O sonho de ter uma banda
Com a estréia do quadro Made in Taiwan, senti parte do meu sonho sendo realizado: “Trabalhar” com bandas independentes. Lá pra 2004 eu tive a idéia de lançar um site reunindo várias bandas undergrounds, que seria um Trama Virtual mais… seletivo. A idéia era foda, eu e um amigo planejamos coisa pra cacete, já tinhamos umas 5 bandas confirmadas no site, com conteúdo e tudo, e ainda planejávamos lançar um selo pra, pelo menos, gravar uma coletânea. O tempo passou e a gente acabou esquecendo da idéia, ou melhor: Abandonando ela. Então, no início deste ano eu repensei a idéia com o finado Sob, ex-membro do site que colaborou com um texto, algumas idéias e alguns nomes de colunas e quadros, como o próprio “Made in Taiwan”, nome que ele tinha na manga caso fosse criar um blog. Enfim, usamos o nome para este quadro musical do AOE, que tem tudo pra ser sensacional.
Bom, essa idéia de reunir bandas sensacionais que VOCÊ deveria conhecer surgiu depois que um de meus sonhos fracassou: O sonho de ter uma banda. Enquanto durou foi sensacional, claro, apesar de insistir no erro de tentar aprender a tocar guitarra. Minha grande paixão sempre foi ser vocalista e, quem sabe, baterista, mas era uma merda ter uma bateria por aqui E eu sempre cantei mal. Até montar, finalmente, uma banda, e ser obrigado a cantar e fazer a base na guitarra. Eu era tipo o Joey Ramone, não sabia se tocava ou cantava. Se tocava, a voz saia baixa. Se cantava, as notas saiam fora de sincronia. Até esquecerem em casa a guitarra do outro guitarrista, que arrancou a minha guitarra de mim. Então, foi o ensaio mais sensacional da minha vida, e… terceiro e último da banda. Foi coisa de louco: O baterista estava cansado de tocar as músicas que eu escolhi, tendo em vista que ele sim SABIA tocar, então eu escolhi umas fáceis pra gente. Então, a gente parou pra pensar quase o ensaio inteiro, até eu levantar e dizer: “Ok, vamos tocar as mesmas músicas.”
O baterista quase pegou um canetão vermelho e desenhou um alvo na minha cara pra tacar as baquetas, até eu organizar o povo. Pra começar, Island in the Sun, do Weezer: Falei pro guitarrista esquecer aquele riffzinho chato e colocar distorção na guitarra, tocando os acordes em um ritmo acelerado. Aí, o baixista teria que se virar pra acompanhar e, o baterista, mais experiente, improvisaria. Quando eles começaram a tocar, eu me sentia como o Jack Black em School of Rock, então decidi ver se minha garganta funcionava mesmo e comecei a gritar um vocal grave. Cara, imagina essa chatice do Weezer sendo tocada pelo Sick of it All. Depois Hate to Say I Told You So, do The Hives e, pra finalizar, Smells Like Teen Spirit, do Nirvana. Eu saí do ensaio rouco, tomei uns 5 litros de água e fiquei empolgadão. Mas nunca mais voltamos a tocar juntos, acho que terminamos no auge da carreira pra terminar bonito.
Depois ainda cantei na banda do meu primo e aprendi que cantar as músicas do Nirvana é uma experiência do cacete. Mas experiência de verdade é tocar em uma banda, principalmente quando você tem música correndo pelas veias. Acho que quando eu for doar sangue, vai começar a tocar Cowboys from Hell, do Pantera, em uma qualidade de 128 kbp/s.
Então, já que eu não levo jeito pra fazer música, o jeito é continuar garimpando e sendo chatão. Não sou um Lúcio Ribeiro, até porque o cara é indie, ainda prefiro gostar de música boa. Então, já que é pra caprichar, vamos a um novo modelo de coluna. Enquanto isso, vai falando aí suas experiências com bandas. A única coisa que eu tenho a dizer é a seguinte: Não teve banda? TAAANGA!
COLETADÃO DA SEMANA
REVIEWS
Songs for the Deaf (Queens of the Stone Age)*
Probot (Probot)*
The Meanest Of Times (Dropkick Murphys)
Echoes, Silence, Patience and Grace (Foo Fighters)*
Over the Under (Down)
CONHEÇA
Pogues – Música pra se ouvir no convés**
Foo Fighters: A fábrica de bons videoclipes*
Martin Scorsese (and “Ato ou Efeito”) Presents: The Blues
MADE IN TAIWAN
Super Hi-Fi
Bergenteif
*Especial Foo Fighters
**Talk Like a Pirate Day