Harry Potter na telona

Primeira Fila sexta-feira, 09 de novembro de 2007

Esta semana temos o lançamento da versão em português do sétimo, e supostamente o último, livro da série Harry Potter, Harry Potter e as Relíquias da Morte e, na semana que vem, chega em dvd Harry Potter e a Ordem da Fênix, quinto filme desta cinessérie que, juntamente com a trilogia O Senhos dos Anéis, ressuscitou o gênero fantasia que há muito tempo não ganhava destaque no cenário mundial, tanto de crítica como de bilheteria. Por isto, faço hoje um apanhado da trajetória de Harry Potter nos cinemas, já deixando bem claro que o considero um passatempo bem produzido para toda família, mais que isso, é pedir muita consideração da minha parte.

Pra início de conversa não li nenhum dos livros lançados de Harry Potter (e nem pretendo!), logo, como um “trouxa” não tenho nenhuma intimidade com nomes como Rua dos Alfeneiros, Beco Diagonal, Grifinória e Sonserina. Assim não posso fazer um paralelo entre os livros e suas adaptações para a telona mas, como a escritora J. K. Rowling está envolvida supervisionando as produções acredito que elas não sejam muitos destoantes. O que posso dizer é que a saga do bruxinho de J.K. Rowling caiu como uma luva para os produtores ($) da Warner, onde melhor retratar magia se não nos cinemas?

A quimica destes atores ajuda no sucesso da franquia

Foram lançados até agora, cinco filmes, sendo o último Harry Potter e a Ordem da Fênix, obviamente, todos foram sucesso de bilheteria no mundo inteiro gerando bilhões para o estúdio e para a escritora. Com o sucesso editorial dos livros em 2001 chegou ao cinemas a primeira adaptação Harry Potter e a Pedra Filosofal, para isto foi escolhido o diretor Chris Columbus (também resposável pelo segundo filme), conhecido por fazer “filmes famílias”, como Uma Babá Quase Perfeita e Esqueceram de Mim, escolha óbvia porém, burocrática pois o diretor em momento algum se arrisca no filme, o que se vê é uma introdução aos personagens e ao universo mágico num formato episódico e arrastado.

Mesmo assim, a produção técnica do filme (e dos demais) é de encher os olhos, os cenários e figurino são ótimos, já os efeitos especiais quando utilizados de forma discreta funcionam, o mesmo não se pode dizer das criaturas do filme, há um troll medonho de tão mal feito. Uma característica presente em todos os filmes é a escalação dos melhores atores do teatro e cinema inglês em papéis coadjuvantes como, Alan Rickman, Maggie Smith, Emma Thompson, Kenneth Branagh, Gary Oldman, Ralph Fiennes, Imelda Staunton, entre outros (se fosse citar todos a coluna se transformaria nos céditos de um filme).

Além de um ótimo ator Alan Rickman tem o melhor personagem professor de Hogwarts, Severo Snape

No ano seguinte, em 2002, estreiava Harry Potter e a Câmara Secreta, novamente dirigido por Chris Columbus, a trama de Steve Kloves (responsável pelo roteiro dos quatro primeiros filmes), é melhor por dispensar as apresentações e começar a trabalhar na dinâmica dos personagens principais (Harry e seus amigos Rony e Hermione) em situações que aproximam, cada vez mais, Harry do vilão mor da série.

O melhor filme para mim de longe é Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, de 2004, assumindo a direção está o mexicano Alfonso Cuaron (das incríveis fábulas A Princesinha e Grandes Esperanças, e do excelente drama E Sua Mãe Também). O grande mérito deste capítulo é o claro crescimento/amadurecimento dos personagens, além disso, a trama é bastante interessante e o clima sombrio toma de vez conta da história, notem como aquela auréa de “Era uma vez…” se perde neste episódio.

O quarto filme Harry Potter e o Cálice de Fogo, de 2005, dirigido por Mike Newell, dá um tempo no clima sombrio (que volta ao final da película), para recheá-lo com muita aventura, afinal de contas, neste capítulo é exibido o torneio Tribruxo, uma aventura com diversas provas entre bruxos de diferentes escolas (sabem, sinto falta de informações sobre todo o universo de Harry Potter, ficamos sempre restritos á Hogwarts, acredito que de repente nos livros deva ser melhor ilustrado isto o que não ocorre no cinema). Apesar dos desafios, o personagem Harry Potter nunca parece realmente correr risco de vida, o que é uma perda clara de tensão no filme. Mesmo assim, o melhor ficou para o final com a aparição em carne/osso e sem nariz de Lorde Voldemort (figura horrenda de Ralph Fiennes).

Excelente personificação do vilão da série por Ralph Fiennes

Já último e mais recente filme Harry Potter e a Ordem de Fênix, de David Yates (diretor também do próximo), puxa um pouco o freio da ação e da tensão em Hogwarts (Michael Goldenbergh assume a adaptação) entretanto, há uma subtrama sobre manipulação de informações na mídia por agências governamentais muito interessante e bem explorada pela trama (assunto que faltava nos filmes anteriores). A entrada de Dolores Umbrige, interpretada com requinte por Imelda Stauton, preencheu a trama, que mesmo não indo muito adiante, deu a oportunidade para a direção de arte caprichar em novos cenários, como o Ministério da Magia, a sala de Dolores e as placas de regras em Hogwarts.

Sendo a galinha do ovos de ouro do cinema atual, seria possível que o universo de Harry Potter termine neste sétimo livro? Fica aí, uma pergunta que deve estar passando na mente dos produtores e da Warner, apesar de estarem trabalhando ainda no sexto livro para ser lançado nos cinemas em novembro de 2008. O futuro da série a J.K. Rowling pertence!

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