A assustadora literatura Cyberpunk
Então, você é um daqueles caras que acha ficção científica uma coisa muito chata. Toda aquela babaquice de Jornada nas Estrelas, ou aquelas histórias toscas com armas lasers e E.T’s. Uma puta viagem escrota, certo? Há mais de 30 anos, um certo grupo de escritores pensou a mesma coisa.
Como diria Hunter Thompson, o Sonho Americano estava morto. E alguém tinha que aproveitar a chance. Alguns loucos começaram a produzir algo completamente novo, nunca visto antes. A Ficção Científica era pano de fundo para as idéias mais bizarras e lunáticas, uma desculpa e uma arma para atacar com toda a força a chata realidade pós-anos 60.
O termo inventado foi cyberpunk. As histórias giravam em torno, geralmente, de ratos de computador drogados com todo o tipo de substância psicodélica conhecida e/ou inventada, envolvendo-se em pirações no meio de um mundo maluco demais para ser possível. Isso sem contar as invenções mais doentias sobre Implantes, Terroristas e Sexo. Vocês já leram sobre Transmetropolitan por aqui. E o espírito é Exatamente esse.
Imaginem, por exemplo, um romance sobre a Fixação Mórbida e Sexual em Batidas de Carros. Era essa a trama que J.G. Ballard explorava em seu livro “porno-bizarre” Crash, lançado em 1973, aonde jatos de porra voavam enquanto seus personagens envolviam-se propositalmente em acidentes de trânsito. O metal dos carros penetrando-se, as fraturas expostas e os corpos fundindo-se com as latarias…tudo com um grande apelo erótico.
O Experimentalismo era a palavra de ordem. Com grande influência, mesmo que talvez inconsciente, das idéias lançadas pelo pensador/anarquista/instigador de confusões Hakim Bey em seu livro TAZ, nomes como William Burroughs (geração beat ou proto-cyberpunk? hmm), o próprio J.G. Ballard e William Gibson iniciam um desenfreado ataque á chatíssima Realidade.
No final da década de 80, a revista americana Semiotext(e), conhecida pelo seu conteúdo subversivo e, por que não?, Nocivo á Sociedade, lança uma edição especial dedicada á Ficção Científica. A idéia? Aceitar somente contos que tivessem sido Vetados em outras publicações, por seus conteúdo Subversivos, Obscenos e Doentios. O nome? Futuro Proibido.
Além de contar com textos do trio já citado, a edição especial ainda publica bizarrices de Denise Angela Shawl, Sol Yurick, Bruce Sterling e mais.
Destaque para os incríveis contos Relatório sobre uma Estação Espacial Não Identificada (Ballard), O Pênis Frankenstein (Ernest Hogan) e Êxtase no Espaço (Rudy Rucker).
Mas o “sub-gênero” ficaria realmente famoso através do lançamento de Neuromancer, em 1984, de nosso amigo William Gibson. O romance ganha os famosos Nebula Award, Philip K. Dick Award e Hugo Award e torna-se um símbolo da nova geração de sci-fi.
É inclusive na trama de Gibson que é inaugurada a idéia da Matrix, que inspiraria a trilogia de filmes homônimos. A obra abria a Trilogia Sprawl, que contava ainda com os títulos Count Zero e Mona Lisa Overdrive.
Mas por que falar de tudo isso? Por que ficar resgatando essas velharias de quase trinta anos de idade? Simplesmente porque algumas dessas maravilhas ainda são publicadas. Você ainda os encontra em Livrarias e Sebos e você Deveria, caso curta a idéia de explodir a Realidade em pedacinhos e colar tudo de novo totalmente fora de Ordem, correr atrás e dar uma lida. Futuro Proibido ainda é publicado pela Conrad, Crash pela Companhia das Letras e Neuromancer através da Aleph.
E para Sua sorte, a Rocco acaba de relançar o incrível Caçador de Andróides, de Philip K. Dick, o romance que deu origem ao maravilhoso filme Blade Runner.
Agora vai, levanta, começa a comprar.
