Pôsters Clássicos – Drew Struzan
A idéia de escrever a coluna de hoje surgiu da minha última ida ao cinema. Me bateu um enorme vazio ao olhar para os pôsters e perceber que pelo menos 75% deles seguiam um desses modelos:
“Apresentação” dos principais personagens
Cena padrão
E o pior de todos…
Close da cara do protagonista
Não que este tipo de “padrão” não seja válido, mas é preciso ter bom senso e criatividade. Dois bons exemplos de pôsters clássicos e que seguem o esquema do “close na cara” são os do Curtindo a Vida Adoidado e Senhor das Armas.
Porém, ao falar de pôsters um nome é obrigatório: Drew Struzan. Um nome que vai fazer falta inclusive… já que anunciou sua aposentadoria no ano passado. Nascido em 1947, no Oregon, entrou com 18 anos na Art Center College of Design em Los Angeles – quando foi perguntado: “Você vai escolher entre se formar como artista (e ter liberdade para fazer o que quiser) ou ilustrador (ofício em que será pago para fazer o que mandarem)?”. Sua resposta não poderia ser mais direta:
Vou ser ilustrador. Eu preciso comer.
Por mais que soe estranho um artista tão consagrado (considerado por muitas publicações o melhor “poster artist” da história) se “render ao capital”, sua escolha é compreensível, afinal, conviveu a infância inteira com a pobreza. Inclusive é por isso seu amor à ilustração: como ele mesmo diz “tudo que eu tinha era uma caneta e pedaços de papel”.
Seguiu parte da vida produzindo covers de CD (inclusive um do Alice Cooper, que foi eleito pela Rolling Stones como uma dos 100 melhores capas já feitas) e pôsters de alguns filmes menores, não ganhando mais do que 250 dólares por trabalho.
Mas em 1977 as coisas começaram a mudar. Struzan foi chamado para ser responsável pelo pôster da reexibição de um certo vencedor de 6 Oscars – um tal de Star Wars. Ele seria responsável pelos personagens humanos e Charles White III (na verdade o homem quem chamou Drew para uma “ajuda”) pela parte “mecânica”. O resultado foi esse:
Como ele mesmo diz “o pôster representa uma única imagem que precisa sintetizar todo o filme“. E era isso que ele fez. O sucesso foi tanto que se associou, quase de forma imediata, a Steven Spielberg e George Lucas. A partir daí, produzindo cerca de 10 pôsters por ano, Struzan se tornou um fenômeno e produziu trabalhos inesquecíveis. Quer ter uma idéia?
Vou parar por aqui antes que destrua a banda do Bacon… Mas fica uma pergunta: você imaginaria Star Wars, Indiana Jones, Os Goonies, Loucademia de Polícia e De Volta para o Futuro sem os trabalhos desse mestre? A arte do homem conseguia vender mais filmes que os próprios trailers. Justamente o contrário do que temos hoje… dê novamente uma olhada naqueles primeiros pôsters para entender minha decepção.
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