O rock no século 21, ou QUASE isso

New Emo quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Então, já faz um certo tempinho que o século 21 começou, mas isso é outra história. Não, não vou comentar ano por ano, pro seu desespero. Vou apenas citar algumas coisas de certa… relevância. Ou seja, você não vai achar nada que preste por aqui, vai embora.

1 + 1 = ISSO Só PODE DAR ERRADO.

O século não começou nada bem pro Rock, tendo em vista que a maioria (pra não dizer todas) das bandas que marcaram o estilo já não existiam mais. E, as que existiam, mudaram a formação, o estilo, a sexualidade, enfim. Com o passar dos anos, algumas surpresas, como a junção de Chris Cornel com a banda Rage Against The Machine, sem o vocalista, formando a banda Audioslave – que na época prometia. Convenhamos, o primeiro álbum da banda até surpreendeu, trazendo um som relativamente diferente do que ambas as bandas faziam. E não parou por aí: O vocalista da banda Stone Temple Pilots se juntou á Slash e cia, formando a banda Velvet Revolver, fazendo uma sonzeira do caraleo. Época de renovações no Rock, eu diria que todo mundo meio que se perdeu no meio da bagunça que a MTV ajudou a criar.

FRACASSOS.

Falando em MTV, o New Metal foi o estilo musical mais deprimente da história, se falando em rock. Não pelo som em si, mas por muitas bandas que quebraram a cara com isso. Quem não lembra da “parceria” entre Limp Bizkit e Metallica? As bandas queriam REVOLUCIONAR, ou algo do tipo. Quando Fred Durst, vocalista do Limp Bizkit, viu que os caras do Metallica estavam gravando seus novos sons sem solos, decidiu tirar todos os solos que se encontravam nas músicas do novo álbum de sua banda, que já estava pronto. A parceria não era bem pra revolucionar. “Nosso novo disco está MUITO PESADO!” – Era o que Fred Durst vivia dizendo. No fim, só uma faixa do álbum inteiro era realmente pesada. E, como assim, não era pra revolucionar? Metallica e Limp Bizkit quiseram ver quem fazia o pior álbum, e o Metallica só perdeu porque eles são bons até quando fazem merda. E Linkin Park com Jay-Z?

ESPERANÇAS, E NÃO ESTAMOS FALANDO DAS NOVELAS DA GLOBO.

The Strokes, The Darkness, Kings Of Leon… cresciam bandas promissoras, que receberam o clássico apoio da mídia, que lança a banda pra todo mundo ouvir até enjoar e depois nunca mais toca no assunto. Mas, é claro, Strokes continuou forte, mas perdeu pelo menos metade da força com seu último álbum, inovando. Não se pode inovar quando se está na mídia. E outra, The Hives voltando pra deixar todo mundo no chinelo, e anunciando o fim da banda após o lançamendo do… terceiro álbum. Mais tarde – leia HOJE -, os caras deixam de lado a idéia e começam a gravar um álbum novo, como se nada tivesse acontecido. Mas aconteceu sim, o Rock está uma porcaria e seria INJUSTO se vocês terminassem agora.

UMA NOVA HISTóRIA, RECOMEÇOS E VELHAS HISTóRIAS.

Por falar em bandas voltando, pra não enterrar o Rock de vez, a banda Queens Of The Stone Age chamou Dave Grohl pra lançar o álbum que entrou pra história: Songs For The Deaf. Um dos mais elogiados por quem entende do assunto. E, por falar em Dave Grohl, Foo Fighters não parou e se manteve sempre na linha, mantendo o respeito e o bom som de sempre. E dia 25 de Setembro os caras lançam seu álbum novo, que promete trazer “peso”, se é que você me entende. Dave Grohl já mostrou que sabe o que é peso quando juntou alguns metaleiros pra lançar a banda Probot, outra bem elogiada, mas que poderia ter se saído melhor. Mas essas bandas nunca pararam, assim como Ozzy Osbourne, que lançou uma OBRA PRIMA nesse ano, ainda preciso ouvir o álbum novo desse cara. Quem voltou mesmo foi o Smashing Pumpkins, trazendo um single sensacional e um álbum digno de voltar pra ficar. Outra que tá voltando é o Alice in Chains, agora sem o vocalista, claro – O cara morreu, né. Será que essa volta vai ser boa? Não seria bem uma volta, os caras se uniram umas vezes pra fazer uns shows, mas nunca mais gravaram um álbum. Agora vão. Outra boa foi a gravação do Acústico MTV Ultraje a Rigor. Os caras derrubaram essa de que a MTV estraga as bandas, fazendo um acústico sensacional e que até hoje eu não me conformo de ter conseguido colocar meu nome na lista do povo que iria assistir ás gravações e não ter ido.

ASSUNTOS QUE NÃO DEVERIAM SER DISCUTIDOS.

