Salve Geral

Cinema quinta-feira, 01 de outubro de 2009

 No Dia das Mães de 2006, a cidade de São Paulo está sitiada. Ataques a delegacias de polícia, ônibus incendiados, ameaças a shoppings, metrô e aeroportos. Quem lidera a ação é o Comando, uma poderosa organização criminosa. No meio do caos, a professora de piano Lúcia (Andrea Beltrão), uma mulher simples de classe média, passa por dificuldades financeiras e tem uma missão: tirar o filho adolescente da cadeia. Rafael, 18 anos, está preso por ter se envolvido num incidente que acabou em um assassinato.
Nas visitas ao filho na penitenciária, Lúcia conhece Ruiva, advogada do Professor, líder do Comando. A empatia entre as duas é imediata e Ruiva começa a usar Lúcia em algumas missões ligadas à sua organização. Viúva, Lúcia precisa de dinheiro e aceita as tarefas, no tênue limite entre a legalidade e o crime.
Paralelamente, o Comando vive uma acirrada luta interna de poder e enfrenta o inimigo comum: o sistema penitenciário. A crise entre prisioneiros e o sistema carcerário se agrava e, numa demonstração de força, o governo transfere centenas de presos de alta periculosidade para presídios de segurança máxima, no interior do Estado. A reação é imediata. O Comando envia seu códido: Salve Geral. E São Paulo vira um inferno.
Inspirado em fatos reais, “Salve Geral” conta a história das mulheres que atuam nos bastidores do Comando e revela: quando a lei e a ética são postas de lado o que impera é a força.

Com essa sinopse gigante, Salve Geral poderia ser só mais um filme brasileiro que defende os criminosos como sendo portadores da justiça social, ou que prega que bandido bom é bandido morto. Mas vai muito além disso. Salve Geral é um filme que mostra a realidade [Mesmo sendo ficcional] do nosso dia-a-dia.

Pareceu confuso? Tudo bem, era essa a ideia eu explico: O filme mostra a história de Lúcia, uma professora de piano de classe média, que acabou de se mudar com o filho, Rafa, de um apartamento para uma casinha meia boca, já que a empresa de seu falecido marido faliu, e ela perdeu a pensão. Um dia, no entando, Rafa sai com um amigo e se mete em encrenca, e acaba sendo condenado por homicídio.

 Ai começou a merda.

Ou seja, graças ao filho, Lúcia foi obrigada à entrar no mundo das cadeias e detentos. Inicialmente como visitante, depois diretamente envolvida, graças à uma advogada de porta de cadeia [Ou o que inicialmente parece ser] que se oferece pra ajudar a resolver as coisas pro seu filho lá dentro.

 O apelido dela é Ruiva. Por que será?

Acontece que Ruiva é, na verdade, uma das coordenadoras do Comando, equivalente fictício do Primeiro Comando da Capital, o grupo de presidiários que tocou o terror em São Paulo no dia das Mães em 2006. E o filme versa sobre como tudo desembocou nesse salve geral [Dã], já que foi resultante daquela velha máxima “Olho por olho, dente por dente”. Os detentos faziam alguma putaria, os manda-chuva do sistema penitenciário mandavam retaliar, e assim foi.

 “Eu taco fogo!”

O grande mérito do filme, na minha opinião, é mostrar que não existe mocinho e bandido, como a gente gosta de pensar. Tanto os condenados quanto a polícia são sacanas, e resolvem os problemas com a força, e cada um que se vire pra sobreviver. E é o que Lúcia faz: Tenta sobreviver e tirar o do filho querido dela da reta. Seja como for.

Salve Geral

Salve Geral (119 minutos – Drama)
Lançamento: Brasil, 2009
Direção: Sérgio Rezende
Roteiro: Sérgio Rezende e Patrícia Andrade
Elenco: Andréa Beltrão, Denise Weinberg, Lee Thalor, Bruno Perillo, Guilherme Sant’Anna, Cris Couto

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