“TOP 100 FILMES BACON FRITO” 80 – 76
80) Ratatouille
(Brad Bird e Jan Pinkava, 2007)
Pedro: Esqueça Procurando Nemo, Os Incríveis, Wall-E e Toy Story mas não Up, foi um de seus filmes mais “come quieto” que escolhemos para se lembrado em nosso Top 100. A história do rato que queria ser cozinheiro pode soar clichê e até mesmo despretensiosa, mas se revelou um dos mais encantadores contos já lançados pela produtora. O motivo? Não sei explicar. Talvez seja pela sensação de nojo prazerosa que é, assistir um rato em meio a suas “explosões” gustativas.
Uiara: Ratatouille é um filme engraçado e inteligente. Um dos melhores dessa leva de desenhos pra família toda, por mais que possa parecer clichê. Ao ler a sinopse, um rato que cozinha no lugar de um chef, pode até ser que dê certo desânimo. Mas não se deixe enganar. É um dos melhores, se não O melhor filme da Pixar. Assista pra conferir.
Veredito Final:
Uiara diz:
Eu me apaixono proibidamente por Remy’s. É a minha sina. A primeira vez foi aos 19 anos. Ele tinha 4. Enquanto espero que a lei francesa permita que eu me case com ele, levo a vida me contentando com outro Remy, o rato cozinheiro.
PA diz:
uehuehueheuhe
Só o fato de um rato cozinhando não ser um filme escroto já merece muitos pontos.
Fora que os personagens são dos mais carismáticos já feitos pela Pixar. E olha que isso é difícil.
Uiara diz:
serve pra mostrar pra Disney que ratos são melhores calados
79) A Lista de Schindler
(Steven Spielberg, 1993)
Pedro: A 2ª Guerra Mundial é provavelmente o evento histórico que mais gerou filmes – sejam de guerra, propriamente dita, drama, suspense, terror e até mesmo comédia. Ainda assim, quase 50 anos depois de seu fim, Spielberg dirigiu um filme que tinha tudo para ser um melodrama convencional de 3 horas de duração. E ainda optou por fazer um filme em preto e branco em plena década de 90. Resultado? Logo depois de ter lançado o filme com a maior bilheteria da história (Até então), o judeu favorito de Hollywood se consagra com seu filme mais premiado e finalmente leva sua primeira estatueta como diretor. A receita? Um anti-herói como protagonista (Liam Neeson, impecável), um vilão completamente instável (Aquele-que-não-deve-ser-nomeado, Ralph Fiennes) e uma história épica cheia de momentos emocionantes e baseada em um dos personagens históricos mais inspiradores desse lastimável evento.
Uiara: Um dos filmes mais premiados de todos os tempos, a Lista de Schindler é um dos poucos que me fez concordar com a enxurrada de Oscar que recebeu. Só por ter a cara de meter um filme sério em preto e branco em plenos anos 90, Spielberg já merecia a atenção toda que a bagaça chamou. Ao contrário de outros filmes demasiadamente premiados, que quase sempre são superestimados, esse é realmente BOM. Na história (Real, diga-se de passagem), Oskar Schindler é um nazista vida boa que, por um motivo qualquer, acaba salvando mais de 1000 judeus. Não sei vocês, mas eu me amarro em filmes de nazistas. Só isso já me faria gostar dele, mas o negócio é que o filme é extremamente bem pensado.
Veredito Final:
Uiara diz:
é um filme nazista e com conspirações. Só isso já bastaria pra eu me interessar
PA diz:
Depois de quase 3 horas de um épico nazista, quando vc acha que viu tudo, aquela cena do boton me fez ficar refletindo por horas
Uiara diz:
o filme inteiro é pra ficar refletindo, na verdade
PA diz:
Fora que um filme nazista feito pelo judeu mais famoso de Hollywood já é um belo motivo.
e fora que é um filme em preto e branco em plena década de 90
Uiara diz:
e porque o cara existiu mesmo e salvou mais de 1000 judeus e o Spielberg mostrou isso sem fazer mimimi
PA diz:
pronto, melhor motivo que esse não há
78) Os Embalos de Sábado a Noite
(John Badham, 1977)
Pedro: Saturday Night Fever não é o que ele é, mas o que representa: Um marco na cultura pop, como poucas vezes o cinema já produziu. O até então desconhecido John Travolta declarava o ápice da Era Disco (Não a toa a Globo veio com um de suas novelas de maior sucesso, Dancing Days, no ano seguinte) em um filme que nem todo mundo viu, mas que todos conhecem e sabem do que se tratam. Ou pelo menos acham que sabem. Muita gente que eu conheço declara que uma das maiores surpresas que tiveram foi descobrir que essa obra tão marcante se tratava de um filme pesado, mórbido e sujo – justamente o contrário da imagem que o personagem Tony Manero passava quando estava na pista.
Uiara: Esse filme marcou época de um jeito que vejo os olhos da minha tia e da minha mãe brilharem até hoje quando menciono o nome “Travolta”. Tony Manero mudou o jeito que as pessoas dançavam e se vestiam (Pra pior, mas tá valendo). E aposto minha coleção do Almodóvar que você sabe fazer a dancinha do aponta pra cima/direita aponta pra baixo/esquerda cantando “há há há há stayin’ alive”. A não ser, claro, que você seja um absoluto descoordenado.
