Rock and Roll: Seis Décadas (Parte 5 – Anos 90)
Os anos 90 se iniciaram muito mal. O que parecia ruim no início dos anos 80, ao longo da década foi piorando, piorando tanto que não havia mais como tudo se tornar pior do que já estava. Até o Michael Jackson tinha se tornada um compositor de péssima qualidade. E continuava fortíssimo nas paradas de sucesso. Mas nem tudo estava tão perdido assim.
Seattle e as bandas grunge
De Seattle vieram bandas novas que deram um novo sopro de criatividade. De uma vez só, a cidade pariu Screaming Threes, Soundgarden, Pearl Jam, Alice in Chains, Mudhoney, Sunny Day Real Estate e a banda furacão Nirvana, que conseguiu derrubar todos do topo das paradas com o disco Nevermind, num hype (“Movimento” grunge?) nunca antes visto, nem na época da invasão britânica, pois dessa vez o sucesso não precisou nem atravessar o atlântico.
Mas durou pouco, como sempre. Três anos depois de tomar o mundo, Kurt Cobain morria sozinho numa casa em Seattle. O papo sobre o rock ter morrido voltou a tona (Eita ladainha). E agora? O que seria dos anos 90? Pode uma década acabar no meio?
Nota do editor: Kurt Cobain morre; TODOS COMEMORA
E agora, sem o Nirvana?
Muita gente acha até hoje que 1991 foi o último bom ano do rock. Mas apenas um ano após a morte de Kurt, as coisas seguiram seu rumo. Foo-fighters (Com o disco homônimo de estreia, gravado em casa por Dave Grohl tocando todos os instrumentos), Smashing Pumpkins (Melancolie & Infinity Sadness), Oasis (Definitely Maybe – pelo menos esse eu aguentei ouvir.), Blur (Parklife), Kyuss (Welcome To Sky Valley) e muitos outros discos lançados nesse ano de 1995 provam que 1991 não foi o último ano do rock.
New metal
Ainda tivemos outro hype (inspirado no som de bandas como Faith No More, Rage Against the Machine e Red Hot Chilli Peppers) que vomitou coisas como Korn, Limp Bizkit, Deftones, Slipknot, Papa Roach, P.O.D., Coal Chamber, System of a Down, Kittie e outros menos cotados, que foi chamado nu metal e dominou as MTVs pelo mundo afora, conquistando todos os adolescentes com cara de invocados e criados a leite com pera, ovomaltino e pão com mortandela! FILHO DAS PUTA!!1
Stoner Rock
Sem o grunge e sem o new metal, poderiamos dizer que os anos 90 foram também a década do Stoner Rock. Bandas como o supracitado Kyuss, Mondo Generator, Masters of Reality, Fu Manchu e já no finzinho da década o incrivel Queens of the Stone Age mostraram um novo jeito de se fazer rock, com uma pegada ainda mais pesada que o grunge e muito mais acelerada e agressiva, próxima do punk e infelizmente muito longe do pop, pois muita gente perdeu…
Indies, alternativos e além
OK Computer. O Radiohead e outras bandas que não fazem o mainstream sorrir levaram nas costas o resto da década. Sonic Youth (Finalmente arrumando espaço graças ao boom de Seattle), Suede (A reencarnação tarada dos Smiths), Nine Inch Nails (Pra que banda? Eu posso ser deus se tiver um bom pc), Pavement (Vanguarda dos desafinados?), Mike Patton (O homem das mil vozes e das cem bandas), Eminem (Rapper branquelo? Chupa essa, Vanilla Ice), Public Enemy (Que gravou até com o Sonic Youth, mostrando que os anos 90 iriam ser a década do rap), Beastie Boys (Mostrando que não se faz rap/hip-hop apenas com loops), At the drive-in (Ah isso que é emo é? Tá bom…) e muitas outras.
Enquanto isso, na puta que pariu no Brasil
No Brasil, muito pagode. É o Tchan na selva, no Japão, na puta que pariu, balançando aqueles rabos enormes na TV. Sertanejo dominando tudo. Axé (Saúde!). Os Titãs jogando a toalha e gravando acústico (Depois disso virou moda, todo mundo tinha que gravar um). Mas não teve nada de bom? Raimundos, a banda piada Mamonas Assassinas, Los Hermanos (Tá, música de corno conta) e principalmente Chico Science e a Nação Zumbi, que foram tão fodas que fizeram o resto do país (E até do mundo) olhar pra Recife e apelidar a cidade de Seattle brasileira (Mundo Livre S.A., Otto, Mombojó, Eddie e outras não me deixam mentir). Sepultura e Ratos de Porão finalmente lançando seus maiores clássicos. Skank, O Rappa, Charlie Brown Jr, Jota Quest, Planet Hemp, Tijuana, Bidê ou Balde, Pato Fu, entre outras, mostrando que o rock se consolidava como um estilo de verdade no Brasil, não mais uma importação. E a MTV daqui bombando (Pelo menos no início) e passando toneladas de clipes.
P2P e a revolução
No final da década, o advento do MP3, e depois do Napster, vieram e mudaram pra melhor o nosso jeito de ouvir música. Mas a década mais uma vez não terminou bem. Terminou como todas as outras terminaram. O pop onipresente onde quer que se fosse. Será que o rock morreu? Vai morrer? Está morrendo? Na minha opinião, morreu desde 3 de fevereiro de 1959. Isso que a gente ouve definitivamente não é rock, é uma outra coisa. Mas isso é papo pra amanhã.
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