Religião em livros
Não, seus putos, não vim aqui pra converter vocês, obrigando vocês a lerem a bíblia, até porque não vale a pena, apesar de ser um livro que existe em qualquer lugar e que é acessível a qualquer um. Mas antes que eu já comece a me perder como sempre, vamos direto ao assunto.
Os livros de religião que venho aqui vos falar são aqueles que são estranhos. há algumas semanas atrás, uma amiga minha me chamou pra tomar alguma coisa por aí, e como meu aniversário tinha sido a pouco tempo, ela tirou da bolsa um livro. Na hora, fiquei com cara de bobo, pois como disse há algumas colunas atrás, nunca havia recebido um livro de presente. Agradeci da maneira mais educada que pude e após algumas horas, me despedi dela e fui pra casa. Logo no ônibus, comecei a leitura desse livro, que se chamava O Grande Conflito, de Ellen G. White. Logo depois de analisar a capa dele, fiquei meio desconfiado, pois nela tem imagens de uma bomba atômica, prédios e uns aviões muito doidos. Até aí, beleza. Quando abri, o papel fino, daqueles que é mais barato que te obriga a lamber o dedo pra virar as páginas, o que torna o livro nojento com o manusear dele era onde estava impresso seu conteúdo. Mas enfim, continuei a passar as páginas. Só sei que, depois de ler 3 capítulos no ônibus mesmo, desisti dele. O nome dos capítulos dará uma boa idéia de o que eles passam pra quem o lê: Predito o destino do mundo; Os primeiros cristãos- leais e genuínos e Trevas espirituais na igreja primitiva. Podem me achar louco (mais louco) por ter conseguido ler tudo isso, mas eu LI com os olhos ardendo, o meu cérebro completamente desligado, cada palavra sendo reconhecida como uma pequena agulhada em minha retina, mas eu passei por 3 capítulos. Agora, esse livro fica encostado em minha prateleira, e a cada vez que essa minha amiga me liga e pergunta desse livro, eu falo que já terminei, e que um dia iria emprestar pra ela, porque é muito interessante. Contando que ela lê livros de Allan Kardec e de Chico Xavier, eu garanto que ela irá se divertir bem mais do que eu lendo esse livro. E só não queimo ele porque foi um presente.
Livros de religião desse estilo pelo que pude entender, são livros de opiniões de autores sobre um tema que todo mundo já está cansado de ouvir, mas que todo mundo que se acha entendido de religião quer dar um pitaco. Em discussões sobre religião, eu sempre tento achar o melhor momento pra tirar a atenção da conversa, pois é um assunto que sempre dá merda discutir. A melhor maneira de mudar de assunto? Contar uma piada com alguma conotação religiosa, como as de judeus, ou as de um padre, um rabino e um bêbado no avião, entre outras. Com sorte, o assunto da conversa se altera totalmente e todo mundo começa a rir que nem louco de piadas sem sentido e bizarras.
Mas vamos voltar aos livros de religião, que ainda tenho mais um pra falar pra vocês. Há um tempo atrás, me pararam na rua me perguntando algo que ignorei e me ofereceram um folheto. Depois quando já estava em casa fuçando os bolsos, me deparo novamente com esse folheto, que falava algo sobre a igreja de alguma religião que ignoro agora, e que pedia pra ligar para receber em sua casa uma edição de O Livro de Mórmon. Ok, beleza, como estava sem nada interessante pra fazer durante a semana, liguei, e depois de uns 3 dias, apareceram aqui na porta de casa dois caras com aquelas camisetas com crachás estranhos e perguntando se era ali que morava o senhor Carlos Santhyago. Pensei na hora que eu estava fodido, que tinha arrumado algum problema com a policia ou algo assim, mas aí lembrei do folheto, e falei que o Santhyago tinha saído, mas que qualquer recado pra ele, eles poderiam passar pra mim. Com o portão trancado, fiquei uns 10 minutos desligado completamente, só no modo automático, ignorando tudo o que eles ouviam, modo do qual só saí depois que ouvi eles tirando um livro daquelas pastas deles, e me entregando. Agradeci, estava voltando pra dentro de casa, e eles me chamaram de novo, perguntando o meu nome. Acho que disse que me chamava Rogério ou algo assim, mas isso não vem ao caso, até porque eles ficaram enchendo o saco depois ligando, mas foda-se, já tinha o que queria nas mãos.
Porque esses livros são sempre tão bem feitos? Páginas em papel especial, caderno com imagens impressas em alta qualidade, capa com acabamento em corino eu acho, parece uma propaganda de sofá, e logo no alto, impresso em letras DOURADAS, o título dele: O Livro de Mórmon: Outro testamento de Jesus Cristo. Abro um espaço aqui pra dizer que nunca li a bíblia, então a chance de eu ler um livro base de outra religião é praticamente zero, ainda mais depois de ter feito uma pequena pesquisa sobre esse livro e de como que ele chegou as mãos do “profeta” Joseph Smith, pessoa com nome de personagem de jogo de RPG.
Esse livro, escrito para se assemelhar a bíblia, tem algumas passagens muito estranhas, que acho que só um adepto da religião deve achar algum sentido nele, trechos que não farei questão de entrar em detalhes.
Agora, acho que entrei em problemas novamente.Andando por alguns buracos virtuais, achei um lugar que se você se cadastrasse, eles te enviariam uma edição do alcorão totalmente de graça. Temendo futuros problemas virtuais e reais, coloquei o endereço de meu vizinho. Caso apareça um grupo de terroristas islâmicos na porta dele pra entregar o livro, terei algum tempo para fugir. Quando ele chegar, se eu sobreviver, darei mais detalhes de minha tentativa de leitura dele.
Ah sim, e agora, só pra ter uma idéia, esses livros são conseguidos de graça em qualquer igreja, desde que você perca alguns minutos de sua vida pra ouvir algumas pregações e uns papos estranhos. Se assim como eu, ao ouvir as palavras “livros grátis” todos os seus princípios morais e religiosos vão pro ralo, boa sorte, você irá precisar