Sobre Monstros e Universos Fodidos

Sit.Com terça-feira, 30 de março de 2021

Se antes da pandemia já tava ruim, durante ela tem sido cada vez mais difícil ter ânimo pra escrever sobre qualquer coisa. Ideias não faltam, mas organização mental pra sentar e escrever algo está sendo praticamente impossível pra mim. Porém, recentemente tive a sorte de conhecer duas ótimas séries e preciso compartilha-las com vocês três que ainda leem essa bagaça.

O Universo cobra.

Confesso que quando eu li a sinopse de Calls eu fiquei um pouco puto por chamarem de série experimental e inovadora porque na verdade ela é só um áudio drama legendado com umas imagens do windows media player no fundo. Mas a real é que a série é uma das melhores coisas de ficção científica já feitas nos últimos anos.

A série, como já disse anteriormente, possui apenas o áudio de ligações estranhas entre diversos personagens. Alguma coisa tá fodendo o espaço tempo e pessoas estão conseguindo ligar pro futuro ou pro passado causando um puta de um caos no Universo. O que inicialmente parece uma série antológica, vai revelando no decorrer dos 9 episódios que é algo muito maior e sombrio digno do caos que A Guerra dos Mundos causou quando foi interpretada no rádio pela primeira vez.

Pra quem não gosta de ouvir podcasts, pode parecer um absurdo “assistir” uma série que possui apenas o áudio, mas se você quer um conselho de amigo, deixa esse teu preconceito de lado aí e dá play na série que você não vai se arrepender.

Monstros são o menor dos nossos problemas.

Monsterland é uma série antológica de 8 episódios de terror social, psicológico e existencial. Apesar do nome, o foco da série não são os monstros, mas sim nós, reles humanos e como o abandono e o descaso do governo afeta nossas vidas, nos levando a tomar decisões no mínimo duvidosas.

O primeiro episódio, sobre uma mãe adolescente solo que trabalha como garçonete pra sustentar a filha que possui problemas de controle de raiva é de longe o mais chocante da primeira temporada e levanta questões tão importantes que simplesmente torna impossível os próximos episódios manterem o mesmo nível, mas isso não chega a ser um problema.

Uma dica pra quem, assim como eu, se apega rapidamente aos personagens e não se contenta com um único episódio sobre eles é assistir a série prestando bastante atenção pois os episódios são cheios de easter eggs dando pequenas dicas de histórias passadas e futuras.

Pretendo aproveitar este pequeno sopro de inspiração pra voltar a escrever com mais frequência e continuar garimpando séries estranhas pelos streamings (E outros meios alternativos) para indicar nesta humilde e medíocre “coluna” que eu espero que se mantenha semanal.

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