Os 30 Melhores Filmes de 2010 (30-21)

Clássico é Clássico segunda-feira, 14 de março de 2011

Pode-se dizer que março é o mês que “começa” o ano no cinema (Americano). As principais premiações de 2010 já ocorreram, e os primeiros filmes com chances de aparecerem nas premiações do ano que vem começam a ser lançados. Com o baixar da poeira, portanto, já é possível apontar alguns favoritos do ano que passou: Quais filmes serão lembrados, quais representaram um marco na forma de se fazer cinema e quais são as diretrizes apontados para o próximo ano. No meu Top 30, dividido em 3 partes, compilei um pouco de tudo. Agora deixemos de falatório e vamos ao que interessa.

30) Raras Exportações: Um Conto de Natal

Diretor: Jalmari Helander
Raras Exportações é o tipo de filme que valeria assistir apenas pela sinopse: Um conto de terror finlandês, nos moldes dos Irmãos Grimm, onde o monstro é o Papai Noel. Porém, quando você se dá conta que entre centenas de velhos pelados correndo na neve, existe uma mensagem natalina-capitalista “bizarramente interessante” e se trouxe a tela uma fantástica mitologia de horror, você percebe que a obra tem seu “algo a mais”. Tendo noção de suas limitações de orçamento, e variando entre momentos sinistros e outros “natalinamente bobos”, a obra tem seu lugar garantido no meu top 10 de filmes natalinos.

29) Convicção

Diretor: Tony Goldwyn
Convicção conta o caso de uma irmã que passa a estudar direito para tentar tirar seu irmão da cadeia, que você provavelmente já viu algumas vezes na maratona de Detetives Médicos do Discovery/Nat Geo. E o filme poderia ser mais uma demonstração do dedo podre de Hillary Swank, pós Menina de Ouro, mas que se torna uma obra marcante por dois coadjuvantes: A atuação de Sam Rockwell (Que lembra as de Christian Bale em O Vencedor e Edward Norton em Homens em Fúria) – ator mais subestimado de Hollywood, ao lado de Michael Sheen e Aaron Eckhart, e a uma cena e meia de Juliette Lewis, irreconhecível. Boa pedida para quem gosta de drama jurídico.

28) O Discurso do Rei

Diretor: Tom Hooper
Fazendo jus ao vencedor do Oscar do ano passado, Guerra ao Terror, O Discurso do Rei é um filme que se tornou favorito em cima do laço, e venceu um outro grande favorito – por mais que ambos não merecessem e ofuscassem verdadeiras obras primas. Com boas e consistentes atuações, principalmente a de Colin Firth, o drama histórico revive a Miramax do final dos anos 90, que implacou com sucesso filmes de época esquecíveis (Falo de Shakespeare Apaixonado e O Paciente Inglês) e que parece ser o destino da obra em questão. O que é uma pena, pois a fotografia e controle de frames inexplicáveis deveriam se tornar exemplo de caso de como causar dor de cabeça nas faculdades de cinema.

27) Reencontrando a Felicidade

Diretor: John Cameron Mitchell
Um filme cuja sinopse deixa claro o porque de ser sido apontado como um dos favoritos ao Oscar no começo do ano passado: Como uma casal supera a morte do filho, baseado em uma peça premiadíssima. Talvez pelo inesperado balanço de “crueza e leveza”, a obra perdeu um pouco de sua força para os adoradores de melodrama. Ainda sim, uma ótima obra, com uma atuação curiosamente inspirada de Nicolle Kidman.

26) Dente Canino

Diretor: Giorgos Lanthimos
Indicado a melhor filme estrangeiro, essa obra grega é a prova de que o cinema surrealista, tão vinculado a Buñuel, ainda é possível – principalmente para superar o baixo orçamento. Fiquem com o conselho: É o tipo do filme para se assistir sem dar nem mesmo uma olhada na sinopse. Uma grata surpresa para aqueles que querem um descanso dos filmes norte-americanos.

25) Os Outros Caras

Diretor: Adam McKay
Falando em filmes norte-americanos… Mark Whalberg, Will Ferrel, The Rock, Samuel L. Jackson. Em uma comédia non-sense e, acredite, divertida. E não se precisa acrescentar muito a isso.

24) Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1

Diretor: David Yates
Misturando tons pós-apocalípticos com uma obra surpreendentemente política (Atentados terroristas, ditadura, execuções), Harry Potter se separa de vez do tom Batman de Tim Burton dos primeiros filmes e abraça uma postura mais O Cavaleiro das Trevas, conseguindo assim, um resultado positivo na parte mais chata de toda a saga (Os primeiros 70% do último livro). Agora é esperar para ver o resultado no empolgante final. A propósito, a animação da história que dá nome ao filme é uma das coisas mais bonitas que já vi no cinema.

23) Minhas Mães e Meu Pai

Diretor: Lisa Cholodenko
Comédia independente do ano, herdeira dos espaços abertos por Pequena Miss Sunshine e Juno, Minhas Mães e Meu Pai se destaca pelo elenco estrelado (E inspirado) e um roteiro que se destaca pelos diálogos. Pena que as complementações não fazem jus: Os atores coadjuvantes (estou olhando para você, Wasikowa) e as ações movimentadas pelo roteiro são bem sem sal.

22) Inverno da Alma

Diretor: Debra Granik
No ano de Alice no País das Maravilhas com orçamento monstro, quem se destacou foi Jennifer Lawrence no País dos Caipiras com orçamento irrisório. Vencedor de Sundance, Inverno da Alma passaria batido se não fosse por sua fotografia seca e ao mesmo tempo onírica, e as atuações realistas e impressioantes de Jennifer Lawrence (Fiquem de olho nesse nome), John Hawkes e Dale Dickey. Um bom thriller montado em cima de “quase nenhum acontecimento”. Raridade no cinema norte-americano e com boa execução.

21) Deixe Me Entrar

Diretor: Matt Reeves
Inverno da Alma não foi a única raridade. Quem diria que um remake norte-americano de filme terror poderia prestar? E melhor ainda – competir em pé de igualdade com o (Ótimo) filme original. Uma obra que faz jus a mitologia dos vampiros e traz a atriz com maior potencial em Hollywood – Chloe Moretz, mostrando que tem um agente a altura de seu talento.

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