Jogos que fazem minha cabeça – G.R.A.W. (X360)
Tem jogos que eu deixo passar batido na época do lançamento, e que acabo jogando só anos depois e me arrependendo profundamente por não ter jogado antes. Ghost Recon Advanced Warfighter é um deles.
Bom, considerando que ele foi lançado em 2006 e que eu nem cogitava comprar meu X360 ainda naquela época, não dá pra realmente dizer que eu “deixei o jogo passar batido”. Mas digamos que deveria ter sido um dos primeiros jogos a rodar no meu 360 assim que ele foi adquirido. Não tinha desculpa pra não jogar, eu sempre fui fã dos jogos Tom Clancy, desde o primeiro Rainbow Six:
Até o surgimento deste jogo, eu nunca fui muito fã de FPS; sempre achei um gênero muito repetitivo e tals. Mas a partir de Rainbow Six pude ter a visão de que um FPS pode ser altamente estratégico, obsessivo e inteligente, ao invés da jogabilidade frenética dos Doom e Quake que pululavam na cena FPS do fim dos anos 90. Desde então venho seguindo, na medida do possível, os outros dois bastardos espetaculares gerados por Rainbow Six: Splinter Cell e Ghost Recon. “Na medida do possível” porque é difícil ter a grana pra obter todos os consoles e upgrades de cpu necessários para jogar as diversas iterações da série.
Ghost Recon, especialmente, é uma série que eu não conseguia seguir desde Desert Siege, que eu curtia pra cacete, mas nunca mais tive computador pra rodar os jogos subsequentes.
Quando vi o lançamento de Ghost Recon Advanced Warfighter eu sabia que só podia ser coisa boa, mas ei, QUEM tinha um 360 em 2006? Pouquíssimos felizardos, e eu nunca fui um felizardo que caga dinheiro.
Mas antes tarde do que mais tarde. Ao jogar G.R.A.W. só agora, quase 4 anos depois de seu lançamento, ainda me surpreendo em perceber como o jogo é polido, bem-acabado e DIVERTIDO, principalmente em comparação com outros títulos mais recentes do 360. Como eu li em alguma review por aí, G.R.A.W. é um daqueles jogos que, em 2006, realmente mostrava todo o potencial dos consoles Next-Gen, mostrando exatamente no que eles eram melhores do que Xbox e Ps2.
Eu pago pau pra jogo que me faz pensar antes de agir. Sempre que eu pego um jogo novo eu costumo jogar da maneira mais burra possível, inicialmente, pra verificar qual o nivel de dificuldade que os desenvolvedores colocaram nele. E também porque, convenhamos, eu sou um jogador burro. G.R.A.W. é um jogo que te pune severamente por esse tipo de atitude, e onde, seguindo a tradição de Rainbow Six, você pode morrer com UM fucking tiro. Tesão. Já me fez respeitar o jogo e ver que a Ubisoft não esqueceu das raízes dos jogos Tom Clancy.
Jogando mais um pouco, ajustei minha burrice gamer e passei a utilizar meu soldado e a equipe de forma coordenada. Tática também conhecida como “manda os bucha de canhão na frente pra atrair o inimigo e mata tudo de longe no sniper”. Puta merda, adoro fazer isso. Eu sempre perco minha equipe toda nesses jogos, porque eu uso eles como isca e tals.
Em G.R.A.W. a equipe até que é inteligente e se vira bem nestas situações, o que me deixa meio puto, já que eles frequentemente matam o inimigo antes de eu dar um headshot saboroso de longe. Meio frustrante, mas ok, já que fazer isso de matar a equipe é também jogar burramente.
Então, pontos para G.R.A.W. por me fazer jogar de um jeito diferente que eu jogava Desert Siege, por exemplo. Ajustei de novo meu nível de burrice e começei a integrar a equipe nas minhas ações, aproveitando melhor o potencial do jogo e, admiravelmente, me divertindo MAIS com a parada toda do que jogando daquele jeito lone wolf.
Tudo isso ainda na primeira fase.
Ainda na primeira fase, tive que DE NOVO aprender a jogar melhor, quando chego em um ninho de inimigos que me separava do objetivo final da fase. Assim que chego no local, um comando de rádio me avisa que tenho um Black Hawk, um helicóptero de ataque à minha disposição para auxílio na invasão da fábrica onde os inimigos se mocavam. Ignorei solenemente o aviso e o Black Hawk, e tentei invadir no modo Rambo. Só me fodi. O jogo não premia os soldados Rambos, que ignoram o arsenal tecnológico à disposição. Tentei utilizar minha equipe para me ajudar no ataque e tive razoável sucesso, mas também me fodi com os snipers nos andares mais altos da estrutura. Finalmente dei o braço a torcer e aprendi a usar o black hawk, comandando seus ataques à distância. Foi lindo, delicioso e sexual: ele ia sobrevoando a área, conforme eu apontava os alvos, e despedaçando os inimigos um por um, com a artilharia pesada. Me senti um maestro da destruição e entendi como pode ser bom só dirigir a ação de vez em quando, ao invés de querer realizar tudo sozinho.
Em resumo, Ghost Recon Avances Warfighter é um jogo do caralho. Pra vocês terem uma idéia, assim que acabei a primeira missão eu salvei e voltei pro menu inicial, pra jogar a primeira fase DE NOVO, e fazê-la de um jeito mais inteligente. Depois de realmente aprender a jogar G.R.A.W., eu sabia que eu tinha perdido muito da diversão incipiente simplesmente por não saber utilizar as ferramente que o jogo colocava à minha disposição. Desconfio que esse jogo vai me entreter por muito tempo.
E sabem o que é melhor? Ainda tem o 2 pra jogar (Y)
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