Abraços Partidos (Los Abrazos Rotos)

Cinema quinta-feira, 03 de dezembro de 2009

 Há 14 anos, o cineasta Mateo Blanco sofreu um trágico acidente de carro, no qual perdeu simultaneamente a visão e sua grande paixão, Lena. Sofrendo aparentemente de perda de memória, abandonou sua persona de cineasta e preservou apenas sua faceta de escritor, cujo pseudônimo é Harry Caine. Um dia, Diego, filho de sua antiga e fiel diretora de produção, sofre um acidente, e Harry vai em seu socorro. Quando o jovem indaga Harry sobre seus dias de cineasta, o amargurado homem revela se lembrar de detalhes marcantes de sua vida e do acidente.

Sabe aqueles dramas que ficam mostrando flashbacks, num vai e volta do inferno? Pois bem, sinto-me no dever de avisa-los, caros leitores, que esse texto filme trabalha basicamente com isso, o que pode torna-lo meio confuso e/ou previsível. Ou eu que sou muito esperto. E convencido.

Mas os meus dotes não são importantes. Não agora. O filme conta [Em pedaços. Muitos pedaços] uma história de amor, decepção, ódio, revolta, luta das classes trabalhadoras, invasão de alienígenas e bolinhos. Tá, do ódio em diante não é verdade, mas eu queria dar um efeito dramático. Mas chega de enrolação. O filme começa bem, com um tio cego dando o golpe numa loirinha. Malandramente, ele vem com aquele papo de “Ah, me descreve como você é que eu sou cego”, e dali a cinco minutos, tá comendo. Logo depois, sabemos que o ceguinho é na verdade Mateo Blanco, ou Harry Caine, no melhor nome trocadilhistico que eu já vi na vida.

 Sou cego, mas não sou besta.

Depois dessa introdução [Com trocadilho, fazendo favor], a história começa a se desenrolar. Somos apresentados à Lena, inicialmente uma secretária de um empresário fodão, o sr. Ernesto Martel, que é pai de um cineasta meio abaitolado, Ernesto Martel Jr.. Inicialmente, cê acha que esse povo não tem nada a ver com Harry, ou com Judit, agente do cego, agora roteirista, e Diego, filho dela.

 Tá, cê escreveu um jornal e ainda não explicou nada do filme…

Pois bem, o filme fica indo e voltando entre 2008 e 1994, pra explicar o porque de Harry ter ficado cego, e a ligação entre ele e todo aquele povo que eu falei ali em cima. Claro que como é algo muito complexo e intrincado, eu não vou contar, senão teria que ficar três anos digitando.

 Tá, mas… e ae?

O que importa é que é um drama bem montado, que explora a psiquê dos personagens, que não são rasos como um pires. O problema é que o filme enrola muito, e no final mostram um pedaço de sequência de filme do Harry que eu queria ver até o final. Hijos de putana!

Abraços Partidos

Los Abrazos Rotos (127 minutos – Drama)
Lançamento: Espanha, 2009
Direção: Pedro Almodóvar
Roteiro: Pedro Almodóvar
Elenco: Penélope Cruz, Lluís Homar, Blanca Portillo, José Luis Gómez, Tamar Novas, Rubén Ochandiano, Marta Aledo, Agustín Almodóvar, Enrique Aparicio, Yuyi Beringola

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