Resenha – Hairspray – Em Busca da Fama
HAIRSPRAY – EM BUSCA DA FAMA (pra quê o subtítulo?), é um filme muito encantador e gostoso de assistir. Como fã ocasional e bissexto de musicais, sou obrigado a confessar que me diverti muito com as aventuras de Tracy Turnblad (simpática estreante Nikki Blonsky) em busca da igualdade de direitos, tanto racial quanto no padrão de beleza, na Baltimore dos anos 60.
Acima de qualquer discurso, o musical acerta no tom da escrachado da crítica e mais ainda, na escolha do elenco, apesar da manobra marketeira a presença de John Travolta como mulher, todos os personagens (temos Christopher Walken, Michelle Pfeiffer, Amanda Bynes, Zac “High School” Efron, entre outros) são trabalhados de maneira carismática e possuem seu momento na trama, ora em musicais ou mesmo em cenas cômicas, como as intervenções da carola Prudy Pingleton (personagem hilário de Allison Janney).
HAIRSPRAY somente exagera um pouco na duração, são quase duas horas, e num número de Queen Latifah desnecessário. Difícil acreditar que o diretor Adam Shankman, de “pérolas” como Operação Babá e Doze é Demais 2, conseguiu orquestrar um filme tão alegre musicalmente e descompromissado.
Overdose Nicolas Cage: Resenha – A Outra Face
Um carrossel. Pai e filho brincam inocentemente, até que, a cena muda, e passa um cara com uma arma, que pouco depois dispara, acertando o pai e por tabela, acertando o garoto. Choros, lágrimas, um pouco de sangue, e aí sim, depois de um pulo de 6 anos na história, o filme tem seu inicio oficial…
Um policial, atrás do terrorista Castor troy (Nicolas Cage) que é procurado internacionalmente e que aparece logo depois armando uma bomba em algum lugar do estados unidos, pra variar um pouco. O policial, Sean Archer, interpretado por John Travolta, que depois de muito tempo, o consegue capturar. Até aí, nada de mais, mas ao descobrir que a bomba irá explodir em poucos dias, toda a divisão dele tenta descobrir onde está a bomba de todas as maneiras possíveis. E é aí que entra a parte de uma operação, que retira a face da pessoa e a transfere pra outra. Quem é o melhor pra essa operação? a única pessoa que respirava castor troy, o policial bonzinho que o havia prendido, e o conhece mais do que a própria filha.
E tá lá ele, depois de ter brigado com a mulher, filha, todo mundo no departamento, e com cara de cu, esperando pra ir pra mesa, com seu amigo do lado, que ele entrega sua aliança enquanto se dirige para a sala de operação, uma das melhores cenas do filme:
Logo depois, é aí que entra a total interpretação dos atores, fazendo o papel do outro, algo que me fez prestar atenção o restante do filme inteiro. Perceba na imagem abaixo, logo depois da operação, que mesmo sendo a mesma pessoa, a interpretação dele muda completamente, como se o terrorista não existisse mais, e fosse mesmo Sean Archer na pele de Castor Troy:
Infiltrado na prisão onde está o irmão de Castor Troy, o único que sabe da bomba, ele tenta descobrir a localização dela, se mete em uns problemas, e ao descobrir, tenta contatar seus superiores, o que dá um problema muito grande, afinal, quem é que aparece na prisão?
aparece Sean Archer. Depois disso tudo, se eu contar mais com certeza estragarei o filme, contando é claro, que você não o tenha visto ainda. Só digo que o filme foi dirigido por John Woo, o mesmo de missão impossível, o que somente percebi em uma das cenas, que pra variar, aparecem pombas:
Que presumo que sejam algum fetiche dele, pois aparecem em quase todos os filmes dirigidos por ele. Ou deve ser algum tipo de assinatura, sei lá. ótimo filme, perfeito em sua direção, os efeitos na hora da operação são muito bem feitos, assim como as cenas de tiroteios, e as cenas da prisão, perfeitas. assista, garanto que não irá se arrepender. A não ser que você seja um paranóico, e depois disso, comece a desconfiar de todo mundo que passe ao seu lado.
Overdose Nicolas Cage: Resenha – Con Air
Filme de 1997, dirigido por Simon West e produzido por Jerry Bruckheimer (Rá, eu sou MUITO comedor, mesmo, escrevi o sobrenome do puto de primeira!). Concorreu ao oscar por melhor música e nhé nhé nhé. Passada a frescuragem, vamos á ação.
