10 anos de Bacon Frito
Esse texto faz parte de uma série, em que ex-colaboradores e conhecidos retratam sua percepção sobre os 10 anos de Bacon. É o último, eu acho.
10 anos de Bacon Frito. Quem diria. Pizurk me convidou pra escrever um texto comemorativo há mais de 1 mês e é claro que eu me atrasaria pra data oficial, no dia 02 de junho. Mas, como sempre, tenho uma desculpa excelente: Mudei esses dias da casa que morei por quase 20 anos pra um apartamento consideravelmente menor, o que está dando um trabalho do cão.
Essas últimas semanas estão sendo uma bela viagem naquele lugar embolorado chamado nostalgia. A parte boa – ou talvez seja a pior parte, não sei, depende do ponto de vista, já que faz a arrumação demorar ainda mais – é achar uns tesouros como a lista original do Top 100 ou o caderno em que eu escrevia os rascunhos dos meus textos no Primeira Fila e no Bogart é Tanga (Olha essa expressão de 10 anos atrás – Tanga! Ok, provavelmente só era usada por aqui, mas cês entenderam meu ponto). Tudo propriedade da central de distribuição de lixo reciclável agora, como deveria ser há anos.
O Bacon é um lugar feito por gente zoeira de humor meio torto. Sempre foi e a identificação era imediata. Naturalmente, por isso, algumas amizades fluíram pra além dos teclados. Entre os escritores, rolou uma parceria com o Vassourada. Perdi as contas de quantas viagens fiz pro Rio pra escrever nossos projetos e até pra filmar um deles. Teve mês que viajei pra lá duas vezes, já nem desfazia as malas. Cresci muito tanto no pessoal quanto no profissional (OLOCO MEO) nessa época.
Nessas viagens cariocas sempre fiz questão de ver também o Manu, frequentador do célebre e saudoso Chat do AoE no MSN – Manu este que encontrei também em pelo menos outras duas unidades da federação e segue sendo um amigo muito que do querido – e, enquanto eles namoravam, encontrava lá também outro membro do Chat e escritora do Sake com Sal e Naftalina (Sites irmãos ou primos ou sobrinhos… Sei lá, tem algum parentesco com o Bacon),
ENTRA VIOLINO
minha eterna xuxu, a Bruna, a melhor amiga que já tive nessa vida, que infelizmente já não está mais entre nós. Ela definitivamente foi o melhor que essa bagaça aqui me deu e não tem um dia sequer que não pense nela com saudades.
SAI VIOLINO
Todo filme, série, livro que via corria pra comentar com ela, o que me faz querer verdadeiramente que o rolê de mensagens interdimensionais sugerido naquela obra prima do cinema brasileiro, Nosso Lar, chegue logo. Foi bem complicado ver essa última temporada de Game of Thrones sem escrever MAS QUE CARALEOUS a cada 10 segundos pra ela. Que final ruim, plmdds.
Por sinal, nesses 10 anos, me formei em Audiovisual e juro que sei fazer uma crítica mais aprofundada que “que final ruim, plmdds”, mas é isso, foi horrível, foda-se e isso aqui não é site sério. E não ser um site sério e poder escrever errado e com quantos “e” eu quiser é muito do charme que me atraiu a ler e, posteriormente, a escrever aqui. O que não quer dizer que é bagunça. Nosso Senhor Stanley Kubrick sabe de quantas vezes o chefe Pizurk reclamou de prazo e de formatação de texto. Como muitos outros que escreveram aqui, também passei pela famosa entrevista. Cavucando meu e-mail até achei essa pérola lá de 18 de novembro de 2008 – há mais de 10 anos, percebam, quando ainda era o Ato ou Efeito. Falei de como era esquisito passar por uma sabatina já que “conhecia” (Bota aspas nisso, até hoje nunca vi mais gordo. Nem o Pizurk, diga-se de passagem, com quem tive o primeiro contato nesses e-mails) o théo, respondi umas perguntas que eles pediam, escrevi uma crítica ao Vicky Cristina Barcelona (Filme aleatório que escolhi porque tava no cinema) e fui aprovada. Simples assim. Muito diferente da sabatina que fiz meus futuros subordinados passarem – virei chefe da área de cinema, ó que beleza – que incluía desde resenhas do Titanic ou Lagoa Azul a comer lavagem azeda do chão. A parte das resenhas é verdade. A segunda deveria ser, pra alguns.
A outra maior atualização da minha vida em relação ao que fazia aqui é que não poderia ligar menos agora pra pirataria. Recomendo demais esse texto linkado porque os comentários especialmente são um belíssimo retrato da juventude de 10 anos atrás. Quer dizer, na era do streaming ninguém nem precisa baixar mais nada, quanto mais comprar DVDs (Nem eu, apesar de não me desfazer dos meus – e enquanto não instalam a internet aqui essa decisão tá sendo uma maravilha) e com cinema 300x mais caro que 10 anos atrás (Tirei esse número da minha bunda, sim), tenho um belo estoque de séries bucaneadas no HD externo. C’est la vie. Mas se você for da Polícia Federal, eu obviamente estava apenas brincando e meu HD externo tem somente fotos do meu cachorro sendo fofinho.
Então é isso. Tem uma porção de gente que passou por aqui que até hoje gostaria de conhecer. Continuo escrevendo muito, como deu pra perceber, porém com menos frequência. Vez em nunca passo aqui pelo site pra ler algum texto antigo e sinto saudades. Mas não tanto quanto quando recebo e-mails de cabines de imprensa com filmes que eu quero ver e vou ter que pagar um rim pra ver no cinema depois.
Sigo querendo escrever críticas profissionalmente, e se você de algum site sério estiver contratando, favor deixar mensagem após o sinal.
P.S.: Escrevi isso há quase duas semanas e ainda não mandei devido a falta de internet. Um beijo na bunda da minha operadora. Fdp.
P.P.S: Deus me dibre de escrever pelo celular.
Uiara, já é uma senhora de idade, formada em 47 cursos superiores, dirige, atua, canta, dança, sapateia e escreve. Tudo por um preço módico.
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