Realidades Paralelas
O maior problema em se acompanhar quadrinhos de super-heróis é ter que ficar antenado em sua cronologia. Tal problema ocorre porque alguns personagens já possuem algumas décadas de história, além de freqüentes retcom (Atualizações em suas mitologias), o que faz com que alguns fatos sejam substituídos, ou invalidados, ou acrescentados, ou modificados, tornando certos “fatos oficiais” não tão oficiais e até mesmo confusos.
Com isso, muitos leitores (Novos e antigos) ficam perdidos em certas referências clássicas, seja da Era de Ouro, seja da Era de Prata, que alguns autores como Grant Morrisson ou Geoff Johns costumam usar.
Porém, como as grandes editoras gostam de “tentar” manter uma ordem cronológica nas histórias de seus principais personagens e, muitas vezes, os autores apresentam idéias boas de serem utilizadas, mas que não se encaixam ou não se adequam ao personagem num determinado momento de suas séries sequenciais, então acabam lançando essas histórias em formato de mini-series (Geralmente) em uma realidade paralela e/ou linha do tempo alternativa.
No caso das realidades paralelas, essas histórias se passam em outros mundos e/ou universo, conceito esse que gerou a teoria do Multiverso, ou seja, mundos parecidos mas ao mesmo tempo diferentes, seja fisicamente ou temporalmente.
Assim, os autores tem em suas mãos um vasto leque de histórias para serem contadas, com uma maior liberdade criativa e podendo manter ou não alguns elementos da mitologia do personagem em foco. Exemplo disso é o Superman, que na maioria dessas realidades paralelas chega a terra ainda bebê em uma nave espacial vindo de um mundo (Krypton) destruído, tal qual em sua origem conhecida e já estabelecida em sua mitologia.
É claro que para não pegar algum leitor desprevenido, as editoras costumam lançar essas histórias com algum “selo” especial como o O que aconteceria se… (What If, no original) na Marvel e o Elseworlds na DC, apesar que nos últimos anos tais “selos” meio que tenham sido abandonados.
Mas de qualquer forma, o importante é que ótimas histórias acontecem nessas realidades paralelas ou linhas temporais alternativas, sendo que essas ultimas, quando apresentam histórias do futuro, ainda deixam ao leitor uma certa sensação de que aquele possível futuro possa realmente vir a se concretizar.
Exemplo disso aconteceu na DC, no começo dos anos 2000, quando muitos leitores, durante os desdobramentos que culminaram no evento Crise Infinita, debatiam se o futuro da mini Reino do Amanhã se tornaria real ou não. E de certa forma, tal futuro acabou se tornando realidade, não no Universo DC tradicional, mas sim na Terra 22, como foi mencionado na série 52.
Além disso, as Terras Paralelas são uma boa desculpa quando as editoras querem fazer crossovers entre personagens de editoras diferentes. Mas, enfim, geralmente surgem boas histórias através desse conceito.
E nas próximas colunas pretendo apresentar algumas dessas histórias e realidades paralelas, então tem alguma que você leitor do Bacon gostaria de ver aqui? Sugira ai nos comentários.
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