Gran Torino
Walt Kowalski é um veterano da Guerra da Coreia determinado e inflexível, que vive um mundo em transformação e se vê forçado pelos novos vizinhos imigrantes a confrontar seus próprios preconceitos arraigados. As pessoas que antes chamava de vizinhos mudaram-se ou faleceram, substituídas pelos imigrantes Hmong, do sudeste asiático, que ele despreza. Walt está apenas esperando passar o tempo de vida que lhe resta. Até a noite em que alguém tenta roubar seu intacto Ford Gran Torino, ano 1972…
Porra, cês já devem ter ouvido falar bem de Gran Torino até cansar, e se não ouviram, cês devem tar mais desatualizados que eu, mas tudo bem. Eu vos desculpo, já que sou deus. Ou algo bem próximo disso. Bom, chega de divagar e vamos à resenha propriamente dita.
O filme começa com um velório. Aquele velório à lá EUA, com o caixão dentro da igreja e todo mundo na missa [Por que os que eu já fui eram diferentes, mas isso não é relevante]. Logo notamos que é o velório da mulher de Walt. E ninguém liga pra ela, já que eu não achei o nome da véia em lugar nenhum. Mas enfim, ali você conhece Walt, que já mostra à que veio: Resmunga e grunhe o tempo todo, parecendo uma versão mais velha do théo.
O véio reclama dos netos, que não se vestem de acordo com os bons costumes, reclama dos filhos, que são uns molóides e não compram produto nacional, preferindo os “malditos asiáticos”. Reclama dos novos vizinhos, uns “chinas”, que tomaram o bairro, outrora um típico bairro americano, com gramados bem cuidados e tal. Mas você acha que ele passa o filme todo reclamando? Desculpae, mas cê entrou no filme errado. Ele reclama, mas também age. E agir não é só quebrar as pernas de todo mundo que faz/fala merda. Até a hora em que Thao, o vizinho Hmong, tenta roubar seu carro [Um Gran Torino 72 traseira longa], como iniciação pra entrar numa gangue.
O grande problema desse filme, como de todos os filmes bons, é falar sobre sem estragar a grande surpresa que é assisti-lo. É como o Atillah disse aqui, eu tenho inveja de quem não viu ainda, que vai poder ver pela primeira vez, e notar toda a fodicidade de uma puta obra. Não dá pra falar muito sem estragar totalmente a bagaça. Esse foi o primeiro filme que eu vi duas vezes. Em cabines. É provável que eu vá ver novamente, agora que vai estrear. Afinal, não é todo dia que um filme foda passa na tela grande. E com um carro foda como um Gran Torino 1972 traseira longa.
Esse filme mostra o que é ser cabra macho. Você se acha durão? Balela. Perto de Walt Kowalski você é uma dançarina de balé.
Gran Torino
Gran Torino (116 minutos – Drama)
Lançamento: EUA, Australia, 2008
Direção: Clint Eastwood
Roteiro: Nick Schenk, Dave Johannson e Nick Schenk
Elenco: Clint Eastwood, Christopher Carley, Bee Vang, Ahney Her, Brian Haley, Geraldine Hughes, Dreama Walker, Brian Howe, John Carroll Lynch, William Hill
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