Guns n’ Roses voltou depois de um bom tempo, trazendo um som… fraco, provando que o Slash carregava a banda. Sandy & Junior gravaram um acústico para celebrar o fim da dupla, e eu só citei isso aqui porque ninguém vai ler um parágrafo que comece com Guns n’ Roses. Aproveitando isso, vamos falar de uma cena que cresceu muito nesses tempos: Indie. Strokes e Franz Ferdinand, a princípio, eram as bandas que todo mundo gostava. Depois foram surgindo Arctic Monkeys, The Killers, Magic Numbers, Kaiser Chiefs, enfim, uma enorme quantidade de bandas que seguiam o padrão “New Rock”. O Indie acabou virando também um estilo musical pra muitos, mas isso é um fato para ser ignorado. Considerados os salvadores do Rock, considero as bandas Indie a prova que o Rock já não tem mais salvação.

POLÊMICA.

Outra coisa que podemos comparar ao New Metal em termos de medíocre, é a cena Emo, que conseguiu fracassar mais lindamente que o New Metal. Os emos simplesmente foram os novos Judeus dessa década, acho que essa é a melhor frase pra se resumir o que aconteceu. Imagine um lugar com um monte de gente com uma coisa estranha na cabeça, roupas esquisitas, pessoas chorando e morrendo, passando fome, enfim. Não, não é um campo de concentração feito por nazistas pra “armazenar” Judeus, é um show Emo. O fracasso foi pelo fato de que os seguidores do movimento eram alvo de um preconceito COMPARÍVEL ao da segunda guerra mundial. Em relação ao som, a idéia era ser um fracasso, mesmo, senão não seria Emo. RÍÍÍ, SACOU?! Ahn… enfim, eu acompanhei algumas bandas do gênero e posso dizer que poucas delas até agradam. E todas enjoam. É só ouvir My Chemical Romance, Fall Out Boy, Panic! At The Disco e Billy Talent pra saber que eu não estou mentindo. Ao menos, o movimento rendeu o nome dessa coluna.

JÍ ERA DE SE ESPERAR.

O Pearl Jam já não é mais como antes, mas CAUSOU nesse começo de década. Atualmente, os caras estão meio afastados da mídia, pelo menos por aqui. Bom, deve ser pelo fim da rádio 89 FM, A Rádio Rock aqui de São Paulo. Após conseguir um público fiel e uma audiência respeitável, de um dia pro outro a programação da rádio começou a mudar, ficando mais… pop. Mas o bizarro mesmo foi quando eles mudaram TOTALMENTE a programação, também da noite pro dia. Segunda Feira você liga o rádio e começa a ouvir Black Music. Já sem o slogan de “A Rádio Rock”, dessa vez a 89 passou a ser mais uma Jovem Pan, deixando a missão de divulgar o Rock com a Kiss FM e a Brasil 2000. Voltando a falar de Pearl Jam, os caras conseguiram parar São Paulo. Fãs, com o apoio da 89, fizeram uma manifestação para que a banda pudesse tocar no local combinado – Após o show que a rádio Mix FM promoveu no local onde iria acontecer o show da banda, a Prefeitura do estado não iria mais permitir mais shows por alí por causa da BADERNA causada. Até os fãs conseguirem o contrário, claro. Outras bandas que pararam o Brasil foram U2, com o fenômeno Katilce e Rolling Stones, com o fenômeno de fazer um show gratuito no Rio de Janeiro sem que metade do público fosse vítima da violência local.

ETC.

Muitas bandas foram esquecidas, eu estou realmente me esforçando pra me lembrar de umas. Por exemplo, não sei o que aconteceu com Creed, Blink 182, Elvis Presley e Paralamas do Sucesso. Bom, a última banda até lançou uma música legal no ano passado, senão me engano. E o Lobão, surgindo do nada, gravou um acústico MTV. Por que esse povo não se aposenta? Titãs já era, nem quero citar a banda por aqui. IRA! também lançou seu acústico, e os caras não param – Nasi e Edgard Scandurra estão com seus projetos paralelos. Pitty, a nova “musa” do Rock brasileiro também BOMBOU, participando até do acústico do IRA!. Não há muito o que se falar sobre bandas nacionais, mas tivemos uma volta de peso: Plebe Rude. Porém, o álbum novo dos caras não foi lá muito bom. Outra banda que vem fazendo história é o Matanza, naquelas de música pra macho, uma beleza. A cena independente do Rock brasileiro deve ser minuciosamente vasculhada, é nela que você vai achar coisa boa por aqui.

Só?

Suguei ao máximo o que fui lembrando, seria covardia pesquisar por mais acontecimentos pra prender vocês por três horas por aqui. As coisas foram de mal a pior na primeira metade dessa década, só o começo do século – Mal é a “ponta da cabecinha”. Mas já dá pra se esperar por melhorias, vamos apostar nessas voltas, e até mesmo nessas bandas que acabam e se juntam á outras. Quem sabe você poderá falar coisas boas pro seu neto sobre a nossa época, mas é bom não ter muitas esperanças.

Agora é sua vez. Larga a mão de ser preguiçoso e lembre de algo relevante pra você, comenta aí.

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