007 – Quantum of Solace (Quantum of Solace)

Cinema quinta-feira, 25 de outubro de 2012

 James Bond (Daniel Craig) e M (Judi Dench) realizam o interrogatório do sr. White (Jesper Christensen), responsável pelos eventos do filme anterior da série. Porém uma traição faz com que White seja morto. Para investigar o caso Bond parte rumo ao Haiti, onde conhece Camille (Olga Kurylenko), uma bela e perigosa mulher que possui ligações com Dominic Greene (Mathieu Amalric). Greene tem planos para a Bolívia, incluindo a deposição do atual governo, o que faz com que Bond entre em seu caminho.

Pois é, pois é, mesmo com o Cassino Royale deixando tudo encaminhado, a segunda incursão do Daniel Craig como James Bond conseguiu levar a série pro caminho errado. De novo.

E a coisa já começa errada, por se tratar de uma sequência direta do predecessor. O que nem é uma ideia tão ruim, mas deixa o Quantum of Solace totalmente dependente de elementos anteriores pra ser compreendido. E pelo menos pra mim, os filmes do James Bond obrigatoriamente precisam ter a possibilidade de serem vistos em qualquer ordem e divertirem do mesmo jeito. Se bem que esse mal pode ser chamado de filme do James Bond. Ele conseguiu se distanciar ainda mais dos elementos clássicos da franquia, no mau sentido. E com a proeza de manter os defeitos recorrentes. Como um roteiro aparentemente complexo, mas que não faz sentido algum se for observado com mais atenção.

Tudo começa com o 007 interrogando um vilão do Cassino Royale pra descobrir quem tava por trás das coisas ruins que aconteceram lá. Já no início, o cara revela a existência de uma certa entidade que imediatamente lembra muito a SPECTRE, organização terrorista recorrente nos filmes dos anos 60. Mas a semelhança para por aí, já que alguém tenta assassinar a M e as perguntas são interrompidas.

 Assim, por acaso, você não teria ouvido falar de um certo Ernst Stavro Blofeld, não?

Logo, James vai atrás de quem está por trás das coisas ruins que estão acontecendo agora, que a princípio é o tal de Dominic Greene. Que com o pretexto de salvar o meio ambiente, junta dinheiro pra financiar um golpe de estado na Bolívia e comprar um pedaço desértico do país. No meio disso, o agente cruza com Camille, que está em uma jornada de vingança não lá muito relevante. E Strawberry Fields, essa sim uma Bond girl de respeito, apesar da breve (Mas bela) participação.

E eu não tenho mais muito o que dizer sobre isso. O filme simplesmente não funciona. A espionagem é quase inexistente, já que o acontecimento inicial vai levando à próxima perseguição, luta ou algo assim, e o 007 nem precisa fazer nada pra chegar lá. Existem alguns elementos interessantes, como o fato de o MI6 (E o resto das agências de inteligências do mundo) acharem mais razoável negociar com o vilão do que combatê-lo, mas são mal explorados. Por exemplo, isso faz com que o protagonista precise agir sozinho. Mas, mesmo sendo contrário ao que ele faz, o governo britânico só fica olhando na maior parte do tempo. A ação mais incisiva quanto a isso consiste em cancelar os cartões de crédito dele. E os conflitos psicológicos do James Bond também são um saco, já que não existe conteúdo algum. Até a direção é lamentável. A câmera se move incontáveis vezes por segundo nas sequencias de ação, o que torna um tanto quanto complicado de se acompanhar o que está acontecendo.

 Na verdade, existe uma grande probabilidade de a câmera estar se movendo nessa imagem.

Porra, até o vilão, aspecto que costuma ser infalível, consegue ser o mais medíocre de toda a série. E os motivos dele são ainda mais imbecis que o normal. O pior é que nem dá pra por a desculpa na loucura, já que o Greene é só burro. Porque olha só (SPOILERS SEM MUITA IMPORTÂNCIA NO RESTO DESSE PARÁGRAFO) o grande plano por trás da compra do deserto da Bolívia é ter o controle sobre a água. Pra vender de volta pelo dobro do preço. Sendo que durante todo o filme já falta água no país e a pobreza do mesmo é destacada toda hora. Ou seja, não é uma maneira muito inteligente de se ganhar dinheiro. Se bem que ele pode querer controlar a água só pela maldade mesmo, como um supervilão old school faria.

O único modo de tentar se chegar a uma conclusão sobre o que aconteceu é retomando a comparação do reboot da série com o do Batman. Ou seja, depois do Casino Royale, os produtores não sabiam bem o que fazer, já que o Cavaleiro das Trevas ainda não tinha saído. E quando isso aconteceu, poucos meses antes do Quantum of Solace, eles provavelmente gritaram em uníssono algo como Ah, agora eu entendi!. Mas já era tarde demais pra consertar as coisas, então o conceito foi reaproveitado pro Skyfall.

007 – Quantum of Solace

Quantum of Solace (106 minutos – Ação)
Lançamento: Eua/Reino Unido, 2008
Direção: Marc Forster
Roteiro: Paul Haggis, Neal Purvis, Robert Wade
Elenco: Daniel Craig, Mathieu Amalric, Olga Kurylenko, Judi Dench, Giancarlo Giannini, Gemma Arterton

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