Noob: Stop Bitchin’.
Bom, como os mais espertos de vocês já devem ter percebido, esse é o último texto da minha primorosa e inédita trilogia machista de textos gamers. Eu gosto de falar de vídeo-game, eu gosto de falar de mulher, e eu gosto mais ainda de xingar noob, então esse tema poderia continuar eternamente. Mas uma trilogia tá bom por enquanto.
O que ocorre é que meu objetivo original era irritar minhas leitoras com textos machistas. Sabe como é, a gente adora vê-las com cara de bravinhas e batendo o pezinho. Mas, infelizmente, as mulheres que leem essas mal-traçadas linhas parecem ser inteligentes e elegantes demais para cair no meu truque. Bosta.
A única que sabe brincar é a Bel:
É por isso que eu gosto da Bel. Ela sabe entrar no clima. (heh)
Mas se as minas não souberam brincar, felizmente os mano, OS MEUS TRUTA ÇANGUI-BON, não me deixaram na mão. E se elas não querem entrar na brincadeira, isso não é motivo pra gente não rir mais um pouco da cara delas, não é verdade?
Mas primeiro, uma questão séria:
Olha só o dilema de ser mulher E jogadora: ou você joga feito homem, ou você joga feito mulherzinha. Não tem meio-termo. A maioria de vocês joga como mulherzinhas porque, afinal, vocês são mulheres. E ninguém respeita quem joga como mulherzinha. Agora, se você quer ser respeitada como homem, então você vai ter que jogar como homem:
E pra jogar como homem, vocês vão ter que aguentar as merdas que homem aguenta. Cês manjam o conceito de “bragging rights”? Não vou nem me dar ao trabalho de TENTAR uma tradução literal pra isso, mas “bragging rights” é uma expressão que se refere ao direito inalienável de você ZOAR COM TODAS AS FORÇAS o jogador em quem você acabou de dar uma surra, em qualquer jogo. Eu sempre uso o exemplo de Street Fighter, porque acho ele extremamente representativo do que é utilizar “bragging rights”:
(Dois PERFECTS seguidos do jogador 1 em cima do jogador 2)
Jogador 1: Outro perfect hein?
Jogador 2: (silêncio)
Jogador 1: Perfect com o ZANGIEF, hein véi?
Jogador 2: (silêncio)
Jogador 1: Cê apanhou PRA CARALHO hein? Me senti jogando com minha prima de 6 anos.
Jogador 2: (silêncio)
Jogador 1: Na verdade minha prima de 6 anos nunca tomou dois perfects SEGUIDOS, cara.
Jogador 2: mmhmhmmhcu
Jogador 1: Opa. Cê falou alguma coisa aí? Não consigo ouvir sua voz de mulherzinha murmurando através da sua humilhação de ter tomado DOIS PERFECTS SEGUIDOS.
Jogador 2: vaitomarnoseucu
Jogador 1: Queisso cara? Ficou nervoso? Não precisa… pega o Ryu aí na próxima e eu vou baixar meu handcap pra você ter chance.
Jogador 2: (silêncio)
Jogador 1: Ou você prefere que eu chame minha prima pra jogar com você?
Esse é o tipo de zoação que qualquer homem tem que aguentar quando perde. Faz parte da ética gamer. Perdeu, se fodeu. Você SABE que vai ser alvo de piadas e vai aguentar isso em silêncio, como homem. Toda sua raiva será canalizada pro próximo round, onde você vai dar UM PAU FUDIDO no filha-da-puta que tava te zoando, e então será a SUA vez de zoar ele. E assim eternamente, até a cerveja acabar e vocês estarem chorando de rir um da cara do outro, e fazendo campeonatos de Dhalsim versus Balrog com rounds de 30 segundos de duração.
Agora tenta zoar uma mulher que perdeu pra ver o que acontece:
Ela vai ficar BICUDA POR UMA SEMANA, véi. Cê tá fudido se fizer isso com ela. Ela nunca mais vai jogar com você na vida, porque elas não entendem o Sagrado Código de Regras Não-escrito da Masculinidade Zoativa Hardcore Gamer. É foda. Parece que mulher só é competitiva pra xingar a roupa uma da outra em festa de casamento. Elas deviam canalizar esses sentimentos agressivos para coisas mais positivas, como Tekken. Porque Tekken é jogo pra noob, e todas as mulheres são noobs e precisam começar em algum lugar. Recomendo que vocês peguem a Christie, porque é só apertar qualquer botão repetidamente e vocês até darão a impressão de que sabem jogar alguma coisa. Além do mais, a Christie é gostosa:
… e não tem nada mais legal do que dar um pau num noob e ao mesmo tempo assistir umas gostosas na tela.
O problema das mulheres gamers é que elas não entendem o esforço envolvido no ato de se tornar um hardcore gamer. Enquanto elas perdem tempo escolhendo a cor do carro pra combinar com os óculos, o jogador homem tá lá se fodendo pra fazer um drift de 3 milhões de pontos. Essa é a diferença essencial entre os gêneros: homens se concentram no que importa. Com a palavra, o colega Correia, do DSManiac:
“E pras dondocas que se dizem hardcore-mothafocas-playas, quantas horas da vida de vocês gastaram tirando sangue do dedo jogando a série CONTRA além de zerar The Sims: Castaway? Ah, mas vocês podem dizer que é questão de jogo, NÃOOO! Gamer que é gamer jogava até escorrer sangue do olho, e bota logo no HARD pra ser mais sofrido. Se divertir com LittleBigPlanet que nem é tão fácil assim (se o objetivo for os 100% no jogo) é muito bom, eu quero ver se foder pra zerar Ninja Gaiden do XBOX no HARD, ou no Metal Gear Solid 4 zerar o filhodaputa do jogo na dificuldade mais alta, sem morrer, sem matar, sem usar itens de vida, sem usar a camuflagem especial, sem usar os itens de bandana e tudo isso em menos de 5 horas, num-güenta não né?!
Pois é, meu velho/velha, tudo isso requer algo que, vamos ser sinceros, só os homens tem, que é o ódio encardido de destruir aquela porra daquele jogo difícil sem ter que apelar pro mané do lado suplicando pra ele passar da parte difícil! E quando não consegue, ah, rapá, coitada das coisas ao redor, vira tudo sucata.”
Olha só, que declaração roots totalmente espetacular. Esse é o espírito gamer: quebrar tudo. O homem é maior e mais forte que o jogo. Um homem nunca admite perder pro jogo, ser derrotado por ele. E um HOMEM, definitivamente, nunca pede “ain, essa parte tá muito difícil, mimimimi passa pra mim?” NOOB.
Mas é óbvio que mulherzinhas não precisam ser só MULHERES. Então vocês, digníssimas leitoras, podem contar com companhia “masculina” sempre que se sentirem noobs:
E pensar que o cara escreve pro AutoGamer. Mas tudo bem, é sempre bom ter uma visão feminina no site. Assim os noobs se sentem em casa.