Sobre The Big Bang Theory e outras cousas
Bora deixar de lado que The Big Bang Theory já tem três temporadas, exibidas pela Warner. Não é nada novo na televisão de ninguém. O que me faz falar sobre a série só agora é: 1 – Antes eu não escrevia pro Bacon; 2 – Tem muita gente escrevendo merda por aí. Com o crescimento relativo dessa sitcom, essas coisas acontecem, mesmo. Ainda mais quando o season finale da série supera, em audiência, o último episódio do Lost, nos EUA. Entre uma série feita em uma ilha no Havaí e outra em um estúdio, qual você acha que custou mais? Tapa na cara dos produtores, véi. Mas não é disso que a gente vai discutir no texto. “Discutir” – eu vou escrever; vocês vão ler e concordar.
Pra quem não conhece a série, vou fazer um pequeno resumo. Se todo mundo conhece, vou fazer o resumo mesmo assim, porque eu sou mala. O seriado trata de retratar a vida de cinco personagens: Leonard (Um físico experimental), Sheldon (Um físico teórico, que volta suas pesquisas à teoria das cordas), Raj (Um astrofísico que veio da Índia) e Howard (Um engenheiro que é normalmente sacaneado pelos outros por ter apenas um mestrado, e não doutorado) trabalham na Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia) e são nerds. Ou geeks, não saco nada dessas gírias. De qualquer maneira, as habilidades sociais dos quatro tendem a zero. Por outro lado, eles parecem saber de tudo relacionado a ciências, seriados, HQs, filmes de ficção científica, etc.
Um belo dia, Penny (Uma atriz que trabalha como garçonete pra se sustentar até conseguir um papel em rede nacional) se muda para o prédio onde Sheldon e Leonard moram. Vale dizer que a garota não é burra, ela é normal. Depois eles se conhecem e blá, blá, blá, os cinco se tornam os personagens principais da série. Até aí, não temos problema algum.
Por causa desse seriado, surgiram dois grupos xiitas: Os que se declaram nerds por assistirem à série e os que afirmam que a série não deve fazer sentido/ser assistida por quem não tem um PhD em Física. Bora falar de um por vez.
Esses seriados têm como característica exagerar em todos os aspectos, como, por exemplo, o rótulo de nerd. Quem tá assistindo e entende uma piada, por conter referências a uma HQ ou filme, dá risada e sai pro mundo pensando que é nerd. E que isso é a melhor coisa do mundo. Esse termo ficou tão over rated que as pessoas passam a pensar que o dia a dia deve ser assim, agora:
– MLK PASSA A GRANA OU EU DESÇO O FERRO
– Eu sou nerd.
– DESCULPA FICA COM A SUA GRANA Ó TÔ INDO EMBORA HEIN
… Quando, na verdade, a realidade é assim:
– MLK PASSA A GRANA OU EU DESÇO O FERRO
– Eu sou nerd.
– POU POU POU
Ok, eu não sou o Piratão pra saber fazer onomatopeias de tiro. De qualquer maneira, nenhuma sitcom consegue te transformar em outra pessoa. Ela só mostra um exagero sobre um rótulo pra você dar risadas fáceis. E, mesmo se você não entendeu a piada, existem aqueles risos gravados. Você não se sente perdido, você não precisa pensar pra rir: Isso não é ruim. Achar que o mundo é uma sitcom é ruim.
Embora isso me irrite profundamente, não fico tão puto quando as pessoas que têm um diploma de ensino superior na área das exatas passam a tentar monopolizar as piadas. Eu já ouvi dizer, nos confins da internets, que se você não sabe o que é cálculo integral diferencial, você não pode assistir Big Bang Theory, já que você não vai entender piada alguma. Vocês podem ter quantos doutorados quiserem, mas isso foi a coisa mais idiota que eu já li na minha vida.
Fico me perguntando o que pessoas assim falavam enquanto assistam a Pokémon ou Friends.
– Pô, assisti Pokémon ontem, daí cê viu que o
– SE VOCÊ NÃO É UM MESTRE POKÉMON, O DESENHO NÃO FAZ SENTIDO PRA VOCÊ!!1
– q
– Cara, cê viu Friends ontem? O Ross
– SE VOCÊ NÃO É UM NOVA-IORQUINO FORMADO EM PALEONTOLOGIA, AS PIADAS DO ROSS NÃO FAZEM SENTIDO PRA VOCÊ!!1
– q
E não tentem me provar do contrário: Isso foi tão estúpido quanto.
Admito que não tenho um PhD em alguma área exata, mas só pela falta disso o seriado não vai fazer sentido pra mim? Para os mais afoitos, como eu, basta pesquisar sobre o assunto depois da piada. Isso não é motivo de vergonha algum, ao contrário das máximas acima. Por mais que Big Bang Theory possua piadas relacionadas a ciências exatas, também existem referências à literatura, HQs, filmes, biologia. Você precisa ser um expert em todas essas áreas pra entender o seriado e gostar, então?
As sitcoms nunca foram feitas pra serem levadas a sério. É diversão cérebroless. Você não pensa, você dá risada, e isso é bom. Incrível que, dependendo de qual grupo ou situação que os produtores decidem representar, pessoas que encontram semelhanças com os personagens passam a defender com unhas e dentes uma série que não deve ser levada a sério por ninguém. Não é uma biografia. Do outro lado, tem gente que pensa que a vida de um físico é realmente daquele jeito e tentam imitar tudo na vida real. Aquilo. Não. É. REALIDADE.
Não importa qual seriado lancem, sempre vão existir esses malas pra tirar o sossego da gente. E se você se acha nerd por assistir a série ou tem raiva de quem assiste e acha graça: Cê não sabe dar risada. Mas não se preocupe, isso não quer dizer que você seja um tanga ou coisa do tipo, todo mundo tem direito a ter sua opinião.
Once again, you’ve fallen for one of my classic pranks, heh.
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