Nic dessa vez é Cameron Poe, um militar condecorado dos EUA, com uma bela carreira e uma bela mulher, uma garçonete. E em breve vai ter uma bela filha, também, já que sua esposa já tá grávida desde o começo do filme. O cara mal volta do Alabama, onde ele cumpria o seu dever na Guerra do Golfo, e reencontra a mulé. É claro que tinha que dar merda. É o que todo mundo quer, cara. Se não der merda, não tem pancadaria. A coisa é bem rápida, até. Nego aparece querendo BOLINAR a mulher de Poe (não o escritor, seu doente! eu botei o nome em negrito, até!), e o cara acaba acidentalmente cobrindo um deles de porrada até a morte, logo no começo do filme, mesmo. Aí ele é preso, e… porra, sou só eu ou eu já resenhei a mesma coisa antes[butar o link pra resenha de CORAÇÃO SELVAGEM, aqui]?
Bom, tanto faz, onde eu tava, mesmo? Ah, sim, o cara é preso, porque mesmo tendo desossado o cara em legítima defesa, a carreira militar e o fato de ser interpretado por Nicolas Cage fazem do cidadão uma arma viva. Pois bem, lá vai o maluco pra prisão, perder sete anos da vida, sem reclamar. Durante o tempo na prisão, o filme mostra que Poe é um bom sujeito. Ele faz tudo pra crescer enquanto tá preso, ao contrário do que a maioria das pessoas fazem. Aprende espanhol, origami e o caralho a quatro, e se comunica com sua filha através de cartas. A grande sorte dele é que os sete anos não duram mais que três ou quatro cenas, e logo Cameron já tá pronto pra sair da prisão. E é aí que finalmente entra a parte boa do filme.
Depois desse set-up todo, a maior parte do filme corre naquele estilão “perigo-no-espaço-curto-de-um-veículo-motorizado-enquanto-personagens-fora-do- perigo-se-desesperam”, que você pode ver em Velocidade Máxima, Serpentes a Bordo e esses troços assim, sabe? A coisa toda corre no avião que transportaria Cameron pra casa. Como sempre, parece simples o bastante pra dar certo, né? E é por isso que o roteirista do filme encheu o tal avião de bandidos da pior espécie, desde psicopatas caipirões com uma pinta de James Hetfield a versões de Hannibal Lecter que assassinam crianças. Só gente ruim de se conviver, mas ótima de se ver num filme de ação.
O filme parece, de um certo modo, girar em torno da esperança. Cameron continuar uma pessoa íntegra e justa mesmo depois da vida sacanear ele durante o filme todo funciona mais ou menos como se nego dissesse “nem todo mundo cede á corrupção, cara. ainda existe gente decente por aí, e se nego realmente quiser, nego não se corrompe”. Não deixa de ser uma idéia bacana, claro. O filme é muito bom, apesar de ter aquele formato já manjado de filme de ação. Eu acho que vale á pena assistir, mesmo que ele seja um pouco clichê.
Pra concluir a resenha, a única coisa que eu posso dizer é: Assistam Coração Selvagem[mais uma vez, ponham o link]. Não, véi, eu não me confundi com os nomes, tô recomendando que ces vejam o OUTRO filme que eu resenhei, mesmo. Ces podem aproveitar a viagem e alugar(ou baixar) Con Air, claro, o filme é do cacete, mas todo mundo precisa ver Sailor Ripley chutando bundas.
Resenha – Eu Sou A Lenda (2)
O que explica o super sucesso de EU SOU A LENDA nos cinemas americanos? Não que o filme seja ruim e não mereça o retorno do público, inclusive, o filme um misto de ficção, aventura com drama é acima da média, mas, para mim, a única explicação atende pelo nome de Will Smith, o novo astro Midas de Hollywood, todos os projetos do ator dão certo, com exceção do pavoroso As Loucas Aventuras de James West, mas o filme é de 1999, são quase dez anos de sucessos.
