A Menina que Brincava com Fogo (Stieg Larsson)
Mesmo depois de terminar com perfeição a história do volume anterior, Os Homens que Não Amavam as Mulheres, esse segundo volume da série não deixa a desejar em nada, apesar de alguns problemas que ele tem, mas isso vou falar mais à frente.
Depois de alguns meses da busca de Harriet Vanger, temos nossos protagonistas apresentados novamente. Lisbeth está viajando pelo mundo, aproveitando seu dinheiro, conseguido no volume anterior, e resolvendo problemas de matemática, sua mais nova maneira de passar o tempo. Depois de sobreviver a um tornado (Entre outras coisas), ela retorna pra Suécia.
Já do outro lado, temos Mikael Blomkvist em busca de Lisbeth, que logo depois de o ajudar no caso de Harriet Vanger, simplesmente some sem deixar noticias. Na revista Millenium, uma estagiária começa a assediar ele, um problema resolvido rapidamente por Erica Berger, mas isso é só pra posicionar os personagens na história. Quando a história realmente começa, a coisa começa a ficar violenta.
Dag Svenson é um jornalista que entra em contato com a revista, mais exatamente a editora que cuida das publicações literárias da Millenium, que até aquele momento só havia publicado o livro destruindo o império Wennerstrom com um novo livro que se encaixaria direito na linha editorial deles. O livro iria falar sobre tráfico de mulheres. Mia Bergmman, sua esposa, estava prestes a apresentar sua tese sobre o mesmo tema pra a banca de jurados e logo que isso fosse feito, era a intenção do livro já estar à venda.
Bom, era.
Um livro que fale sobre um tema tão delicado como tráfico de mulheres pode acabar citando nomes que não agradam, exatamente por estar mexendo com gente perigosa. O que foi um problema. Zala era um nome que aparecia nas pesquisas de Dag, mas ninguém queria falar muito sobre isso, por motivos diferentes. Depois de pedir mais prazo para poder descobrir quem era essa pessoa, ele deixa o livro nas mãos da Millenium, para que seja analisado e revisado. Numa das noites que Dag pede para Mikael ir a sua casa, a cena que ele encontra por lá não é nada boa. Com um tiro na testa de Dag e outro no rosto de Mia, os problemas só estão prestes a começar…
Novamente a história é contada de uma maneira perfeita, não deixando nada de lado e com mais detalhes do que o necessario, desde posição do corpo, mapas do apartamento, depoimentos e uma investigação policial cheia de furos, que se difere muito da feita paralelamente por Mikael, que tem um motivo para se meter nisso: Lisbeth é acusada de ser a suspeita da morte dos dois, ou melhor, três, já que poucos minutos depois seu tutor é encontrado morto também.
Como disse, a história é boa, mas o único defeito que ela possui é o de ser meio complicada. Em algumas partes, a história demora a se desenvolver, mas acredito que isso tenha sido alguma técnica para deixar o leitor calmo, porque depois que o crime acontece, a história tem seu ritmo novamente, salvo algumas partes, como as que surgem os policiais e começam a rolar muitos problemas internos da polícia.
Mas isso não deixa a história menos boa. Pelo contrário, a torna mais interessante, pois com a apresentação de personagens novos como Paolo Roberto, um boxeador conhecido de Lisbeth, Sonja Modig, Hans Faste e outros da polícia, tudo começa a se ajeitar bem.
E só vou dar um aviso: Se forem ler essse livro, já tenham em mãos o próximo volume, o A Rainha do Castelo de Ar, porque a história dele começa EXATAMENTE do final da desse volume, com apenas algumas horas de espaçamento. É isso, leia e se surpreenda com a resolução do teorema de Fermat.
A menina que brincava com fogo
Flickan som lekte med elden
Ano de Edição: 2009
Autor: Stieg Larsson
Número de Páginas: 608
Editora: Companhia das letras
Leia mais em: A Menina que Brincava com Fogo, Críticas - Livros, Stieg Larsson, Trilogia Millenium