Sonic – O Filme (Sonic The Hedgehog)

Cinema quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020 Pizurk

‘SONIC – O Filme’ é uma aventura live-action baseada na franquia mundial de vídeo game da Sega que conta a história do ouriço azul mais famoso do mundo. O longa segue as aventuras de Sonic enquanto ele tenta se adaptar à nova vida na Terra com seu novo melhor amigo humano, o policial Tom Wachowski (James Marsden). Sonic e Tom unem forças para tentar impedir que o vilão Dr. Robotnik (Jim Carrey) capture Sonic e use seus poderes para dominar a humanidade.

Você, nintendista de plantão, provavelmente se lembra da bomba que foi o filme do Mario. E não ouse perguntar qual Mario, pelo amor dos seus filhinhos. Mas, 27 anos depois, Super Mario Bros aparenta ter sido uma lição pra galera da SEGA que prestou consultoria pro rolê, já que, a despeito do filme ser uma adaptação de um jogo que não tem história praticamente nenhuma [Ou você acha que o Dr. Ivo “Eggman” Robotnik transformar os animais em robôs é história?], é bem fiel ao seu material de origem, tanto quanto é possível numa adaptação feita por Hollywood.

Como não poderia deixar de ser, o enredo de um filme desse não é exatamente o forte da coisa toda. Chega a ser engraçado, talvez de propósito, que o desenrolar da coisa toda é bem próximo daqueles filmes policiais onde a dupla não se dá bem no começo mas acaba descobrindo o valor da amizade™. O esquema é, como sempre, não criar expectativa nenhuma, e ir esperando um filme no nível Sessão da Tarde. Foi o que eu fiz, e saí bem satisfeito.

Como não poderia deixar de ser, uma das grandes movimentações em torno do filme foi por conta do design inicial do ouriço, que no primeiro trailer mostrava claramente um anão vestido num macacão. O que não agradou os fãs em geral, e pessoas que sensíveis ao vale da estranheza em particular. Se você não acredita em mim o quão escroto estava, eu te poupo de procurar no seu buscador favorito:

Devido à repercussão negativa [E como não poderia ser, olha essa abominação], o diretor Jeff Fowler anunciou, depois de ver a merda que deu, que haveria uma refação no serviço, ao contrário dessa galera que joga a bomba e some, quando vê a bosta que fez. E não é só isso, anunciaram inclusive que o trabalho foi feito sem crunching [Botar funcionário pra trabalhar 16h/dia até o serviço ficar pronto], que é um problema sério dentro da indústria de jogos olha os paralelos aí, gente e com um custo relativamente baixo de 5 milhões. De dólares. Baixo é meu pau, 5 milhões é dinheiro pra caralho em qualquer moeda, maluco. Essa galera de Hollywood é totalmente descolada da realidade.

“Baby Yoda nem andar sabe.”

Sobre os personagens e seus intérpretes, acho que a dublagem do Ben Schwartz foi condizente com o personagem, já que a ideia é botar o bicho pra ser arrogante, porém carente. Se bem que, pensando por esse ângulo, praticamente qualquer ator famoso funcionaria. James Marsden também funcionou bem como policial de cidade do interior, apesar de eu ainda achar que ele fez um péssimo Ciclope e devia se arrepender disso o resto da vida. Tika Sumpter eu não conhecia, então pra mim fez um ótimo trabalho como par romântico do coadjuvante, o que não quer dizer muita coisa.

E, deixando o melhor pro final, temos Jim Carrey interpretando o Robotnik. Puta merda, que interpretação. Tudo bem que o fato dele ser um comediante renomado ajuda bastante, mas o papel tem um toque de ridículo que combina muito com o Jim Carrey. Afinal, é um gênio com Q.I. de 300 que não sabe lidar com pessoas, e por isso resolve tudo com robôs. A caracterização talvez seja um pouco diferente do visual que você, que tinha um Mega Drive na infância, se lembre, mas ainda assim vale a pena só pelo gênio da comédia que o Carrey é.

“Meu óculos tá sujo?”

Claro que, como não poderia deixar de ser, são várias referências, tanto em relação à jogos do próprio Sonic, quanto provocações ao maior rival, Mario. E, não precisa ficar até o fim dos créditos, são duas cenas que aparecem logo depois que eles começam. Que, inclusive, são dois ganchos fortíssimos pra uma provável continuação. Mas, como a história prova, isso não quer dizer muita coisa…

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