EU SOU A LENDA é um projeto que já rolava por Hollywood há mais de dez anos, inclusive teve o nome de Arnold Schwarzenegger envolvido antes do mesmo resolver ser governador da Califórnia. Melhor pra nós, Will Smith não é nenhum ator shakespereano, mas tem carisma suficiente e bem dirigido é um competente ator. Como Robert Neville, médico militar imume ao vírus que dizimou a Terra, Smith consegue injetar no personagem esperança (em encontrar a cura para doença e achar outros humanos), loucura (de sobreviver sozinho numa Nova York abandonada), medo (dos mutantes da praga que espreitam á noite atrás de sangue) e, até mesmo, tiradas cômicas (como suas conversas com manequins tratados como pessoas).
O roteiro de EU SOU A LENDA busca, claramente, um tom parecido com o sucesso Náufrago, de Robert Zemeckis, por razões óbvias, Smith permanece sozinho 70% do filme, carregando sozinho a narrativa, outra similaridade com o filme é que ao invés da bola Wilson com quem Tom Hanks dialogava incessantemente, Neville possui uma cadela Sam para conversar (entre os dois acontece uma das cenas mais dramáticas do filme). O clima de isolamento é fantástico graças ao estado de abandono de Nova York (inevitável comparar com a Londres abandonada de Extermínio), tomada por animais e mata selvagem, uma criação bastante realista que assusta. O roteiro também acerta em criar uma tensão crescente desde apresentação da cidade, dos perigos que rondam Neville (na excelente cena do depósito onde somos apresentados aos mutantes) até os inevitáveis confrontos. Uma pena o ato final do filme ser tão banal e simplista, inclusive perdendo a oportunidade de trabalhar melhor Anna, personagem de Alice Braga (sempre natural em cena).
A direção de Francis Lawrence, de Constantine, acerta em imprimir um tom intimista na narrativa, Neville é um personagem trágico, como demonstra os flashbacks a la Lost inseridos na trama, que possui uma rotina militar para não se entregar aos ímpetos de loucura pela solidão que lhe acerca. Portanto, EU SOU A LENDA consegue ser mais do que um blockbuster ao inserir dimensão dramática ao protagonista, uma pena que mesmo sendo uma super produção, o filme não consiga superar a artificialidade na criação digital dos mutantes, muito perceptível aos olhos de quem assiste, de repente seria mais inteligente utilizar maquiagem á moda antiga para conferir realidade ás criaturas, assim como a direção optou em outros aspectos no filme.
Resenha – Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado
Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado é parte de um projeto da Marvel que pretende inserir novos personagens nas franquias já utilizadas e estudar a reação do público, projetando lucros futuros e suicídios coletivos de fãs puristas. Enveredando mais para as situações cômicas do que necessariamente pra porrada, o filme por vezes perde o foco simplesmente pra fazer mais uma gracinha (se continuar assim, é bem provável que ele siga os passos de Joel Schumacher em Batman Forever e coloque mamilos fantásticos nos uniformes).
Se bem que nesse filme tem a Jessica Alb… Ok, vamos a trama.
Estamos alguns anos a frente do último filme. O Quarteto é uma espécie de RBD e as pessoas atiram calcinhas por onde eles andam, principalmente agora que o casamento de Reed e Sue é capa de todos os jornais e revistas de Nova York.
Ao mesmo tempo uma estranha bagaça cósmica anda apagando os televisores bem na hora da novela, coisa que deixa o exército americano intrigado e faz com que eles peçam ajuda pro Sr. Fantástico, uma vez que a última remessa de dinheiro pra pesquisas da NASA tinha sido utilizada pra fazer um robô ouvir Íguas de Março em Marte.
A propósito, a bagaça cósmica é o Surfista Prateado, arauto do devorador de mundos Galactus, que vem pra dizer seu chefe quer construir uma rodovia espacial e a Terra está no caminho está com fome e quer o planeta com fritas e uma Coca pra viagem. Como desgraça pouca é bobagem, não bastasse um bicho gigante que come mundos, um surfista com cérebro (!!!) e um general fulo da vida porque perdeu o episódio de 24 Horas, o cara de lata Dr. Destino também aparece, mas só pra encher lingüiça.
