Introdução a Frank Zappa

Música segunda-feira, 01 de outubro de 2007

Provavelmente você já ouviu esse nome em algum lugar, nem que seja na Smoke on the Water do Deep Purple (“Frank Zappa and the Mothers were at the best place around”), que conta o incidente ocorrido em Montreux, onde Zappa e sua banda (Frank Zappa and the Mothers of Invention) tocavam, quando um membro da platéia acabou causando o incêndio que queimou o cassino onde o show acontecia. Pois bem, o fato é que Frank Vincent Zappa, nascido em dezembro de 1940 em Baltimore, foi um dos grandes músicos do século passado.

Com mais de 60 (é, eu disse SESSENTA, mesmo) álbuns lançados, Zappa foi nomeado diversas vezes para o Grammy, e acabou levando o prêmio em 1988, pelo álbum Jazz From Hell. O cara tocava tudo que é tipo de coisa, do rock’n’roll ao jazz fusion experimental bizarro. E compunha muito bem, aliás.

Suas letras são geralmente ótimas críticas, cheias de ironia e humor. Interessado pela política, chegou a se candidatar a presidente dos EUA, mas a campanha foi abandonada devido ao câncer de próstata que o atacou (e acabou o matando, em dezembro de 1993). Zappa também criticava a religião organizada e a censura, sendo um defensor fervoroso da liberdade de expressão. Sua visão cética sobre os processos e estruturas políticas transborda em suas letras satíricas. Ah, o cara zoava o próprio nariz, também.

Cenas imperdíveis foram protagonizadas por Frank Zappa, como no Steve Allen Show, em 1963, quando fez um solo de… bicicleta. E ficou do caralho, aliás. Ou quando quando Zappa interpretou Mike Nesmith e vice-versa num episódio da série dos Monkees, em 1968. Além disso, o cara já apareceu em Miami Vice e até fez a voz do Papa num episódio de Ren & Stimpy.

Apesar de não se considerar um instumentista virtuoso e dizer que seu ponto forte era a composição, Zappa também era um guitarrista de primeira, e, em suas músicas, podemos ouvir um monte de solos do caralho. Claro que só falar não vai adiantar muito, então aí vai uma maravilha de versão de Zoot Allures junto de Trouble Every Day:

Foi Zappa quem lançou nomes como Bob Martin e Steve Vai – que, segundo a lenda, foi chamado por Zappa para tocar após transcrever solos de guitarra do mesmo e enviá-lo pelo correio. Durante o tempo que passou tocando com Frank Zappa, Steve Vai participava de uma espécie de “jogo” com o público. Eles traziam partituras e ele tentava lê-las á primeira vista (o que é difícil pra caralho, aliás. Já tentaram?).

Quanto a recomendações, bom, vocês tem uns setenta álbuns pra procurar por aí, moçada! Claro, tem a chance de cês acabarem encontrando alguns dos álbuns mais bizarros do cara por azar, mas enfim, ele fez muita, mas muita coisa boa. Claro, se você quer porque quer indicações, pois bem: Aconselho começar pelo álbum Hot Rats, que é do caralho. Se você quer alguma coisa um pouco menos convencional, talvez o álbum triplo,“Shut Up ‘n’ Play Yer Guitar” com suas sequências, “Shut Up ‘n’ Play Yer Guitar Some More” e “Return of the Son of Shut Up ‘n’ Play Yer Guitar” são álbuns recomendáveis. Outro que é do caralho é o “Zoot Allures”. Claro, ce pode ouvir o já citado “Jazz from Hell”. Ou, se você quer cair de TESTA na parte mais bizarra da música do cara, ce pode ouvir o “Apostrophe”. Enfim, tem coisa pra caralho do cara por aí, basta procurar. Ou você pode continuar ouvindo a sua musiquinha indie boiola pra sempre, claro.

Abaixo, o som “The Torture Never Stops”, do álbum “Zoot Allures”:

Antes de comentar, tenha em mente que...

...os comentários são de responsabilidade de seus autores, e o Bacon Frito não se responsabiliza por nenhum deles. Se fode ae.

confira

quem?

baconfrito