As melhores animações da Pixar

Televisão quarta-feira, 09 de setembro de 2009

Aproveitando que a Pixar lançou mais uma obra-prima, o excelente UP – Altas Aventuras, resolvi fazer uma coluna sobre os desenhos do estúdio.

Mas, diferente do que vocês estão acostumados a ver por aí, vou listar as animações de acordo com meu gosto, independente de análises técnicas, babação de ovo, ou isso ou aquilo.

Com certeza serei xingado, questionado e a lista terá algumas diferenças gritantes do que se vê por aí, mas não é para dizer que um é ruim e outro é bom, é só para mostrar quais são os, digamos, não muito fodásticos.

Enfim, é a minha preferência e ponto final.

Seguem meus prediletos, em ordem descrescente, até o melhor desenho já feitos pelo estúdio da lamparina-abajur.

10) Vida de Inseto (A Bug’s Life – 1998)

O mais infantil de todos, e bobinho também.

A história de Flik, uma formiga inventora e sonhadora que é apaixonado pela princesa do formigueiro, e que precisa enfrentar a gangue de gafanhotos lideradas pelo caolho Hopper, é bem simplória, não tendo nenhum grande destaque que faça do desenho um crássico.

Aliás, o melhor do filme são os insetos circenses, confundidos com guerreiros, que garantem as grandes risadas da animação.

Não por menos possui a menor arrecadação de bilheteria de todas as animações da Pixar.

09) Toy Story (1995)

Em algumas listas, Toy Story é considerado o melhor de todos da Pixar, mas só por ter sido o pioneiro e também por ser considerado o primeiro desenho totalmente feito em computação gráfica (o que é mentira, já que o brasileiro Cassiopéia foi o primeiro, mas ninguém dá muita bola, já que é ruim demais).

Foi a maior bilheteria do ano de 1995, ainda mais com tantos elementos mágicos para chamar a atenção, como o roteiro bem inteligente, as vozes de atores como Tom Hanks e Tim Allen e, claro, a computação gráfica. Mas, conforme o estúdio foi lançando novos desenhos, foi caindo de posição entre os melhores, ficando em nono lugar.

08) Os Incríveis (The Incredibles – 2004)

Os super-heróis são amados e respeitados por uma sociedade extremamente dependente deles, até que, após um incidente, vários processos começam a pipocar por conta de salvamentos, onde os oportunistas, com pequenos ferimentos, acusam os heróis de terem provocado os danos. Sem saída, o governo obriga os heróis a viverem como pessoas normais.

Vivendo um cotidiano bucólico e monótono com sua família que também possui super-poderes, Roberto Pêra, outrora Sr. Incrível, vê num convite misterioso a chance de voltar aos seus tempos heróicos.

Primeira animação a dar destaque a pessoas humanas, Os Incríveis teve o azar de surgir após Procurando Nemo, talvez por isso seja tão ofuscado, quando lembro dele.

Mesmo assim é uma grande animação, com várias citações à cultura pop dos super-heróis e filmes do agente secreto 007, James Bond.

Destaque para a estilista dos super-heróis, Edna Moda, e o vilão Síndrome, que garantem as melhores risadas do filme.

07) Toy Story 2 (1999)

Sim, o segundo é bem melhor que o primeiro. Woody é raptado por um colecionador de brinquedos que lembra blogueiros o Cara dos Quadrinhos dos Simpsons. Em uma ação de resgate, liderados por Buzz, todos os brinquedos vão atrás de Cowboy, mas por descobrir que possuía uma série própria, de desenhos e de brinquedos, Woody questiona se vale a pena voltar ou não para seus amigos e Andy.

História simplória, mas recheada de referências, principalmente na parte em que Buzz encontra e enfrenta Zurg, o vilão da linha de brinquedos e da série animada do patrulheiro estelar. Hilário.

06) Monstros S.A. (Monstros, Inc. – 2001)

O único meio para abastecer a cidade de Monstrópolis é através dos gritos de medo de crianças do mundo dos humanos. Em escala industrial, monstros devidamente treinados e admirados possuem o trabalho de assustar essas crianças, gerando energia para sua cidade.

O melhor deles é James P. “Sulley” Sullivan, que conta com a ajuda de Mike Wazowski. Quando uma criança – Boo – acidentalmente vai parar no mundo dos monstros, Sulley e Mike precisam se virar para devolver a criança de voltar para seu mundo, já que acreditam que ela é tóxica, e com Sulley desenvolvendo um carinho pela menina.

Foi a animação que mais demorei a assistir, já que acreditava que não tinha graça. Como sabem, sou uma besta e me arrependi muito por não ver essa obra-prima mais cedo.