Se por um lado o roteiro consegue impor um ritmo dinâmico e ainda amarrar boa parte das questões levantadas ao longo da trama, as atuações pouco inspiradas e as piadinhas quase jogam tudo pelo ralo. Sue Storm nunca foi retratada como uma universitária sonsa e de todas as escolhas equivocadas na história recente da Marvel no cinema (exceto talvez por Jennifer Garner como Elektra) Julian McMahon é o Dr. Destino mais fraco e canastrão que poderia existir.
O roteiro competente e a utilização de personagens que há muito os fãs queriam ver nas telonas, minimizam as falhas dessa seqüência de uma maneira que você não precisa dizer “se eu não tivesse baixado esse filme ilegalmente eu pediria meu dinheiro de volta”, mas está um tanto longe de ser algo digno de ser lembrado nas transições de histórias em quadrinhos para o cinema.
Manual para Avacalhar o Leitor de sua HQ – O Casamento
Este artigo faz parte de uma série, acessada por aqui.
Quesada, essa é pra você. A história dessa série começou com a notícia de One More Day e termina falando exatamente disso. Pra falar a verdade, poucos são os casos em todos os quadrinhos em que o casamento de um personagem acaba com a história dele. Mas é claro que isso não é unanimidade entre os fãs e muito menos entre os escritores. O pior é quando alguém, de maior poder, acha que não se deve mesmo continuar com isso e faz de tudo para mudar a situação. Inclusive f**** com a vida do personagem, com seus leitores e até com a inteligência do próprio escritor da história. É claro que ele é um gênio, porque os gibis vão vender como água potável em praia do Rio de Janeiro, mas não quer dizer que o produto vá ter realmente qualidade.
O Evento que inspirou isso aqui
E já que estamos dando nomes aos bois, há mais de quarenta anos foi criado, na própria Marvel, um grupo que já nascia “familiar”. Reed e Susan Richards são casados desde então e não foi essa união que fez o grupo ser fragmentado (Na realidade, há vezes em que isso aconteceu, mas não é o caso), muito menos fazer os seus leitores deixarem de se identificar com eles ou ainda as vendas caírem. Todas as argumentações que se fizessem são balela, junto do Quarteto, que inclusive já teve FILHOS e SUBSTITUTOS.
A “estranha” família feliz… Ugh!
Então, o que temos em mãos é um editor traumatizado com casamentos e que acha que um dos maiores heróis da editora não pode crescer, voltando ao básico: Mora com a tia, é solteiro, pobre e fotógrafo do Clarim Diário. Mas quéisso, até o J. Jonah Jamenson odiaria o destino do Homem-Aranha.
Aqui temos um caso raro: Superman não pode ser citado. Casado há muito com Lois Lane, sua contraparte das histórias ainda lhe ajuda e nunca foi motivo de se precisar pensar em divórcio. Na saga DC Um Milhão, odiada por uns, amada por outros, o fim depende da união desse casal. A mesma DC vai unir, em breve, Canário Negro e Arqueiro Verde. Talvez isso traga problemas? Pouco provável. A química do casal sempre foi favorável para o enredo de muitas aventuras do Robin Hood moderno. Assim como os Gaviões, Flashes e qualquer outro par que se puder citar tanto de uma quanto de outra editora. Poucos são os casos em que você pode encontrar problemas por causa da união. Divórcios também são raros nas HQ´s e, quando acontecem, são histórias fantásticas, humanizando os personagens.
Falando a verdade, para que mexer no clássico Pete e MJ? Só mesmo alguém que pretende vender meia-idéia por idéia inteira e desconhece o público de suas HQ`s. Talvez apenas para fazê-los voltar futuramente, depois de mais anos de enrolação…
NEVER MOOOOOOOOREEEEEEE…
Discordou de tudo? Quer me mandar comer M****? Ou acha que estou certo e que esses editores nunca leram o que produziram? Tanto faz, só comenta!
A Sombra do Vento (Carlos Ruiz Zafón)
Eu confesso que tenho um tremendo pé atrás com essa nova literatura baseada no Oriente Médio ou em Segunda Guerra Mundial, sempre sendo bem-vendida nas livrarias, com as senhorinhas se emocionando enquanto lêem. Os Catadores de Concha é coisa do passado, nada é mais dramático do que O Caçador de Pipas.
