Grease – Nos tempos da brilhantina (Grease)
Você já ouviu falar desse filme. Sua mãe COM CERTEZA já assistiu, seu pai já quis pegar a Olivia Newton-John e, se brincar, você tem uma tia que ainda tem esperança que o John Travolta volte a ser como o daqueles tempos. Hoje no BéT falarei de Grease!
A primeira cena desse filme de 1973 mostra Sandy (Olivia Newton-John) e Danny (John Travolta) numa praia, ao som de “Looove is a many splendored thiiiing”, dizendo clichês do tipo “Esse é o fim, Danny?” “Não, esse é apenas o começo”. Aliás, não se engane… Grease é LOTADO de clichês. Você sabe exatamente o que esperar em 98% das cenas (eu não esperava ver a Sandy-Má, mesmo a capa do DVD sendo com ela), mas ainda assim Grease é irresistivelmente atraente.
Depois dessa despedida tragicômica, Sandy acaba ficando nos isteites mesmo (ela é australiana) e, claro, cai na mesma escola que Danny. Só que eles não se encontram de cara e isso dá a oportunidade de escutarmos a versão de cada um do verão. Em “Summer Nights“, Sandy conta a versão mimimitomamoslimonada pras meninas e Danny conta a versão sóvéipegueipacarai pros meninos. Depois eles se encontram e o moço tem que continuar no papel de gostosão, o que magoa Sandy e a faz escutar essa PÉROLA de uma das amigas:
Homens são ratos, me escute, eles são as pulgas dos ratos. Pior que isso, eles são amebas das pulgas dos ratos. São baixos até pra serem mordidos por cachorros. O único homem em quem uma garota pode confiar é no seu pai.
Depois as meninas vão pra casa da Frenchy (Didi Conn), fumar e beber um pouco. Bom, as Pink Ladies pelo menos, porque a Sandy passa mal até ao furar as orelhas, o que resulta na MELHOR música do filme “Look at me, I’m Sandra Dee”. Depois os rapazes chegam e ao invés de tocar o terror, Sandy vai cantar uma música pra lá de chata na beira de uma piscininha de plástico. É a única cena que eu pulo toda vez que assisto. O filme seria melhor sem essa parte. Aliás, o filme seria melhor sem a Sandy. A única Sandy legal que conheço é a revisora do Naftalina e do Ressonância.
O musical existe na Broadway há não sei quantos anos e faz sucesso em qualquer lugar que é encenado. Tentei assistir em Londres, mas as sessões estavam lotadas pelos próximos DOIS MESES, há não ser pra quem fosse chegado da família real. A adaptação pro cinema foi feita em 73 e tirou algumas das músicas originais. Em compensação, incluiu outras e tentou convencer o mundo que pessoas de 30 anos ainda estavam na escola. John Travolta vinha do sucesso de “Os Embalos de Sábado a Noite” e o líder dos Thunderbirds caiu como uma luva. Olivia Newton-John não fez muitos trabalhos marcantes como atriz antes (ou depois) de Grase, mas era bem conhecida como cantora. Além dos dois, todos os outros atores vestiram os personagens de uma forma MUITO convincente, dificultando até que fizessem outros papéis depois. Uma das que se salvou foi Stockard Channing, que está sensacional como a sarcástica Rizzo, uma moça bem a frente da época que o filme é passado. De longe a melhor personagem do filme.
Não vou descrever o filme inteiro porque, apesar de ser um festival trash clichê, o legal é ver na hora. É um musical, com todos os trejeitos de um musical. Se você não gosta desse gênero, não assista e pronto. Ou vença o preconceito e assista. Te garanto que, mesmo que você saia falando “má que merda de filme, vou matar aquela colunista”, o certo é que algumas risadas são garantidas. E que você VAI ficar com as musiquinhas na cabeça.
“We go together like rama lama lama ka ding-a ding-a dong. Remember forever as shoo-bop sha wad-da wad-da Yip-pi-ty boom de boom chang chang chang-it-ty chang shoo-bop That’s the way it should be wha oooh YEAH”
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