Trazendo à Realidade 2.0 – Juggernaut

Nona Arte quarta-feira, 14 de abril de 2010

Para começo de história: esqueçam o Cristal de Cyttorak. Nesta série, assim como na original, quaisquer elementos místicos/metafísicos serão sumariamente ignorados.

Imaginem a cena: Você, leitor com sobrepeso, está numa academia, ralando na esteira para que sua nutricionista pare de amaldiçoar sua existência. Você está enlevado pelo ambiente, quase um autista: À sua frente, apenas para seus olhos, gordinhas fazem exercícios de glúteo; nos seus ouvidos, um agradável e bem-humorado podcast lhe garante diversão e relativo isolamento acústico-social; seu paladar se delicia com o Gatorade; o olfato se enleva com o perfume das gordinhas; e o tato, bom, esse deixa para lá. Não fosse a maldita calça de poliéster lhe causando assaduras, você estaria na plenitude dos sentidos.

Do nada, o encanto é quebrado. Pela porta, entra um desgraçado que parece o Schwarznegger na época do Mister Universo, só que com o triplo de músculo, um terço da gordura corporal e um centésimo do QI. Esse é o Juggernaut.

Todos aqui conhecem o distúrbio alimentar chamado de anorexia, correto? Na anorexia, o indivíduo afetado (Geralmente mulheres) possuem uma visão distorcida do próprio corpo, achando que estão acima do peso, mesmo possuindo massa corporal ideal ou abaixo disso. Pois bem, a anorexia tem sua irmãzona, e ela é o exato oposto do que estamos acostumados a ver por aí. Seu nome? Bigorexia.

Quem sofre de bigorexia também tem uma visão distorcida do próprio corpo, mas de modo diferente da anorexia. Bigoréxicos sempre acham que estão… fora de forma, pouco definidos e fracos. Por isso, ao invés de tentar a “cura” deixando de comer, eles tentam se remediar de outra forma: malhando até não poder mais. Aquele cara que passa três horas por dia na academia, puxando ferro, beijando o próprio bíceps entre um exercício e outro e cuja conversa se resume a suplementos alimentares e esteróides é um bigoréxico.

E isso é o Juggernaut: Um estereotípico rato de academia. Um cara que passa um terço do dia na academia, outro terço querendo estar na academia e o restante dormindo e tomando suplementos alimentares com Mega Shakes. Sua história na Marvel seria basicamente a mesma (Bullying, assassinato do pai e golpe na mãe do Xavier etc.), só mudando a partir do momento da expedição à Coréia. Cain Marco, ao retirar o Cristal de Cyttorak (Uma simples aglomeração de quartzo), ativaria uma armadilha à la Henry Jones Jr., morrendo esmagado sob os escombros da caverna.

E, não, a cronologia Marvel não mudaria muito a partir disso. A maior diferença que consigo pensar é que não existiriam os Exilados, e nem ele teria entrado no Novo Excalibur. Juggernaut é típico personagem que só tem importância quando os roteiristas estão sem idéias, aparecendo só para brigar com alguém. Algo do tipo:

-Ei, velho. Tem que entregar o roteiro semana que vem, que é que a gente faz? Não tô com um pingo de idéia na cabeça.
-Sei lá… Que tal colocar uma luta enche-linguiça qualquer? Sei lá, Homem-Aranha versus alguém aí, por qualquer motivo besta.
-Que tal Quarteto e Aranha contra o Juggernaut porque… vejamos… ele disse que os clones do Aranha são feios, bobos, chatos e caras de mamão?
-É, acho que vão engolir. Eu fiz o roteiro filler da última vez, então você faz dessa. Tô quase conseguindo um achievement em Plants vs. Zombies.
-Belê, belê… Cadê o roteiro padrão?
-Na mesma pasta dos vídeos do George Carlin.
-Ok, ok… pega ali um café pra mim enquanto eu começo a bagaça aqui…
-Açúcar ou adoçante?
-q
-Quer o café com açúcar ou adoçante?
-Ah, tá. Açúcar.
-Valeu, volto logo.
-Valeu.

Leia mais em: , , ,

Antes de comentar, tenha em mente que...

...os comentários são de responsabilidade de seus autores, e o Bacon Frito não se responsabiliza por nenhum deles. Se fode ae.

confira

quem?

baconfrito