De repente veio esse surto de novos escritores, falando sobre nazismo e/ou desgraças na Arábia. E isso tudo é muito chato e muito melodramático. Esse Caçador de Pipas é um dos livros mais Desgracentos que li na vida.
Mas aí começaram a me falar dA Sombra do Vento. Li a primeira página, enquanto esperava as 22 horas pra tomar cerveja e comecei a me interessar. Adoro essas Literaturas que falam sobre Literaturas. Livros falando sobre livros, brincadeiras entre linguagens e isso tudo. Putz, fiquei curioso, peguei o livro emprestado e levei pra casa. Quatro dias depois…
A Sombra do Vento é um livro sobre um livro chamado A Sombra do Vento. Confuso? Na Barcelona pós-Guerra Civil, Daniel acorda ás vésperas de seu aniversário de 11 anos gritando ao perceber que não consegue mais lembrar o rosto de sua mãe morta. Ao acudí-lo, o pai o leva naquela fria manhã, no meio daquela neblina de carvão característica de Barcelona em 1945, ao Cemitério dos Livros Esquecidos. O lugar é uma gigantesca biblioteca, escondida em um casarão, que abriga todos os volumes esquecidos pelo resto do tempo. Livros Mortos.
Ao passear pelos labirintos de prateleiras gigantescas, o garoto instintivamente pousa aos mãos sobre A Sombra do Vento, um esquecido volume do desconhecido autor Julián Carax. A partir daí, começa toda a trama da tentativa de Daniel de desenterrar o passado de Carax e recuperar uma história que começa em 1900…
O mais interessante em A Sombra do Vento é a narrativa. Intrincada, com novos elementos sendo colocados na história o tempo todo, vai e volta no tempo, recuperando aos poucos o passado, a infância e o sumiço de Julián Carax. Numa mistura de gêneros típica do Bacanal do século XXI, o autor brinca com uma cidade cheia de cicatrizes deixadas pela Guerra Civil e a própria idéia de Livros dentro de Livros. Uma passagem em que Daniel descreve A Sombra do Vento parece servir perfeitamente para a obra física:
á medida que avançava, a estrutura do relato fez-me lembrar daquelas bonecas russas que contêm em si mesmas inúmeras miniaturas. Passo a passo, a narrativa se estilhaçava em mil histórias, como se o relato penetrasse numa galeria de espelhos, e sua identidade produzisse dezenas de reflexos díspares e ao mesmo tempo um só.
Sem sentir, enquanto cresce e investiga por conta própria certos passados proibidos, Daniel envolve-se com um ex-anarquista, um Inspetor psicopata e com a estranha figura de Alain Coubert, o homem sem rosto que fuma cigarros feitos com folhas de livros e dedica sua vida a perseguir todos as obras de Julián Carax e queimá-las.
O detalhe? Alain Coubert é o nome de um dos personagens do romance A Sombra do Vento de Carax. O personagem que representa o demônio.
Escrito por Carlos Ruiz Zafón, espanhol nascido em 1964 que vive atualmente em Los Angeles contribuindo para jornais, A Sombra do Vento é um romance de Reconhecimento, Auto-Conhecimento e Conhecimento dos Livros. Porque, no fim, tudo leva ao Rosto da Mãe.
Resenha – Escorregando para a glória
Filmes sobre patinação não tem lá muita graça, pois mostrar pessoas deslizando pelo gelo não é uma das melhores coisas. Mas é claro, se o principal em um filme é o humor, ele consegue melhorar muito. Em Escorregando para a glória, não é diferente. Contando a história de dois patinadores rivais, Chazz Michael Michaels e Jimmy MacElroy, interpretados respectivamente por Will Ferrell e Jon Heder, ambos que você já deve ter visto em filmes como O âncora e Napoleon Dinamite, são os principais protagonistas dessa história. Depois de se ferrarem ao terem uma “pequena” discussão durante a entrega de medalhas em uma competição que participaram, discussão essa que recebeu indicação como melhor luta no MTV movie awards, ambos são banidos das competições. O tempo passa, e a patinação que é a vida desses dois continua a assombrar a cabeça deles.
Até que um fã psicótico de Jimmy MacElroy consegue descobrir uma brecha nas regras, e o convence a retornar a patinação, dessa vez, como um patinador de duplas. Seu parceiro? O seu maior rival, é claro.