05) Wall-E (2008)

Tido por muitos como o melhor de todos os tempos do estúdio. Afinal, a história de um planeta Terra arrasado e tomado pelo lixo, onde apenas um robô, dentre vários quebrados, possui a missão impossível de limpar o planeta, até que uma robô, de última geração, aparece no planeta com uma missão misteriosa. Os dois acabam criando uma afinidade e é desenrolada uma das melhores história de todos os tempos.

Mas há ressalvas da minha parte. Wall-E é muito adulto, muitas crianças saíram do cinema não entendendo patavina da história, sem contar que em certos momentos há mais drama do que diversão.

Como encaro animações como um entretenimento para todos e, teoricamente, precisa agradar as crianças, principalmente, perde os pontinhos que poderiam fazê-lo subir.

04) UP – Altas Aventuras (UP – 2009)

Claro que a aventura de Carl Fredericksen e o escoteiro Russel já aparece aqui entre os primeiros. A história do velhinho que resolve ir, com mala, cuia e a casa inteira para as cachoeiras da América do Sul de balões, é de uma beleza ímpar e de tocar o coração.

Confesso que segurei a emoção em muitas partes do filme.

Kevin, a pássaro esquisito, e os cães falantes do filme garantem a diversão, mas UP sofre do mesmo problema de Wall-E, apesar de amenizado. É muito adulto para as crianças.

Mesmo assim, é diversão garantida, afinal, mal estreou por aqui (e no mundo) e já possui a segunda maior bilheteria do estúdio, só perdendo para o seguinte.

03) Procurando Nemo (Finding Nemo – 2003)

Imagine uma animação onde o mar reproduzido é mais real que o próprio mar? Onde a beleza das profundezas do oceano é reproduzida em seus mínimos detalhes? Onde a história de um peixe-palhaço, que perde toda a família no ataque de uma barracuda, e se vê às voltas de criar um filho com problemas em uma nadadeira tem muito a ver com pais humanos que precisam criar filhos com problemas físicos, mas não doentes?

Enfim, há vários outros destaques, como duas histórias paralelas que se entrelaçam, mas o melhor deles é com certeza a peixe ‘Bleu Tang’ Dory, que sofre de perda de memória recente, garantindo as melhores piadas do filme.

Procurando Nemo foi, durante muito tempo, meu desenho favorito, também é o mais rentável da história e o segundo em arrecadação, só perdendo para Shrek 2.

Enfim, não precisa dizer mais nada.

2) Carros (Cars – 2006)

Sim, Carros.

Como apaixonado pelo mundo automobilístico foi o desenho que mais depositei minhas expectativas e, por incrível que pareça, superou e muito elas.

A história de superação do prepotente Relâmpago McQueen, estreante da Copa Pistão e que pode levar o título logo de cara, mostra que é possível fazer um ótimo filme com temática de carros.

Na minha opinião, é o que mais abusa de referências, homenageando todo o universo de quatro rodas. Está lá a Kombi riponga, o Jeep de guerra durão, os tunados metidos a playboy, os utilitários que não são utilitários, enfim, só quem conhece percebe os detalhes.

Sem contar a dupla-homenagem na dublagem de Paul Newman interpretando Doc Hudson, que só quem acompanha entende.

Infelizmente, é mais voltado para o mundo automotivo americano (ficou estranho isso…), mesmo com a presença de Schumacher no final. Por ser o último filme da parceria, na época, entre os dois estúdios, também passa a impressão que foi feito a toque de caixa.

Mas e daí, achei fantástico, e isso é o que importa.

Espero muito da continuação prevista para 2012.

Ah sim, possui a melhor trilha sonora de todos.

1) Ratatouille (2007)

Foi a primeira animação com a assinatura exclusiva Disney/Pixar. Ao contrário de Carros, não tinha muita confiança na história do rato que quer ser cozinheiro, já que, por causa da Disney, acreditava que a qualidade cairia bastante.

Ledo engano.

Ratatouille é a melhor animação de todas lançadas até hoje pela Pixar.

O enredo focado em Rémy, um ratinho que se recusa a comer lixo, pois prefere comida de boa qualidade, além de possuir olfato e paladar apurado, é de encher os olhos.

Sob o lema de “Qualquer um pode cozinhar”, ou seja, se você quiser, você pode fazer qualquer coisa, Ratatouille é a história da superação, amor àquilo que você gosta. O desenho é um filme daqueles que você sai com um sorriso no rosto e pensando porque diabos reclama tanto da vida e, principalmente, de coisas idiotas.

É sensível, divertido, emocionante e com uma das cenas finais que toda vez que assisto, faz marejar meus olhos.

Por mais que, a cada ano, lancem um filme novo, sempre sendo rotulado como o melhor de todos, acho que Ratatouille ainda reinará por um bom tempo entre meus preferidos.

E para vocês, quais são os melhores?

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