A semana de um gamer ocupado

Nerd-O-Matic quinta-feira, 23 de julho de 2009

Olha, cês lembram desse título? Isso é aquilo que eu faço quando não estou a fim de fazer reflexões profundas sobre o universo gamístico, e utilizo minha coluna apenasmente para mostrar para vocês como eu tenho bom gosto ao escolher as coisas que eu jogo. Observem minhas opiniões altamente habilitadas sobre alguns jogos que estou detonando atualmente.

Shin Megami Tensei: Devil Survivor (Nintendo DS)

A série SMT sempre foi interessante, com histórias bizarras e personagens desequilibrados. No quesito de jogabilidade, o lance de fundir demônios sempre foi um diferencial da franquia, proporcionando um tipo de estratégia que tinha menos ênfase em espadas mágicas e anéis foderosos, e mais centrada em decidir como abrir mão de seus demônios para criar outros mais poderosos, convenientes ou eficientes para as batalhas vindouras.

Impressionantemente, tudo isso foi incorporado na versão do DS. As batalhas são simples, mas muito envolventes e difíceis. E gosto pra cacete do negócio de não precisar ficar trocando de armaduras, magias e etc. tão comuns nos RPGs. Ao invés disso você troca de demônios, e fica o tempo todo pensando na melhor estratégia envolvendo as habilidades combinadas de diferentes componentes para o seu grupo.

O jogo é altamente viciante nesses aspectos, mas tem um problema sério: texto PRA CARÁI. Toda hora. Direto. Porra, eu curto RPG’s e curto histórias bem-contadas. E o enredo de Devil Survivor É interessante e bem-contado. O problema é que é muito diálogo o tempo todo, e você é obrigado a pular partes porque simplesmente termina o seu estoque de paciência pra ficar vendo letrinhas na tela do DS. E sim, isso chega a prejudicar a sua vontade de continuar jogando. Eu já estou terminando o jogo, mas só porque sou obsessivo.

Mas Devil Survivor é legal, principalmente por não ter os clichês moralistas de outros RPGs. Cê pode desafiar DEÔS nesse jogo, eu preciso respeitar um jogo que te dá essa oportunidade.

Holy Invasion of Privacy, Badman! (Playstation Portable)

É impressionante como sai jogo esquisito pro PSP. Esquisitos de um jeito bom, felizmente. Pena que sai tão POUCO jogo pro portátil. Já falei que a morte do PSP tá próxima né? Lembrem de minhas palavras.

Holy Invasion of Privacy é um daqueles jogos retro-style que eu dispenso de cara, normalmente. Só fui dar uma conferida porque o publisher é a NIS, que já me trouxe vários jogos de estratégia bisonhos, diferentes e viciantes. Mas foi foda olhar o visual 8-bit do jogo e encarar.

Na real, o jogo é uma bosta; o nível de dificuldade é completamente fora da casinha, e não existe uma progressão coerente nos estágios. O jogo é feio, o tutorial é uma merda, as suas unidades não se comportam de forma previsível e os inimigos são desproporcionalmente fortes. VSF.

Ainda assim, o jogo te compele a recomeçar tudo de novo vezes seguidas. Você joga a mesma fase trocentas vezes, até que descobre uma pequena mudança na sua estratégia que faz toda a diferença. Aí passa de fase, aumenta seu score, morre na próxima e começa tudo de novo. Coisa de doente mental mesmo. Tenho jogado esse negócio alucinadamente, sem conseguir largar até acabar a bateria do PSP. É quase satânico o modo como a jogabilidade prende certos jogadores predispostos pra esse tipo de desafio frustrante específico. Espero largar do vício logo. Isso prova que nem todo jogo precisa ser bom pra te agradar e fazer você jogar.

Little Big Planet (Playstation 3)

Ah, finalmente um jogo que é BOM em todos os quesitos. Tenho visitado com frequência um bróder que tem um PS3, e isso me proporciona a oportunidade de jogar muito Little Big Planet. Aliás, fazia ANOS que eu não passava por esse negócio de jogar um game só na casa do amigo. Nostalgia daquela época em que você tinha um mega drive, e daí tinha um amigo que possuía um super nintendo, e ficavam alternando um na casa do outro pra poder jogar TUDO. Bons tempos.

Tempos de merda, na real. Vou catar o PS3 do cara pra terminar Little Big Planet.

Mas aí: puta jogo. Não é à toa que LBP vende consoles e tals. Ele absolutamente redefine os jogos de plataforma. Embora não seja totalmente revolucionário na jogabilidade, ele o faz com uma classe e estilo absolutamente inéditos nas minhas experiências com jogos de plataforma; o lance de usar uma física real e uma universo visual também composto por objetos “reais” faz toda diferença na sua relação com o jogo. Você consegue prever mais facilmente as regras e consequências das suas ações: onde você vai cair, quando pular, quando uma chama vai te acertar ou não. Porra, dá até pra sentir o “peso” do seu personagem quando você movimenta ele pelo cenário.

Little Big Planet também é absurdamente divertido pra jogar em 2-player. Bêbados, de preferência. Ele tem aqueles momentos onde as vidas dos dois personagens vão pra fita, e a fase toda fica na mão do último sobrevivente. Aí você vira pro cara e fala “ô seu féla, é SÓ PULAR PRO OUTRO LADO sem cair no fogo. Não tem como errar agora KRA!!”

Aí o fdp cai direitinho no buraco e cês tem que recomeçar a fase toda.

Aí você soca o desgraçado, enquanto os dois choram de rir pela cagada embriagada. Little Big Planet promove esses momentos mágicos.

Forza Motorsport 2 (Xbox 360)

Bom, esse tá aqui só pra constar mesmo. Já falei dele antes, e afirmo pra vocês que é o jogo de carros mais bem-acabado desde Gran Turismo. Depois de jogar trocentas horas desse negócio as pistas estão ficando BEM repetitivas, mas não consigo parar de correr. O sistema de recompensas do jogo e a sensação de progressão são consistentes, e te empurram pra jogar mais. A intimidade e vínculo que você cria com seus carros preferidos (normalmente aqueles que você comprou, e não os que ganhou) são impressionantes: eu me pego correndo com carros inferiores contra oponentes fodas, só porque gosto do carro em questão. Depois de um tempo e de vários ajustes finos, o carro fica simplesmente PERFEITO para o seu estilo de direção, e você resiste um monte pra dirigir outro veículo. Sensacional ter esse tipo de sensação em um motherfucking vídeo-game, cara.

Ok, encerramos a coluna de hoje. Espero que vocês também estejam jogando coisas tão relevantes quanto eu. E se não estiverem, fodam-se, claro. Eu sou noob, vocês são noobs.

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