Biutiful
O filme conta a história de um homem que vive uma queda livre emocional. Em sua viagem em busca de redenção, a escuridão ilumina o seu caminho. Conectado ao outro mundo, Uxbal é um trágico herói e pai de dois filhos que, ao sentir o perigo iminente da morte, batalha contra uma dura realidade e um destino que o impede de perdoar, perdoar-se, por amor e para sempre.
Vamos direto ao que interessa. Sim, a intepretação de Javier Barden mereceu a palma de ouro e uma (Cotada, mas improvável) indicação ao Oscar, não seria nenhum absurdo. Ele carrega 2h30 de filme nas costas. Ou melhor, ele carrega o filme de 2h30 nas costas. Não que o filme seja ruim – pelo contrário, ele é de grande qualidade, roteiro relativamente sólido e direção adequada. Seu grande problema? Contar uma história que conhecemos de trás pra frente. O que é uma frase irônica, se você assistiu a obra.
A Espanha na última década (Em um grupo no qual poderíamos incluir o cinema argentino, francês e sul coreano) vem se destacando como o país de produção cinematográfica mais diversificada e original. Adjetivos que certamente não se encaixam aqui (Será devido a nacionalidade mexicana do diretor?). Basta ler a sinopse para saber como o filme vai correr. Ou melhor, como foi meu caso (Que tinha optado por manter a ignorância completa da história) os 10 primeiros minutos. E isso só porque os primeiros 5 minutos se mostram enigmáticos até o meio do filme. Não um enigma que você queira resolver. Apenas supressão de informação e contexto.
A história do pai pobre, separado, com câncer de próstata, tentando resolver suas pendências, enquanto enfrenta problemas pelos seus negócios ilícitos (Que incluem uma rede de africanos e chineses envolvidos com pirataria) é exatamente aquilo que promete – uma queda livre emocional, imersa em uma realidade hiperexplorada (E esteriotipada) do gueto catalão. Emoções essas diluídas em 150 minutos de filme, onde as tragédias (Que já cansamos de ver em outros milhares de filmes do gênero) não param de acontecer, e por isso, perdem suas forças. Mas lá está Javier Barden, para segurar o filme até o fim. E sejamos justos: Uma fotografia, auxiliada pelo uso da câmera dinâmica de Iñárritu, que dá um tom insalúbre e verídico a obra, de forma próxima da perfeição.
E isso define bem a obra. Uma obra prima para comunistas comunistas emos chavistas pseudo-intelectuais emotivos quem curte dramalhões com crítica social. E um filme como todos os outros – para quem já está cansado desse sub-gênero, tão comum a América Latina.
Biutiful
Biutiful (147 minutos – Drama)
Lançamento: Espanha, México 2011
Direção: Alejandro González Iñárritu
Roteiro: Alejandro González Iñárritu e Armando Bo
Elenco: Javier Bardem, Maricel Álvarez and Hanaa Bouchaib
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