Primeiras Impressões: Dramas do Midseason
Se as estréias do outono (setembro/outubro) de 2008 nos EUA já não agradaram, e somente The Mentalist conseguiu se destacar, (e principalmente se manter como destaque em audiência) não era de se esperar que as estréias do midseason conseguisse este feito. A grande questão agora é descobrir o que realmente está ocorrendo na televisão americana: 1) ainda consequências da greve dos roteiristas, 2) já sinais da crise econômica ou 3) esgotamento criativo.
Nenhuma das séries estreantes agradou em audiência e nem mesmo está fazendo muito barulho (como Lost e 24 Horas) na crítica. São 5 comédias (Surviving Suburbia, In the Motherhood, Better off Ted, Cupid e Parks and Recration), que nem vou comentar por não tê-las assitido e 4 dramas (no caso, 3 policiais e um suspense). Como os drama são meu verdadeiro vício, acabei assistindo ao episódio piloto de todos eles: Harper’s Island, The Unusuals, Southland e Castle.
Castle: a série que está a mais tempo no ar das novatas, estreiou em meados de março, fazendo companhia a Dancing with the Stars, com números bastante sólidos de audiência (Imaginando que ganhar 20 milhões de audiência e segurar mais de 10, sejam números respeitáveis). Porém ao perder a companhia direta do reality show viu seus números cairem mais ainda, sinal que a série não se segura sozinha. O canal ABC (conhecido pelas dramédias e dramas) há tempos tenta emplacar uma série policial e, pelo jeito, vai continuar tentanto. Na trama; com Nathan Fillion sendo um ator mais conhecido do público, visto recentemente em Desperate Housewives e protagonista da falecida Firefly; é um escritor a lá Sthephen King que em tempos de falta de criatividade vê seus crimes ficcionais ocorrerem na cidade. Logo a policia, na figura da durona investigadora Kate Beckett (olha o clichê), pede a colaboração do escritor, que assim começa a trabalhar como consultor para a polícia da cidade. Junte a isto a díficil relação entre os dois, a familia do escritor e as piadinhas do mesmo e temos quase um clichê ambulante. Especificamente para os fãs do gênero.
Harper’s Island: gostei da estratégia de CBS (emissora campeã de audiência atualmente), ao optar por uma temporada mais curta (18 episódios) da irregular série cientifíca Eleventh Hour por este minissérie com toques Agatha Christinianos (principalmente, na sinopse, lembrando o livro O Caso dos Dez Negrinhos). Assim, a minissérie entrava num horário mais tarde (22hs.) e ainda recebendo de luxo a grande audiência de CSI, um ótimo teste para o formato. Resultado: decepcionante! Mesmo com uma produção super caprichada, falta um texto muito melhor para a série. O grande problema dos primeiros episódios, pelo menos, é contar a trama dos envolvidos no casamento com a história passada anos atrás da ilha e com isto correlacioná-los de maneira plausível. Além disso, o elenco é tão grande que fica difícil reconhecermos e nos importarmos com os personagens (mais ou menos uns 20), que a princípio vão morrendo um a um sem muita conexão para quem assiste. Sinto falta de uma unidade maior na série para que a trama de suspense/terror realmente seja maior do que quem será que irá morrer no episódio de hoje. Na trama, pra ninguém ficar boiando, a série vai falar sobre mortes misteriosas que ocorrem com um grupo de parentes e amigos reunidos em uma ilha isolada para um casamento. Será exibida em maio pelo canal A&E.
Southland: série de John Wells, produtor da recém acabada ER, esta nova série policial lembra um misto de The Shield com NYPD Blue, tem conseguido bons índices de audiência ocupando o lugar de ER. Com certeza, a melhor série dentre as estreantes, mesmo que ainda precise trabalhar melhor seu grande número de personagens (dando vaga para um número sem igual de atores já visto em tudo que é série, assim como acontece com Harper’s Island) e a linha pela qual as tramas vão seguir, mais drama ou mais ação policial? O grande chamariz seria o retorno de Benjamin McKenzie de The OC, muito bem no episódio piloto, no entanto, o restante do elenco é muito bom. Na trama, Ben Sherman é novo em seu trabalho como policial em Los Angeles. Ele aprende a lidar com os problemas diários da vida de policial, como atirar em um homem em seu primeiro turno, com a ajuda de seu parceiro John Cooper.
The Unusuals: outra aposta policial do canal ABC para o midseason, (confesso uma aposta bastante arriscada) a série é vendida como policial com toques de comédia e é exibida após Lost, alguém me explique como isto funciona, por acaso as duas séries teriam o mesmo público? Não, a série não é de todo ruim, é somente estranha inicialmente e, claramente, aposta em rostos conhecidos de outras séries (de novo) como Amber Tamblyn (Gilmore Girls) e Harold Perrineau (Lost). No entanto, confesso que este tom cômico é extremamente bizarro na série, parece não convencer, ficando meio surreal, como se a série não se levasse a sério. A trama é mais ou menos esta: um time de detetives dividem seu tempo entre resolver crimes e seus estranhos problemas pessoais. Det. Casey é uma detetive que acaba de ser promovida de seu antigo trabalho – aonde se disfarçava de prostituta –, Det. Joe é seu novo parceiro, gostoso, mas antipático. Já Det. Delahoy tem câncer no cérebro, mas prefere morrer em serviço do que fazer quimioterapia. Seu parceiro Leo, por outro lado, pensa justamente o contrário: após ter sido baleado em serviço, não consegue mais tirar seu colete a prova de balas.
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