Resenha – Nunca é Tarde para Amar
Conforme o companheiro Atillah em seu Manual do Pirata Contemporâneo (leia aqui), Nunca é Tarde para Amar (título saído diretamente do século passado), é mais um exemplo de filme que atende a um nicho específico de mercado: mulheres e tangas.
Veja o porquê num resumo da sinopse: Michelle Pfeiffer (Rosie) é uma mãe moderna que se apaixona pelo jovem ator Adam (Paul Rudd). Sua filha (Saoirse Ronan) é uma adolescente que se apaixona pela primeira vez. O filme retrata os vários papéis da mulher na sociedade, suas conquistas amorosas, os cuidados com a beleza e suas batalhas no mercado de trabalho.
Daí você (no caso, eu) se pergunta o que está fazendo no cinema, até porque ninguém está apontando uma faca em seu pescoço. E o pior, além de ser uma comédia romântica com toques surreais (no filme há a presença da Mãe Natureza, a engraçada comediante inglesa Tracey Ullman, como subconsciente da personagem de Rosie), Nunca é Tarde para Amar parece forçar um discurso contra o preconceito de idade e críticas contra a televisão americana (na novela a lá Malhação, produzida por Rosie, os atores que fazem os adolescentes são todos adultos), no entanto, o roteiro de Amy Herckerling não consegue aprofundar nenhuma das questões.
Se observado que a diretora/roteirista Heckerling tem em sua filmografia filmes como Olha Quem está Falando e As Patricinhas de Beverly Hills, não há muito que se esperar de seriedade e reflexão sobre mulheres namorando homens mais novos, mesmo assim, o filme podia ter um tom menos caricatural e farsesco.
Pelo menos, temos a beleza madura de Michelle Pfeiffer (ainda dando um caldo) e o melhor comediante da atualidade, Paul Rudd (que também está em Ligeiramente Grávidos), que de coadjuvante em diversas comédias, tem sua chance, como a chapliniano Adam, de mostrar que tem o timing da comédia.