O Pacto dos Lobos (Le Pacte des Loups)
Existem certos filmes que com o passar do tempo simplesmente não saem da cabeça. Acho que à mistura de influências fez O Pacto dos Lobos se tornar um desses filmes.
Quando alguém poderia imaginar um filme de suspense, com feras, índios, figurinos de época e caçadas poderia ser feito na França?
Sinopse: Durante o reinado de Luís XV, uma misteriosa criatura traz pânico e terror em uma província rural da França. Chamada de a Besta de Gevaudan, ela atacava crianças e mulheres há meses e ninguém era capaz de prevenir suas ações, vê-la com nitidez ou sequer capturá-la. Desesperado em pôr um fim na situação, o rei decide então enviar ao local o renomado biólogo Gregóire de Fronsac. Entretanto, Gregóire terá não apenas que lutar contra o monstro mas também contra a ignorância, a conspiração e a intolerância local, recebendo o apoio de duas mulheres, uma aristocrata e uma prostituta.
Na França absolutista do século XVI, mais precisamente em 1765, ocorriam vários assassinatos e mortes completamente inexplicáveis em um pequeno vilarejo, Gevaudan. Corpos (Principalmente de mulheres) apareciam dilacerados por algum ser que jamais poderia habitar aquelas regiões. O caos vinha se instalando no local e obriga o rei a contratar Gregóire de Fronsac (Samuel Le Bihan) e seu fiel escudeiro, o índio Mani (Mark Dacascos), para descobrirem o que é o monstro e caçá-lo, a fim de acabar com as mortes que aterrorizam o lugar.
Por causa da caçada a fera, Gregóire acaba se alojando junto à nobreza local e se envolve com a belíssima Marianne de Morangias (Emilie Dequenne) e conhece seu irmão, Jean-François (Vincent Cassel), exímio caçador e aleijado, motivo para sempre se fazer de coitado.
Jean François conta a Gregóire sobre suas viagens e histórias sobre caçadas, e Greg (O cara é meu brother, pô) passa a desconfiar cada vez mais do carácter dele e a investigação pro lado do “joão-sem-braço” (Se é que vocês me entendem) começa abalar a relação de Gregóire com a família.
Gregóire e Mani passam investigam a vida das vítimas e os possíveis predadores até que conhecem a prostituta Sylvia (A gostosíssima voluptuosa Monica Bellucci) que através de adivinhações sobrenaturais, auxilia-os na jornada de caça à fera. Só que Sylvia é muita mais que uma putona, ela também têm seus interesses em se meter na vida alheia do vilarejo.
Depois de alguns dias vivendo no seio da nobreza, inevitavelmente Gregóire se apaixona por Marianne, e coincidentemente ocorrem mais e mais assassinatos, e quanto mais a dupla Batman e Robin Gregóire e Mani investigam, mais confusas as coisas ficam: Perseguições religiosas ganham destaque e sociedades secretas são desmascaradas, e que o pescocinho deles também está em jogo. No ato final, toda essa miscelânea de histórias paralelas vão convergindo e os mistérios desenvolvidos ao longo da projeção vão sendo desvendados.
Completamente fora dos padrões dos filmes europeus, O Pacto dos Lobos têm na sua exclusividade a maior de suas qualidades. Baseado em lendas francesas do período de 1764 a 1767, onde simplesmente várias mortes nunca foram solucionadas, os roteiristas Stéphane Cabel e Christophe Gans viram a oportunidade de desenvolver um final para o mito da Besta de Gevaudan. Além do mais, inseriram na trama o índio Maohk, exímio lutador de Kung-Fu, bruxaria e figurinos de época em uma França nublada, o que só aumenta o charme e o mistério do filme. É um filme que faz viajar na maionese e no tempo, para imaginar a possibilidade de tais acontecimentos, mas que em momento algum deixa o suspense e a ação de lado.
Por ser relativamente recente, irá agradar aos mais novos, e quem preza o primor técnico também sairá surpreendido com um bom roteiro e boas atuações. O cinema francês não para de nos surpreender.
O Pacto dos Lobos
Le Pacte des Loups (142 minutos – Suspense)
Lançamento: França, 2001
Direção: Christophe Gans
Roteiro: Stéphane Cabel e Christophe Gans
Elenco: Samuel Le Bihan, Vincent Cassel, Emilie Dequenne, Monica Bellucci, Jérémie Rénier, Mark Dacascos
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