Novidades do Verão Americano – 2ª parte
Continuando a comentar algumas séries que estreiaram nestas últimas semanas, depois das enfermeiras, chegou a vez de ver outros médicos que andam invadindo as telinhas:
Mental: A série é um dos casos raros de ser exibida simultâneamente aqui (pelo canal Fox, às quartas) e nos EUA. Por lá, não anda fazendo muito sucesso, até porque a audiência dos canais abertos nesta época é muito baixa, e a concorrência com as ótimas séries da tevê fechada é grande, porém o pouco barulho da série se justifica, é um arremedo de drama médico, misto de House com The Mentalist, onde o elenco e os diálogos ficam devendo mesmo quando os casos clínicos são muito interessantes.
É o legítimo caso da série do quase, você fica achando que a série em algum momento engrena, mas dái vem as situações fracas e resoluções idem. Por exemplo, o último episódio que vi, versava sobre uma advogada de defesa que queria prender um cliente psiquiátrico do dr. Jack Gallagher (Chris Vance, visto em Prison Break, único que se salva mesmo com o texto ruim), um caso interessante e trabalhado de forma até ok, no entanto, no resto do episódio tínhamos um viciado em jogo que Jack ajuda a ter suas dívidas perdoadas, sofrível! Outro questão interessante de observar é como nenhum personagem coadjuvante funciona na série, os médicos que deviam auxiliar Jack somem por diversos episódios sem maiores explicações, seus detratores (Como a dra. Veronica) ora ajudam, ora atrapalham e sua subtrama chega a constranger. Se a série focasse somente nos casos psiquiátricos do hospital, acredito que melhoraria consideravelmente, pois do jeito que está é uma loteria achar um episódio regular.
Obs.: nem comentei no texto que a série é uma co-produção da Fox com paises latinos, pois isto não é desculpa para a má qualidade dos roteiros da série.
Royal Pains: Um dos melhores aspectos da série é não se levar a sério. No episódio piloto, em menos de 15 minutos já temos o protagonista sendo apresentado ao que realmente interessa a série, os milionários clientes que o médico, Dr. Hank Lawson (o descolado Mark Feuerstein), vai atender como médico particular depois de ter sido demitido de um grande hospital por ter “deixado de lado” um grande contribuidor do hospital para atender um zé-ninguém. A série quer retratar o estilo de vida dos grandes milionários e políticos que residem em Hampton, onde Hank caiu de pará-quedas (apadrinhado pelo estranho personagem de Campbell Scott, Boris).
Como um drama médico a série fica devendo pois, obviamente, há algumas “licenças poéticas” que o roteiro pratica pra série funcionar, porém, o bom humor contagia os personagens e o texto, principalmente no duelo entre Evan e Divya, irmão e assistente de Hank, respectivamente. Royal Pains acerta em entreter sem ter maiores ambições narrativas, é tudo um pouco óbvio, mas bem retratado na telinha, só espero que a série não tente fazer do médico um House para os ricos ao começar diagnosticar doenças “raras” nos ricaços de Hampton.
Leia mais em: Mental, Royal Pains