Resenha – Hannibal – A Origem do Mal
Quem não é fã de Anthony Hopkins pelos filmes O Silêncio dos Inocentes, Hannibal e Dragão Vermelho? Você? Você não entende NADA de canibalismo. Pois bem, dessa vez, Anthony Hopkins está… fora. Agora é hora de saber como tudo começou. Com Gaspard Ulliel (Paris, Eu Te Amo – GAH!), Gong Li (Miami Vice) e Dominic West (300), elenco levemente desconhecido, eis a crítica do segundo melhor filme da saga de Hannibal Lecter.
Hannibal Lecter (Gaspard Ulliel) mora com sua família no Leste da Europa e, no fim da Segunda Guerra Mundial, o cara assiste sua familia sendo morta no meio de uma troca de tiros entre russos e nazistas. Só sobra ele e sua irmã Mischa (Helena Lia Tachovska), numa mansão no meio do nada. É quando uns simpatizantes nazistas invadem a casa e, na falta de comida, fazem uma feijoada de Mischa sem Hannibal saber. Ela estava doente, ia morrer, mesmo.
Obrigado a morar em um orfanato soviético por não ter com quem morar, Lecter cresceu fazendo voto de silêncio, se passando por mudo e arranjando problema com os inspetores ou sei-lá-o-quês do lugar. Com o passar do tempo, o cara pretende fugir para encontrar seu tio que mora em Paris e, ao chegar lá, se depara com sua possível tia, Murasaki Shikibu (Gong Li). Ele acaba voltando a falar, e recebe um ótimo tratamento da japa, que deixa no ar um cheiro de segundas intenções.
É ela quem ensina Hannibal algumas artes Samurai, ainda mais sabendo que o cara tá com sede de vingança pela irmã. Lecter entra pra uma faculdade de medicina e, antes disso, tem sua primeira experiência como assassino: [SPOILER] Decepa um cara que mexe com sua tia, perguntando-a se sua xoxota era atravessada (o velho mito de que a vagina das orientais são na horizontal, se é que você sabe como é uma vagina). E ainda leva a cabeça do cara á ela. Sensacional. [/SPOILER]
Tá, posso ter estragado um trecho do filme contando quase que exatamente como ele é, mas não esquenta: Isso é só a cabecinha. Mais pra frente, o cara começa a correr atrás de todos os putos que estavam na mansão naquele dia. Como? Sabe aquelas correntes que os soldados carregam com uma placa contendo seu nome completo e sei lá mais o quê? Pois é, Hannibal havia encontrado essas plaquinhas. E estava com fome.
Não me lembro ao certo se eram quatro ou cinco caras, mas Hannibal mostra que é um gênio e não está pra brincadeira. A polícia já está na cola dele desde o primeiro assassinato, e a coisa só vai piorar. Vibrante, cara, dá vontade de pegar uma faca e sair arrancando bochechas por aí pra fazer um hambúrguer. Como eu disse, o segundo melhor filme da série, mesmo sem Anthony Hopkins. Mas espero que o cara volte logo, antes de… morrer. Afinal, ele é o Hannibal que conhecemos. Mas Gaspard Ulliel fez um excelente trabalho e merece um ou mais dois filmes, quem sabe.
Alguns fãs ficaram putos ao saber que Hannibal é o que é por pura… vingança. Hannibal, um vingador? Eu discordo, e achei do cacete, além de discordar que tenha sido Só vingança. Vou colar aqui um trecho de um post de meu antigo blog, o Agorafobia, que pode ser visto aqui. Contém spoilers:
Há uma certa parada psicológica nisso. Por exemplo, é fato que muitas das pessoas que sofrem um abuso sexual quando crianças, fazem o mesmo quando crescem. É um distúrbio emocional, sei lá, o puto fica traumatizado e faz igual. Foi isso que aconteceu com o Hannibal – ele viu sua irmã virando jantar pra um grupinho de simpatizantes nazistas após ver seus pais morrerem no meio de uma troca de tiros entre russos e nazistas. Já é o bastante pra crescer traumatizado, acho, tanto que ele não dizia uma palavra quando esteve no orfanato, e ainda tinha umas atitudes nada comportadas, como dar garfadas em um dos caras que cuidavam da geral.
Acho que já é o bastante pra tirar essa de vingador. Claro, ele ficou puto e correu atrás dos caras que fizeram uma dobradinha com as tripas da irmã dele, é só o começo pra um futuro psicopata. Aí vem o papo do samurai. Bom, eu diria que aquilo foi uma puta influência pra ele. Aprender os pontos certos pra se fatiar alguém é tudo que um canibal precisa, e ter uma tia gostosa pra te ensinar isso também é. Tanto que ele só usa uma cabeça como troféu, e ainda pra levar pra tia. Aí ele já se envolve com a polícia e mais tarde entra pra faculdade, aí já vai ficando esperto com todos os cortes pra um bom banquete canibal. Mas ele só usaria essa experiência futuramente, agora é hora de aproveitar uns espetinhos de bochecha. Acho que seria cobrar demais querer um Anthony Hopkins logo no começo, né? Po, até o 007 levou um côro no começo.
Enfim, acho que só basta ver o filme mais uma, duas ou vinte e três vezes pra entender isso. Eu achei um filme á altura dos outros, mas é fato que o Hannibal não é o mesmo por dois motivos: Era apenas o começo, e nos outros filmes ele já está velho. Vejam o Faustão, por exemplo. Ele não é o mesmo. Agora é só esperar por mais livros do Thomas Harris, que foi esperto pra caraleo e agora poderá escrever sobre as mudanças que o Hannibal sofreu até se firmar como um psicopata de primeira, se ele pegou alguma cocota e quem ele mandou pro bucho até chegar no Dragão Vermelho.