Os 10 melhores filmes de 2021
Mais um ano desgracento chega ao fim e cá estou eu, buscando no fundo de minha alma, inspiração para escrever algo para este amado e gorduroso site que há tanto tempo me abriga, mesmo que há tanto tempo eu não o dê a devida atenção. E nada melhor para voltar a escrever do que listas. Sim, lista. Fazer um “10 alguma coisa” não era o que eu planejava para este texto, mas é o que temos. Desculpa.
Encanto
Confesso que esta nova animação da Disney só está aqui por causa da trilha sonora de Lin-Manuel Miranda. É incrível como eu fico emocionado assim que as primeiras notas da primeira música do filme começam a tocar. A história segue os Madrigal, uma família especial onde cada membro possui um dom único, com exceção de Mirabel, a protagonista do filme que tenta entender os motivos de ser a única diferente na família enquanto tenta impedir que a magia que envolve a família e o vilarejo onde vive desapareça.
A história se passa na Colômbia e apesar de não estereotiparem os personagens e ter muita importância na representatividade latina, o filme ainda comete alguns erros bobos, como masculinizar a personagem que possui super força e fazerem de Isabela, a “perfeitinha”, a única com cabelo liso em toda a família. Além disso, o filme não se esforça muito em explicar direito as coisas, deixando alguns acontecimentos importantes por conta da interpretação e imaginação do público (O que é uma merda, pois dá muita brecha pro Imaginago teorizar sobre =\). Mas a mensagem por trás de toda a história e a trilha sonora fazem o filme valer a pena.
Rua do Medo 1994
Confesso que eu tava cheio de má vontade pra assistir esse filme quando descobri que era uma adaptação dos livros de R. L. Stine, mas não somente o primeiro filme, como toda a trilogia Rua do Medo me surpreendeu bastante. Os filmes seguem a vida de alguns jovens que vivem em um bairro “amaldiçoado” e que precisam descobrir como sobreviver a mesma. Pra isso terão que investigar alguns dos principais assassinatos, que ocorrem sempre a cada 33 anos, e enfrentar assassinos que são referências aos clássicos do terror de Hollywood.
A trilogia peca em alguns momentos, principalmente nos dois últimos filmes, mas se você curte filmes de terror clássicos, adora caçar uns easter eggs e se deixa levar pela nostalgia, Rua do Medo é um excelente filme.
Noite Passada em Soho
Edgar Wright é um cara que me faz assistir qualquer coisa que ele esteja envolvido. E eu não entendo a esculhambação das pessoas com esse filme, que foi bem ignorado, enquanto Ritmo de Fuga, que é bem inferior a maioria dos filmes de Wright, teve todo um estardalhaço nos principais portais especializados em cinema.
Noite Passada em Soho é um suspense psicológico daqueles que te deixa prestando atenção em tudo enquanto tenta entender o que diabos está acontecendo. Thomasin McKenzie (Que eu jurei por algum tempo que era a Abgail Breslin) dá vida a Eloise, uma jovem estudante de moda, apaixonada pelos anos 60, que consegue, de alguma forma, viajar para os anos 60, onde vive a vida de Sandy, uma jovem aspirante a cantora vivida por Anya Taylor-Joy, que é o exato oposto de Eloise. Enquanto curte sua nova vida, ela terá que desvendar um mistério que já dura décadas, enquanto duvida da própria sanidade. Já falei demais, assistam Noite Passada em Soho assim que possível.
Eternos
Discordo completamente de quem diz que Eternos é o filme mais DC da Marvel. Porém, também compreendo quem chegou a esta conclusão, uma vez que é realmente o filme mais diferenciado de todo o MCU. Confesso que eu estava completamente fora do hype pra esse filme, o que, acredito eu, tenha me ajudado muito a gostar dele.
Apesar de achar um desperdício o que fizeram com Salma Hayek e Angelina Jolie, eu ainda curti os personagens e o elenco do filme, ficando inclusive curioso sobre o que está por vir no futuro cósmico do MCU. Além disso, é impossível falar de Eternos sem tocar na importância que o filme tem com uma tremenda representatividade, principalmente para os filmes de super-heróis. Degela esse coração aí, porque Eternos, além de muito bonito visualmente, é também uma boa história com potencial para expandir e muito o MCU.
Matrix Resurrections
Preciso dizer que Matrix Resurrections foi o filme que me fez gostar de Matrix. Sim, eu sei, o primeiro filme é um clássico, revolucionou a forma de fazer cinema e rende debates filosóficos até hoje. E eu gosto dele, só não gostava tanto quanto a maioria das pessoas. Porém, tudo mudou com os trailers do novo Matrix. Antes de ir ao cinema assistir a Resurrections, eu não somente revi a trilogia original, como também quis assistir Animatrix pela primeira vez e o resultado foi que eu adorei tudo.
Obviamente o primeiro filme é infinitamente superior aos outros, mas Reloaded e Revolutions não são tão ruins quanto eu me lembrava. Muito pelo contrário, eu até acho que são bons hoje em dia. Já Matrix Resurrections tem tantas críticas à sociedade que vivemos hoje em dia, que, não somente é o meu favorito, como também me faz duvidar do caráter de quem não gostou do filme. Mesmo ele sendo brega e clichê.
