Crítica – All Star Batman & Robin the Boy Wonder
Se você se considera fã do morcegão ou leitor de hqs, imagino que já tenha colocado as mãos num exemplar de The Dark Knight Returns, escrito e desenhado pelo grande Frank Miller. O clima sombrio e violência com qual Miller retrata o Cavaleiro das Trevas fez dessa revista um Must Read. E agora, anos depois do lançamento de TDR, aliado ao famoso desenhista Jim Lee, Miller nos bombardeia com mais uma dose de violência de qualidade, com All Star Batman & Robin. Prepare-se para entender o significado da palavra “COLHÕES”.
Antes de mais nada, tenha em mente que a história não se passa no Universo Mainstream, e sim no All Star. “Nip, que porra é essa?”. Simples, é a resposta da DC para o Universo Ultimate da Marvel. Atualmente, este Universo é composto por apenas duas revistas: All Star Superman e All Star Batman & Robin. Eu dei uma folheada na revista do Homem de Aço, e gostei, mas Batman & Robin já tem testosterona suficiente para sustentar sua masculinidade pelos próximos 20 anos.
Noite na escura e corrupta Gotham City. A conceituada jornalista Vicki Vale, também famosa por ser a ruiva mais gostosa do pedaço, recebe uma ligação. Era Alfred, mordomo do magnata Bruce Wayne, avisando que seu patrão iria levá-la para sair. Sim, é isso mesmo. Esqueça diálogos chatos e romances babacas, o Bruce Wayne de Miller é um exemplo de macho alpha. Estonteada pela notícia, a ruiva corre até seu armário para escolher uma roupa adequada. Ela desce as escadas e entra no carro, então Alfred a leva até o circo, onde Wayne a esperava. Os dois iam assistir o show dos “Flying Graysons”.
Tudo vai bem, até que o casal Grayson é assassinato na frente da platéia e de seu único filho, Dick. Bruce sai correndo do local, o que indica que está na hora do Batman chutar umas bundas. Os assassinos capturam Dick e fogem com ele, mas logo são alcançados pelo Batmóvel. Começa então uma sequência capaz de excitar até os mais heteros. Batman coloca o garoto no banco de carona e se dirige até a Batcaverna, DESTRUINDO BARREIRAS POLICIAS QUE OUSARAM FICAR EM SEU CAMINHO. Isso marca o ínicio de uma história de vingança e a relação entre um homem louco e um garoto traumatizado.
“Caralho, ele bagaçou os policiais?”. Exatamente. O Batman All Star não tolera policiais, pois eles são baratas corruptas que precisam ser ESMAGADAS. O único portador de distintivo que ele respeita é o Comissário Gordon. Bom, de fato, Alfred e Gordon são os únicos seres humanos que Batman respeita. “Nossa, o pessoal deve odiar ele então, né?”. Errado. O Batman tem um bom número de fãs e imitadores, sendo a maioria deles do sexo feminino. Uma palavra, duas sílabas: MACHO.
Outra coisa que eu achei deveras atrativa no roteiro de Miller, é a personalidade doentia que ele dá aos seus personagens, heróis ou não. Isso é bem representado na “cena” da reunião da Liga da Justiça (Mulher-Maravilha, Superman, Lanterna Verde e Homem Borracha), em que a Mulher-Maravilha sugere que eles cacem o tal Batman, arranquem sua cabeça e enfiem numa estaca para mostrar ao mundo quem é que manda. O Superman então grita com ela, falando que ela não sabe PORRA NENHUMA, e que se ela ousar sacanear com seu mundo, seu povo, suas regras, ela irá pagar com seu sangue. E depois dessa discussão os dois SE BEIJAM, por que é assim que dois adultos fazem as pazes.
“E por que eles iriam querer caçar o Batman?”. Um: Ele está tocando terror em Gotham City, espancando geral mesmo. Dois: Ele sabe que Clark Kent é o Superman. Três: Ele sabe que o Superman pode voar, mas o próprio Super ainda não sabe disso. MELHOR. DETETIVE. DO. MUNDO. Cara, eu adoro essa revista. E se vocês já estão empolgados agora, imagino como estarão na hora que o CORINGA aparecer. Foda cara, simplesmente foda.
Agora que você já sentiu o gostinho do roteiro de Miller, vamos falar um pouco dos desenhos de Jim Lee. O que posso dizer? Combinação perfeita. Desde a sombria Gotham até a barba por fazer da Wayne, tudo está muito bom. Mulheres sexys, homens marrentos cenas bem retratadas de pancadaria. A dupla Miller/Lee devia trabalhar mais vezes juntos.
Eu poderia continuar a dar exemplos de por que você deve ler esta obra-prima do cromossomo Y, mas acho que já falei o suficiente. Curte Batman? Curte Hqs? Tem duas bolas no saco? Então tá esperando o quê para ir até a banca adquirir seus exemplares? Aqui no Brasil, a publicação é pela Panini Comics. A revista atualmente está em sua oitava edição, nos EUA. Não sei do preço.
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