável por quebrar o 1° selo.

“Quando a alma de um homem bom for para o inferno e derramar sangue de um homem inocente, o primeiro selo estará quebrado”.

Isso mesmo, o corajoso Dean Winchester, para deixar de ser torturado, passou a torturar no inferno. Castiel tentou impedir que isso acontecesse e o retirou de lá, porém já era tarde demais. Certo, um 3° irmão Winchester surge nessa temporada, Anna, uma anja(?) tetéia e caída também dá as caras (Em um dos melhores episódios de toda a série), Castiel passa para o lado dos humanos após descobrir que os anjos também queriam o apocalipse e Sam está viciado em sangue demoníaco. Após esse último enfiar a porrada em Dean e partir pra cima de Lilith, descobrimos que a morte dela seria o último selo a ser quebrado. Assim, os Winchesters não apenas começaram o libertamento de Lúcifer como também o concluíram. A temporada termina com Lúcifer surgindo em uma sala com os irmãos Winchester presos com ele. De qualquer forma, a 4° temporada foi foda por uma infinidade de motivos, mas o principal deles foi o surgimento de Chuck, o suposto profeta que escreve livros sobre a vida dos Winchester sem saber que eles existem. Quando eles se encontram, Chuck acha que ele é um deus e que ele deu vida a seus personagens dos livros e isso culmina na melhor piada da série quando Chuck pergunta se eles passaram pelas histórias terríveis como quando lutaram contra uma praga de insetos ou quando enfrentaram o navio fantasma. Realmente 2 episódios mais que vergonhosos da série e que os roteiristas souberam reconhecer muito bem a cagada que fizeram.

Agora começa a grande estrada para o inferno que Supernatural começou a trilhar. Todos sabem que Eric Kripke sempre planejou 5 temporadas para Supernatural, mas se ele tivesse enrolado menos na 1° e tivesse antecipado alguns acontecimentos, a série poderia ter acabado enquanto ainda estava por cima. A 5° temporada começou a cair mesmo com toda a história do apocalipse acontecendo. Mas tirando 5 episódios que não incluem o último, todos os outros são muito cansativos. Os Winchester e Castiel passam a caçar os 4 cavaleiros do apocalipse, para conseguir seus anéis, que são chaves para reaprisionar Lúcifer. Só aí já vão 4 dos ótimos episódios que a temporada tem, o 5° é o que eles tem que impedir que uma empresa governada por um demônio distribua vacinas que contém o vírus Croatoan, que transforma as pessoas em uma espécie de zumbi. A temporada se resume em viagens no tempo, viagens ao céu, participação especial de Paris Hilton, monstros chatos e mais um monte de coisas entediantes, mas de qualquer jeito você ainda está tenso, pois Kripke anunciou que seria a última temporada e isso queria dizer que veríamos o quebra pau contra Lúcifer de qualquer jeito. E isso foi uma grande merda. Logo de cara descobrimos que Dean é o receptáculo de Miguel, e Sam o receptáculo de Lúcifer. Ou seja, os irmãos teriam que ser possuídos, tampar na porrada um com o outro e querendo ou não, um deles iria morrer. Certo, como Dean insiste em dizer não a Miguel, os anjos resolvem ressuscitar o 3° irmão Winchester (Que havia morrido na temporada passada) e usá-lo como receptáculo. Logo, a única conclusão que Dean, Bobby, Castiel e Sam encontram é Sam dizer sim para Lúcifer, tentar retomar o controle de seu corpo e se jogar no portal que seria aberto com os 4 anéis dos cavaleiros do apocalipse. Certo, isso acontece, mas a batalha final resulta em uma enorme decepção, talvez a maior decepção de todo o mundo das séries decepcionantes. Era o último episódio porra, todos queríamos ver um porradeiro bonito. Lúcifer tinha um exército de demônios, ia ser muito foda ver Bobby e Castiel lutando contra eles enquanto Dean tenta aprisionar Lúcifer, mas isso infelizmente não acontece. Dean e Lúcifer se encontram durante o dia em um campo afastado da cidade e após Dean apanhar bastante, Bobby e Castiel chegam (Em uma cena pra lá de escrota, Castiel taca um molotov em Miguel, que desaparece) e quando parece que as coisas irão ficar interessantes, Lúcifer estala seus dedos e explode Castiel. Em seguida, ergue 2 dedos e quebra o pescoço de Bobby. Acha que já está ruim o bastante? É claro que não, Dean começa aquele discurso saudosista relembrando tudo que já passaram até ali e Sam retoma o controle de seu corpo, atirando-se para dentro do portal e ainda agarrando e levando com ele o recém rechegado Miguel. Fim? Não, ainda piora. Dean está todo fodido e provavelmente iria morrer, mas Castiel retorna inteirinho e diz que papai do céu o ajudou. Assim, o anjo camarada cura Dean e ainda de quebra ressuscita Bobby. Aí entra uma cena de Chuck escrevendo a última página de seu último livro. Quando termina, ele desaparece no ar, fazendo os fãs chatos afirmarem que ele era Deus. Tá bom né, já decepcionou o bastante, acaba logo. Agora sim, última cena… Dean aposentado de sua vida de caçador e jantando com sua nova família feliz, quando de repente vemos Sam observando-o pela janela. Mas que merda essa? Essa porra de série não ia acabar?

