Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis — Review

Cinema segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Eu me entubei num cinema por 2 horas e 12 minutos com uma galera que não sabe nem botar nariz pra dentro da máscara para apresentar-vos o review de Shang-Chi. O primeiro filme do MCU protagonizado por um ator de etnia asiática (Simu Liu é sino-canadense) estreou aqui no Brasil no dia 02 de setembro exclusivamente nos cinemas, e deve estar disponível no Disney+ a partir do dia 18 de outubro. Decidi fazer um review sem spoilers (Além do que já foi mostrado nos trailers) para quem compreensivelmente escolheu esperar para ver em casa. Shang-Chi tem duas cenas pós-créditos, uma antes e outra depois dos créditos em preto e branco (Também não vou falar sobre elas, mas tem no Google). Let’s go.

Vou falar logo, Shang-Chi é bem melhor do que Viúva Negra. Em relação ao MCU, o filme é até bastante independente, então uma pessoa que não segue fervorosamente não vai se sentir perdida. Existem algumas referências, claro, o próprio Abominação e o Wong que apareceram no trailer, mas tudo isso é integrado de forma até orgânica na história. Para quem é mais fã de carteirinha, tem mais alguns pontos que ligam ao resto do universo que eu achei interessantes (Isso sem falar das cenas pós-créditos).

Se fosse para comparar com algum outro título da Marvel, compararia com Pantera Negra (2018), porém até essa comparação não é muito significativa. Shang-Chi consegue fugir um pouco da mesmice das histórias de origem da Marvel, e lá pelo terceiro ato eu já tinha sido convencido de que era mais do que um filme de super-herói. Eu sei que isso é um clichê do MCU (Tem gente que jura que Capitão América: O Soldado Invernal (2014) é um thriller político), mas fora Guardiões da Galáxia (2014) que tá mais pra um space opera (IMO) é tudo filme de super-herói mesmo.

A estética é mais viva e mais colorida do que o padrão de sempre, além da influência asiática. Se eu não soubesse e me falassem que era uma adaptação de um mangá japonês eu não duvidaria (Lógico que existem diferenças entre a estética japonesa e a chinesa, mas as duas distoam ainda mais da ocidental mainstream.) Para combinar, não tiveram medo de incorporar diálogo em chinês e um elenco autenticamente de origem asiática.

Não sou muito ligado em cinema chinês, de qualquer forma é possível perceber a inspiração na própria coreografia. Nesse ponto fiquei até bem satisfeito. Ainda tiveram mais cortes do que eu acharia ideal, mesmo assim as lutas foram bem coreografadas e bonitas de assistir mesmo, além de criativas. Também gostei de como usaram os Dez Anéis de formas variadas.

Conseguiram enfim fazer mais um vilão interessante (Em oposição ao vilão cartunesco de Viúva Negra), através do Tony Leung Chiu-Wai, consagrado ator de Hong Kong. Sinceramente, nunca tinha visto nada dele, além de Felizes Juntos (1997), que por acaso assisti alguns dias antes (Filme muito bom, aliás, porém nada a ver com a vibe Shang-Chi; ganhou o melhor diretor de Cannes e se passa em Buenos Aires, fica a sugestão).

De fato, até chamar ele de “vilão” pode ser um desserviço. A caracterização foi muito boa, realmente é um ser humano, e podemos sentir um pouco de empatia pela situação dele. Isso é algo que os trailers não exploram muito (Felizmente). Aliás, esse é um ponto que também achei muito positivo, os trailers deixaram bastante coisa de fora.

A atuação do Simu Liu foi boa de forma geral, li algumas pessoas falando que ele não se saiu tão bem em cenas mais dramáticas, mas se é o caso não é nada muito chamativo. A Awkwafina também consegue atuar bem pro papel dela, que é mais um comic relief mesmo (Porém não apenas isso). A própria comédia do filme é bem estilo MCU, teve um personagem cômico além da Awkwafina que eu particularmente achei um pouco distoante do resto do clima do filme, mas também li muita gente falando que gostou.

Outro ponto positivo é a trilha sonora, já disponivel nas plataformas online (Até no Youtube mesmo). Fora isso, fiquei com uma boa impressão, saí do cinema pensando que eu tranquilamente assistiria o filme de novo (Para mim esse é um ponto fraco do MCU, por ser muito serializado vários filmes perdem a reassistibilidade).

Dia 08 de setembro temos tivemos o quinto episódio de What If…? no Disney+, com conclusão planejada para o dia 06 de outubro com o nono e último da primeira temporada. Para as telonas, Eternos (A princípio) estreia dia 05 de novembro nos EUA (E, como aqui as estreias são na quinta, pela lógica aqui seria um dia antes, dia 04).

Falei demais, é isso. Abraços.

Imagina se o Smith resolvesse resenhar tudo que já saiu do MCU? Misericórdia. Não deixa ele roubar todo o assunto não, se mete na conversa.

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