O Último Exorcismo (The Last Exorcism)

Cinema quinta-feira, 30 de setembro de 2010

 Um pai de família certo de que sua filha adolescente está possuída por um demônio, pede ajuda ao reverendo Cotton Marcus, que deve ser exorcizado antes que uma tragédia inimaginável aconteça.

Antes de mais nada, devo avisar você, leitor imbecil querido, coisas sobre esse texto:

Ele contem ódio. Muito ódio.

E spoilers. Muitos spoilers.

Sem contar que essa sinopse, que eu me baseei pra escrever a que eu coloquei nas estreias, tá totalmente por fora. O filme é, sim, sobre exorcismo, mas não é bem assim.

Mas vamos ao texto.

PUTA QUE PARIU, QUE FILME RUIM.

Tá, não é tão ruim assim, inicialmente. A história começa mostrando como o pai de Cotton Marcus se orgulha do filho, que ele educou pra ser um pregador desde moleque. E, convenhamos, é dos bons. O cara enfia uma receita de torta de banana [Ou algo assim] no meio de uma pregação, e ninguém fala nada. E fez uma pá de exorcismos. Tudo fajuto. No decorrer do filme, ele demonstra quais são os engodos usados pra ludibriar os pobres desprovidos de noção [Quem diria, eu sei falar difícil]. Só que, em determinado momento, ele começou a perder a fé, porque um moleque autista foi morto em um ritual de exorcismo, e o pirralho tinha mais ou menos a mesma idade do filho dele. Ou seja, ele desacreditou a parada. Não que tenha virado ateu, só perdeu a fé.

 “Eu só comecei… Sabe… A pensar.”

Até aí beleza, porque o cara era esperto. Então começou a merda: Ele tá sendo filmado, no melhor estilo documentário, porque quer provar que exorcismos são todos fake e o escambau. E seleciona uma cartinha random das milhares que ele recebe [O cara é famosão na internets] pra ser o último exorcismo dele. Sacou o nome do filme, hã hã? O que é irônico, de certa forma, também. Mas cês vão saber o porquê. A carta é de Louis, um fazendeiro lá dos interiorzão dos EUA. Ele mandou a carta porque tá tendo problemas com os animais, e acha que a filha tá possuída.

 “Ain, para, eu não tou possuida, tá?”

Mas é claro que Nell não tá possuida, acha Cotton. Afinal, é tudo xaropagem, já que ele mesmo sabe, como bom pregador/exorcista. Ou será que não? Como todo filme de coisa desacreditada, o baguio realmente acontece quando o truta menos acredita [E essa última frase foi totalmente mano ZLfirmezatruta]. E lá vamos nós pra sessões de “some-aparece”, maltrato a animais, voz de nego que não tá nos aposentos, e toda aquela firula de filme de exorcismo. Cês já devem ter visto pelo menos um na vida. Prestem atenção nos desenhos que Nell faz, inclusive, porque eles são profecias. O primeiro a se concretizar é o do gato. Sendo morto por ela com a câmera do documentário. Sim, porque a porra do filme segue aquela estética de ser ruim que dói ser, teoricamente, filmado com uma câmera só, que tá na mão de um dos personagens. Eu digo teoricamente porque em determinadas cenas, cê percebe claramente que tem mais de uma câmera. Porra, é um documentário ou não é? Decidam-se!

 “POR QUE EU FUI ASSISTIR ESSE FILME? POR QUEEEEEEEEEEEEEEEE?”

Porra, até me perdi. Onde eu estava? Ah, sim. O padreco que não acreditava em exorcismos, ou mesmo no capeta, começa a ver que a coisa é séria quando o pai da Nell avisa que ou o problema é resolvido, ou ele vai passar fogo na própria filha. PASMEM! Tá, isso nem é tão incomum. Mas é claro que um filme desses não poderia deixar de ter um plot twist, ou, para os leigos, uma virada de roteiro. Na verdade, tudo não passava de uma mentira da moça, pra encobrir que estava grávida de Logan, um viadinho que… PERAE. Logan não pode ser nome de viadinho, porra. Wolverine perdeu o respeito depois daquele filme, mesmo. Além disso, o Logan do filme é bicha mesmo, então não pode ter engravidado a moça, certo? Então, o que acontece? E foi aqui que meu ódio pelo filme cresceu exponencialmente: Na verdade, o filho da moça é uma bolha amorfa de sangue, que ao ser jogado numa fogueira, vira o próprio demônio, e a passa fogo em todo mundo.

 “MAS ESSE FILME TINHA TANTO POTENCIAL!!1”

Pois é, o filme começa apresentando uns personagens bacanas pra gente, desenvolve a história bem, e no final caga na cabeça de todo mundo. Cê já teve a sensação de que os roteiristas pensaram:

— Velho, esse filme já tá com quase uma hora e meia, vamo dar um fim nisso.

— Tá, e como a gente vai fazer pra amarrar a história?

— Amarrar a história? VSF. Vamo tacar um demônio que fode todo mundo e deixar esses manés putos.

Pois é, eu tive quando o filme acabou. Foi frustrante e broxante. Sorte que eu não levei a muié no cinema. Porra, o Cotton era mó carismático e tal, e num rompante de fé ridículo, vai lá tentar exorcizar um demônio em chamas vindo diretamente das profundas do inferno? WTF. Não foi bacana igual Arraste-me para o Inferno. Tá mais pra uma bosta completa, no estilo Atividade Paranormal, só que PIOR. Porque tinha potencial, e nego DEFECOU no final. Atividade Paranormal foi ruim o tempo todo, ao menos.

O Último Exorcismo

The Last Exorcism (87 minutos – Horror)
Lançamento: EUA, França, 2010
Direção: Daniel Stamm
Roteiro: Huck Botko, Andrew Gurland
Elenco: Patrick Fabian, Ashley Bell, Iris Bahr, Louis Herthum, Caleb Landry Jones, Tony Bentley, John Wright Jr., Shanna Forrestall, Justin Shafer, Carol Sutton

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