Lamb
A A24 nunca erra! Não tem jeito, até hoje tudo o que eu assisti do estúdio foi surpreendentemente bom. E não somente bom, mas bom acima da média do que estamos acostumados a ver por aí. E com Lamb não foi diferente, apesar do descaso com o filme, que só chega oficialmente ao Brasil em 2022 pelo MUBI.
É difícil dizer sobre o que é Lamb, uma vez que o filme é tão louco que torna impossível você ter certeza sobre o que você acha que entendeu. Como uma das coisas mais originais que assisti nos últimos anos, a dica que dou é: assista e tire suas próprias conclusões. Mas vá de mente aberta.
A Lenda do Cavaleiro Verde
Digo novamente: A A24 nunca erra! Sir Gawain and The Green Knight é um poema arthuriano escrito no século XIV que é perfeitamente adaptado e modernizado neste filme estrelado pelo excelente Dev Patel. Na história, o Cavaleiro Verde, um ser gigantesco e de aparência inumana, chega a corte do Rei Arthur e propõe um jogo a todos presentes no local. Alguém deveria acertar um golpe nele, mas dentro de um ano, essa mesma pessoa teria que encontra-lo na Capela Verde onde ele devolveria o golpe com a mesma intensidade. Gawain, que sonhava em tornar-se um cavaleiro, tenta provar seu valor e decapita o Cavaleiro Verde. Porém, para a surpresa de todos, o Cavaleiro Verde levanta-se, apanha sua cabeça no chão e vai embora, mas não sem antes relembrar que em um ano Gawain deverá encontra-lo para receber o mesmo golpe.
Após viver um ano colhendo os frutos de sua bravura, chega então o momento de Gawain partir em sua jornada lúdica ao encontro de seu fatídico destino. Enquanto nos apresenta os mais diversos e fantásticos personagens pelo caminho, a história vai testando e revelando a hipocrisia e a futilidade de Gawain e de seu sonho, deixando ao final da estrada o questionamento sobre qual é o verdadeiro valor do que buscamos. Vale a pena pagar o preço cobrado para se tornar algo que não é real? A A24 nunca erra!
Não Olhe Para Cima
Uma maravilha que conseguiu fazer com que os negacionistas se provassem ainda mais negacionistas ao negarem a realidade para defender o negacionismo. Tem gente achando que o meteoro é a vacina, tem gente achando que o meteoro é Jesus voltando, tem gente achando que a vida real ia ser idêntica ao filme se um meteoro viesse em direção a Terra, sem entender que o meteoro já está em direção à Terra e se chama aquecimento global, enfim… Ninguém aguenta mais ler qualquer coisa sobre esse filme, mas eu não poderia deixar de citá-lo nessa lista.
O Esquadrão Suicida
Se Eternos é o filme mais DC da Marvel, O Esquadrão Suicida é o filme mais Marvel da DC. E que filme! Eu realmente gosto dessas histórias caóticas, sem muita profundidade, onde os personagens só precisam cumprir uma missão rápida, mas tudo dá tremendamente errado e o filme inteiro gira em torno da arrumação da própria cagada.
E o que são os personagens desse filme? Eu nunca achei que em uma equipe que tem a Arlequina, ela acabaria sendo a mais comum. Quando que você imaginou ver no DCU, aquele mesmo DCU que fez O Homem de Aço, Batman vs Superman e o Snyder Cut, um grupo formado por um tubarão humanoide, uma mina que controla ratos, um cara que solta bolinhas do próprio corpo, um assassino que tem medo de ratos e a Arlequina enfrentando uma estrela do mar alienígena gigante? O Esquadrão Suicida é, pra mim, o filme mais divertido de 2021.
Homem Aranha – Sem Volta Para Casa
Não tem como falar dos melhores filmes de 2021 sem falar de Homem Aranha – Sem Volta Para Casa. Assim como Matrix Resurrections, esse foi o filme que me fez rever os antigos filmes do Homem Aranha e gostar deles. Quer dizer, eu ainda acho o primeiro filme do Tobey Maguire muito chato, mas todos os outros são bem melhores do que eu lembrava. Inclusive, ter revisto os Espetacular Homem Aranha antes de Sem Volta Pra Casa foi importantíssimo pra eu perceber o quão injusto e babaca eu tinha sido com o Aranha do Andrew Garfield. Ele é o melhor Peter Parker (Quem?), é o que tem as melhores lutas como Homem Aranha, é o que mais usa teias durante as lutas, é o mais amigão da vizinhança de todos, é o que tem a namorada mais legal e é o que tem o uniforme mais maneiro (em Espetacular Homem Aranha 2). Ou pelo menos era, até o final de Sem Volta Pra Casa.
Acho que esse final foi o mais triste que eu já vi no MCU, porém, também era tudo o que eu queria. Com o Homem Aranha do Tom Holland deixando de ser um moleque mimado e tendo que aprender a se virar com seus próprios poderes e responsabilidades e fazendo seu próprio uniforme. Não há muito mais a ser dito sobre esse filme após as enxurrada de textos, tweets, podcasts e afins que saíram sobre ele, mas gostaria de reafirmar aqui que quem não gostou é porque já tá morto por dentro.
Lembrando que essa lista não é um Top 10, ok? Muitos destes filmes estão no mesmo nível e alguns me empolgam mais por causa de nostalgia e por ser marvelete safado, que na verdade é o que importa, mas é preciso admitir que em termos de roteiro é até vacilo colocar alguns desses filmes na mesma lista que os filmes da Marvel e da DC. Ih, carai, baixou o Martin Scorsese aqui!
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