Veredito Final:
Uiara diz:
ha ha ha ha stayin alive stayin alive
o que tem mais pra falar desse filme?
PA diz:
que ele não é um musical besta como tinha tudo para ser
aliás… se encaixa perfeitamente em uma das minhas regras como cinéfilo: nunca julgue um filme por meia dúzia de cenas
Uiara diz:
no caso desse, por uma cena só que é mundialmente conhecida
Segundo conselho: não vejam a parte 2
PA diz:
melhor ainda: vejam o pôster e avaliem vcs mesmo se vale a pena assistir
Uiara diz:
e eu não digo mais nada, porque fui acusada injustamente de ser adoradora do Travolta
só porque o homem sabe dançar
PA diz:
quem manda adorar grease?
Uiara diz:
mas… o que há de não adorável ali?
ok, deixemos grease pra… depois
PA diz:
summer nights…
é, melhor mesmo
77) Monty Python em Busca do Cálice Graal
(Terry Gilliam e Terry Jones, 1975)
Pedro: Um filme tosco, com restrições orçamentárias, história nonsense, piadas nonsense e personagens nonsense. E possivelmente por isso se trata de uma das obras mais engraçadas já feitas na história da sétima arte. Coelhos assassinos, cavaleiros que dizem Ni, discussões sobre andorinhas e aparições abruptas de historiadores – entre milhares de outros personagens e cenas, vão ficar gravados na sua mente. Eu garanto.
Uiara: As restrições orçamentárias impostas ao filme resultaram em cenas que não seriam tão boas se houvesse dinheiro aplicado. Pra ter uma ideia, os cavaleiros não têm cavalos. E por mais tosco que isso pareça, é inevitável dar uma risada a cada vez que os rapazes aparecem saltitando no nada, ao som de cocos não disfarçados. Os atores se intercalam em milhares de personagens e cada um deles te faz rir com momentos de humor inteligente e outros, bom, nem tão inteligentes.
Veredito Final:
Uiara diz:
melhor grupo de humor do mundo. Serve pra calar a boca de todo mundo que diz que inglês não tem humor
ou que o humor deles não tem sentido
ou qualquer blasfêmia do tipo
PA diz:
É bom pra ressaltar que nonsense é completamente diferente de “sem sentido”
E putz… o que são os personagens e diálogos desse filme?
Eu cheguei a ficar sem ar na cena do “bruxo da ponte”
Uiara diz:
e esse é só, talvez, o melhor deles. De forma alguma o único bom. Monty Python é viciante, diga-se de passagem
PA diz:
concordo plenamente
76) A Partida
(Yôjirô Takita, 2008)
Pedro: Ignore as sinopses e suas experiências mal sucedidas com filmes japoneses e/ou “de arte”. Um dos grandes méritos de A Partida é ser um filme belíssimo e ainda sim podendo ser apreciado por todos, não ficando restrito a “pseudo cults” ou ao público nipônico. Seja pelo carisma dos personagens (Que sempre dão leveza as cenas dos rituais de morte) ou pelo ritmo calmo (E que não se mostra arrastado em nenhum momento) que se dão os acontecimentos. É um filme para ser apreciado e ficar com uma estranha expressão de paz após o passar dos créditos.
Uiara: Não se deixe enganar por qualquer review que você tenha visto desse filme. O melhor é ir pela cabeça de amigos que realmente o VIRAM. E pela nossa, claro. Todas as resenhas que vi sobre A Partida são desanimadoras e escondem o sentido real dessa produção japonesa. Porque nem é preciso ser necrófilo pra ver o filme e, mesmo momentaneamente, achar a morte uma coisa bonita. O que, por mais controverso que seja, deixa a vida mais bonita também.
Veredito Final:
Pedro diz:
Por mais que eu tenha milhares de motivos para odiar o Oscar, eu tenho que agradecê-lo todos os dias por ter dado o prêmio de melhor filme estrangeiro para essa obra… de que outra forma eu assistiria?
Fácil, um dos filmes mais bonitos que eu já assisti.
Uiara diz:
eu teria assistido por conta da minha amiga japonesa, acho.
e fato, um dos filmes mais bonitos de todos
PA diz:
E olha que metade do filme é um cara dando banho em mortos.
Uiara diz:
o que acaba sendo bonito e eu nem sei explicar o porquê
só sei que os hábitos funerários brasileiros se tornam tristes e feios demais depois desse filme
e o hábito de enterrar pessoas também
PA diz:
Acho que a mensagem mais legal é que todo o respeito prestado ao morto é, na verdade, prestado aos familiares e amigos
Mas que eu gostaria de saber a opinião do Tarantino sobre esse filme, eu gostaria…
Uiara diz:
por que?
não tem ninguém sangrando como se não houvesse amanhã
PA diz:
ele odiaria
deixemos para nos degladiar sobre o Samuel Rosa mais a frente
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