Jogos Cérebroless

Nerd-O-Matic quinta-feira, 03 de abril de 2008

Ei, sabem do que estamos precisando mais por aqui?

É, cerveja e mulher, eu sei, mas eu tava falando de vídeo-games. Aliás, porque não tem mais cerveja nos jogos mesmo? Ou mais jogos envolvendo cerveja? Mulher até que tem bastante, mas onde estão os desenvolvedores brasileiros, para colocar a nossa malemolência e fanfarronice nos jogos? A gente precisa realmente da representação do jeitinho brasileiro, esse negócio de “vamo armá um boteco aí” que fala tanto sobre o espírito dessa nação. Saco cara, por que esse bando de nerds que fazem engenharia da computação, processamento de dados e essas merdas todas, por que vocês não vão trabalhar com jogos? Matem bastante aula no bar da frente da faculdade, e depois entrem no brilhante mercado de diversões eletrônicas. Isso deve garantir uma boa leva de jogos alcoolizados nas próximas décadas.

Enfim, o que eu queria dizer antes de me empolgar com o lance da cerveja é que falta eu falar mais sobre jogos cérebroless. Hmm… na verdade cerveja tem bastante a ver com esse assunto. Warriors Orochi é um jogo extremamente cérebroless que me ajudou recentemente a atravessar uma das piores ressacas que eu já tive.

Sério, a dor de cabeça era tanta que eu nem consegui assistir “Rocky Balboa” pela décima oitava vez. Tentei ler, também não deu: as letrinhas embaralhavam. Ouvir música, sem condições: a batida da bateria ajudava a piorar o Motorhead alcoólico que já tava tocando na minha cabeça. Restou jogar. Mas não dava pra ficar exigindo muito do cérebro, não era hora para Final Fantasy Tactics. Era hora de um jogo cérebroless.

Mas o que é um jogo cérebroless? óTIMA pergunta seu ignóbil. Aqui no AOE nós utilizamos o termo “cérebroless” de forma bastante ampla, basicamente para nos referirmos á nossa secretária Deborah. Ela é uma graça e entretém todo mundo sendo um colírio visual, além de muito divertida, mas sabe como é… falta um pouco de cérebro. Cérebroless.

Agora transporte a mesma lógica para um jogo. Não, não é pra imaginar um jogo hentai com a Deborah, embora a idéia seja boa.

Deborah diliçinha, agora na tela do seu DS

Mas pense num jogo que é como a Deborah: belo visualmente e que te entretém do início ao fim, porém sem muita substância, sem forçar muito seu cérebro, saca? Bem-vindo á série “Alguma coisa Warriors”

A série “Alguma coisa Warriors” foi assim nomeada por mim, e foi criada pela grande produtora KOEI. “Alguma coisa Warriors” é composta por todos os jogos das séries Dynasty Warriors, Samurai Warriors e o novo Warriors Orochi, ali de cima.

Esses jogos são uma merda. Uma MERDA. Mas são um tesão; é impossível parar de jogar. Você fica naquela zona de amor/ódio pelo jogo, porque ele oferece tão pouco estímulo mental, mas apresenta tanta diversão visual e violência que você não consegue deixar de se divertir.

Se eu não me engano a série começou no Playstation1, em 1997, com o primeiro Dynasty Warriors, e nunca foi grande coisa desde então. Hoje deve ter no mínimo uns 20 jogos espalhados por todos os consoles, todos idênticos: uma história vagabunda de guerra de clãs fazendo o pano de fundo, um monte de generais samurais com poderes divinos, e uma GALERA pra você passar. Muito, mas muito nego mesmo pra você passar o cerol. Tem horas que tu some no meio da negada, aí você solta um especial que limpa a tela e faz a galera sair voando com suas barrinhas de energia sumindo. Cada morte vai sendo adicionada em um contador na tela e, quando eu jogo, o contador costuma bater nos 1000 em cada cenário. Maravilhoso. Tu mata um milhar de vagabundo por missão. Isso é mais mortes do que as que acontecem no filme TODO do Rambo.

O que salva os jogos da série é, como no caso do Warriors Orochi, o fato de existir um mínimo de personalização na jogabilidade. Você ganha novas habilidades, seus generais ganham levels com a experiência acumulada e você pode ir personalizando as armas. É legal, mas não é bem uma experiência rpgística; você simplesmente vai se tornando mais poderoso, mas sem um investimento específico em alguma habilidade. Você não escolhe a direção de desenvolvimento dos seus generais. Mas foda-se né? O que interessa é detonar cada vez mais inimigos. Porra, é um avanço se você for pensar em crássicos como Final Fight, que você ia com o mesmo Guy, Cody ou Hagar do começo ao fim.

Uma coisa que faz parte da série, e que a diferencia dos simples beat-em-ups como Double Dragon, é que existe uma certa estratégia envolvida na direção em que você vai sair matando. Não é só matar TODO MUNDO que tá no cenário, mas também uma questão de entender e seguir os generais inimigos, desmoralizando as tropas deles pelo caminho. Se você mata um general, a tropa dele perde moral e sai correndo! É indescritível a sensação de fazer um bando de guerreiros se cagarem só porque você mostrou o tamanho dos seus bagos pra eles.

Porque essas colunas sempre ficam enormes? O jogo é ruim, não era pra empolgar tanto.

Mas vocês entenderam né? Jogos cérebroless: a alegria do jogador de ressaca. São os herdeiros contemporâneos dos crássicos como Final Fight e Double Dragon, diversão certa para quem quer passar de fase apertando repetidamente apenas um dos botões do joystick.

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