Pois é, ia mas não acabou. Após a batalha ridícula contra Lúcifer e uma temporada decadente, o dinheiro falou mais alto e Kripke disse: “Ok, continuem com essa merda, mas creditem meu nome apenas como criador.” Foi o que aconteceu, Sera Gamble tomou as rédeas de Supernatural e até que começou bem. A 6° temporada tinha tantos arcos perdidos que seria impossível ser um fracasso. Só que foi. Sam estava sem alma e trabalhando para Crowley, caçando os Alphas, que são as primeiras espécies de cada monstro existente, os monstros por sua vez estavam tentando libertar Eve, a mãe de todos os monstros, Castiel estava em guerra contra Rafael pelo controle do paraíso e no meio disso tudo armas celestiais haviam sido roubadas e estavam perdidas pelo mundo. Bastante coisa para resultar em uma temporada cheia de ação, porém tudo foi por água abaixo. Os roteiristas não souberam aproveitar as histórias. Sam recupera sua alma e tem uma barreira erguida em sua mente para não lembrar tudo o que sofreu enquanto estava preso com Lúcifer e Miguel, os Alphas simplesmente são deixados de lado, assim como as armas celestiais desaparecidas. Eve, que tinha tudo pra ser a grande inimiga da temporada, morre tão rápido e do nada, do mesmo jeito que surgiu. E a guerra pelo controle do paraíso só volta a tona depois que Sera Gamble percebe a merda que está fazendo e corre para o colo do tio Kripke implorando por ajuda. Claro que Kripke não poderia deixar sua série ficar tão cagada daquele jeito e foi salvar a barra de Sera. A guerra pelo controle do paraíso volta a tona e descobrimos que Castiel e Crowley estavam trabalhando juntos na busca pelas almas do purgatório, assim Castiel teria poder suficiente para ser o novo Deus e Crowley para ser o novo Satã. Por isso eles estavam atrás dos Alphas, quando um monstro morre ele não vai nem para o céu e nem para o inferno, mas sim para o purgatório. Kripke, você é foda. Por fim, Castiel descobre como abrir o portal para o purgatório sozinho e chuta a bunda de Crowley, que fica putinho e vai lamber o saco de Rafael. Certo, a barreira na cabeça de Sam começa a desmoronar, em uma das cenas mais fodas o Impala é destruído por uma nuvem de milhares de demônios, Castiel absorve todas as almas de purgatório, mata Rafael e manda Crowley de volta para o inferno. Os Winchesters e Bobby estão todos felizes pela vitória de seu amiguinho angelical quando ele larga um esporro e diz que não é mais um anjo, mandando-os se ajoelharem diante seu novo Deus. Essa 6° temporada foi salva nos 44 minutos do 2° tempo, mas eles não deveriam ter arriscado uma 7° temporada. Não deveriam mesmo, pois até agora a 7° temporada tem seguido os mesmos passos da 6° e ainda está conseguindo ser pior.

Como fã de Supernatural, eu tenho que dizer: Supernatural deveria ter acabado na 4° temporada, mesmo se fosse por um cancelamento, isso pouparia uma grande perda de fãs e muitos comentários de “Deveria ter acabado na quinta temporada”. Não meus amigos, a 5° temporada foi o princípio do fracasso. Talvez fossem pelos monstros que sempre eram apenas humanos com pequenas modificações, sério, até a Fênix que eles caçam na 6° temporada é apenas um humano que solta fogo pelas mãos. Talvez seja porque se prolongou demais, porque ninguém nunca morria definitivamente, ou talvez porque os roteiristas ficaram viciados em ácido. Percebam que depois que Kripke larga a série nas mãos de Gamble, duendes, fadas e dragões começam a aparecer constantemente na série. A 7° temporada já está pra lá da midseason e ainda não vimos grandes evoluções, mas eu só falarei dela após seu término, para saber se Kripke terá que salvar a pátria novamente ou Gamble conseguirá dar conta do recado dessa vez.

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