Não entendo muito de patinação, na realidade, não entendo nada, mas achei as cenas em que mostravam os dois patinando muito bem feitas. Depois de muito treino, eles conseguem entrar em uma competição, e dessa, pro mundial de patinação.
Dai em frente, a história do filme fica em um ritmo muito louco. Outros rivais patinistas, a bela irmã deles, que MacElroy fica xonadin, o treino deles para ficarem melhores e mais coordenados juntos, e até o momento que chega a hora de eles treinarem “A donzela de ferro”.
Se quer um filme pra só se desligar das besteiras da vida, esse é recomendado, uma história simples,que fará você prestando atenção até o final, recheado de cenas que garanto, pelo menos você vai dar umas risadas.
Resenha – Os Simpsons – O Filme
Bom, Os Simpsons é um desenho animado que TODO MUNDO já assistiu a pelo menos CINCO episódios. Então, não tem por que eu falar muito sobre isso, vamos direto ao filme. Não sei se você sabe, mas o filme demorou exatamente dez anos para ser lançado. Nesse tempo todo, 158 roteiros foram criados. Apenas UM sobreviveu.
Antes de mais nada, eu diria que os tempos de Os Simpsons… já foi. Não é tão empolgante como antes, mas é claro que o desenho ainda é algo que deve ser visto (apesar dos episódios fracos das últimas temporadas). Já no filme, Homer Simpson arrumou um… porco de estimação. Um nome? Ele não se decidiu ao certo se era Spider Porco ou Harry Porco. O fato é que o bicho fazia um estrago com a sua flora intestinal, e Homer depositava as fezes em um “silo” que, uma hora, ia encher. E encheu. Homer decidiu jogar aquilo em um rio, e uma reação química se formou, trazendo efeitos… catastróficos.
Imagina um monte de merda de porco em um tubo de uns 3 ou 4 metros de altura, cara. Ou pior: Imagina o cara ter um porco em casa e não comê-lo. Enfim, a poluição que aquilo causou foi de níveis altíssimos, e o governador Arnold Schwazenegger não pensou duas vezes (aliás, nem pensou) em assinar uma permissão para prender a cidade de Springfield em uma espécie de estufa. Uns helicópteros levaram um escudo enorme, do tamanho da cidade, colocando-o sobre a mesma. A população agora estava presa, e Springfield não poluiria mais o mundo. O escudo era inquebrável, e o exército estava ali por perto, caso algum engraçadinho tentasse fugir. É óbvio que a população inteira da cidade se revoltou contra Homer, querendo matá-lo.
Repare BEM no filme se você gosta de easter-eggs. É claro que Os Simpsons já é uma série cheia de mensagens subliminares e paródias com outras séries, filmes, acontecimentos e tudo mais. Não vou revelar nada, mas gostei do que reconheci. O que eu não gostei foi de ver que Simpsons de verdade roda em 15 ou 30 minutos no máximo – definitivamente, foi muito filme pra pouca piada. Ou realmente o tempo dos amarelões já foi, ou minha teoria de que eles só dão certo em um curto espaço de tempo é certa. Não que tenha ficado ruim, mas eu diria que saí do cinema com a impressão de que faltou algo. Faltou: Piadas. O início do filme é fenomenal; sempre é quando esculacham religiões. Depois de um certo tempo, as piadas diminuem e um certo drama toma conta do filme, quase deixando-o perto de um Disney da vida. Sério, uns trechos são BROXANTES.
Depois de conseguir fugir da multidão E de Springfield, a família de Homer (Bart, Lisa, Marge e Maggie) começa a discutir e acabam tomando um rumo diferente de Homer. Após isso, algo assustador está por vir, deixando o futuro de Springfield nas mãos de Homer, e taí outro ponto que eu não gostei muito. Sei lá, ficou muito forçado para o estilo do desenho. Bacana, mas forçado. Quando eu lembro que 157 roteiros foram recusados, eu imagino que alguns nesse meio teriam feito o filme ter sido bem melhor. Enfim, não sei se é bem um filme “para toda a família”, mas garante uma boa diversão. Talvez você se decepcione, como eu disse, mas não vai ser nada demais.