Os Melhores Shows
E ae. Dizem por ae que certa vez um ermitão antigo, daqueles de barba longa e branca, cabeludo, afirmava que aglomerações de pessoas hipnotizadas dançando e cantando era a manifestação suprema da música. Eu acho que ele é um foragido hippie de Woodstock.
O que faz de um show ser especial, ninguém sabe. Ou melhor, todos sabem ao mesmo tempo. É o tipo de experiência única como ouvir Lady GaGa à primeira vez, que cada um vê de uma forma. Um amigo meu mesmo, diz que o seu melhor show foi um do Jack Johnson, porque pegou uma mulher-dargão e ainda dormiu de conchinha. Tem outros que dizem que foi a cerveja perfeita, a mesa de som, a roda de pogo, o caralho todo.
O meu melhor show na verdade foram dois, no mesmo festival. No longínquo ano de 2009, lá estava eu no Abril Pro Rock, de Recife. Com a carteira doendo, claro. Mas vai dizer que não valia à pena, ver Motörhead e Matanza?
Lembro que essa era a noite “metal”. Tinha umas bandinhas mais ou menos, mas eu tava ali pra aquelas duas. Matanza subiu no meio da noite, umas 22h, eu acho. Nem tinha tanta gente ainda, o povo tava disperso. Tirando uma falha de som absurda, e um pouco de mecanicismo, nada melhor do que ser uma das cinco pessoas que não estavam de preto contando com os dois mendigos do lado de fora, e xingar o Jimmy até ficar rouco.
Taí uma coisa legal. Xingar os caras, por mais que você goste do som deles. Melhor ver a cara que fazem lá em cima, sem fazer nada. Na clássica abertura de Clube dos Canalhas, nada como dizer que na verdade ele pertencia ao Clube dos Veados.
E eis que entra Motörhead. Eu ali no snakepit, nem imaginando que estaria ali, que dava pra ver a verruguinha do Lemmy, a roda comendo solta bem perto, e o som a estourar ouvidos. Show furioso, longo, e com direito a bonus track deles pegando gaita e banjo pra tirar um country.
Simpáticos.
Melhor que isso, só voltar aos ’70, e ver Joey proclamando a caça ao KKK do alto de sua jaqueta.
E pra você, quais foram seus melhores shows?
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